terça-feira, 31 de março de 2009

Leia comigo! - Divórcio

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Caros amigos e amigas,

Vamos iniciar hoje a leitura de uma outra literatura de extrema relevância. O acompanhamento semanal da obra "Maria Madalena", encerrado na semana passada, nos conduziu a muitos questionamentos e curiosidades. Levou-nos a pensar sobre a identidade verdadeira de uma personagem do Novo Testamento, que foi muito mais que uma "prostituta arrependida", conforme o cristianismo errada e injustamente sempre a apresentou. Foi, ao contrário, uma autêntica seguidora de Jesus.

A partir de hoje, pelo menos até meados de abril, vamos ler a obra "Divórcio - pecado ou busca da felicidade?", do escritor Adriano Chagas, que é pastor da Igreja Batista em Alphaville, em Barueri-SP, graduado em Ciências Jurídicas e Sociais e Mestre em Novo Testamento. Atualmente, Adriano tem ministrado cursos de "Saúde e Espiritualidade", em São Paulo, apresentando uma proposta de identificação entre a devocionalidade cristã e alguns elementos e ferramentas da Psicologia. Abaixo, trechos da introdução e do primeiro capítulo do seu livro:

"Este trabalho propõe reivindicar uma posição mais humana e compreensiva da Igreja perante o divórcio, cobrando uma postura distinta da que existe, ou seja, aquela que não aceita o divórcio em hipótese alguma. Ao posicionar-se contra o fundamentalismo daqueles que vêem o casamento de um divorciado como adultério, ou que acabam por ostracizar essas pessoas - os divorciados - no próprio meio religioso, pretende-se dessa maneira inquirir a igreja a ter maior consciência da sua repsonsabilidade para com os agentes desse drama." (p. 9).

"Em nossos sonhos não havia lágrimas, como as que estamos derramando, também não havia traições como as que sofremos; em nossos sonhos a dor da perda e a vergonha da derrota não existiam, a vida era feliz, repleta de amigos, a família viveria em perpétua harmonia, e nós seríamos verdadeiramente felizes." (p. 14).

"As circustâncias não definem quem é Deus. Ora, Deus não é a circunstância adversa que temos atravessado, Deus não é bom porque tudo vai bem, ou Deus não é mau porque sofro perdas e necessidades. Deus é o que é, independentemente do que vivemos; essa é a mensagem do Salmo 23, quer no pasto verdejante ou no vale da sombra, no descanso das águas ou no vale da morte, Deus continua sendo o nosso Pastor que nos guia por veredas de justiça." (p. 19).

Para adquirir a obra

"Divórcio - pecado ou busca da felicidade?", acesse:

http://www.livrariareflexao.com.br/ ou ligue para 11 - 2478 5407

segunda-feira, 30 de março de 2009

O que preguei ontem

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Caros amigos,

Ontem estive pela manhã na Igreja Presbiteriana do Brasil, em Vila Guilhermina-Esperança - na Zona Leste de São Paulo, pastoreada pelo meu amigo rev. Edson Pereira Lopes.

Estive falando a respeito do meu livro "Jesus é Deus?".

Quero aproveitar e deixar aqui alguns dos compromissos já agendados para este semestre:

30/3 - HOJE - 19h - Seminário Presbiteriano Renovado - Rua Major Sertório, 685 - Santa Cecília - São Paulo - SP.

3/4 - SEXTA - 19h - Seminário Presbiteriano Renovado - Estrada de São João Clímaco, 430 - São João Clímaco - São Paulo - SP.

7/5 - MAIO - 19h - Faculdade de Teologia de Belo Horizonte - Izabela Hendrix - Rua da Bahia, 2020 - Funcionários - Belo Horizonte - MG.

19/5 - MAIO - 19h - Seminário Teológico Batista em São Luís - Av. João Pessoa, 214 - João Paulo - São Luís - MA.

21/5 - MAIO - 19h - Natal - Rio Grande do Norte - Local a ser definido.

23/5 - MAIO - 19h - Recife - Pernambuco - Local a ser definido.

8, 15, 22 e 29/6 - 15h30 às 17h30 - Livraria Santuário - Centro de São Paulo - palestra sobre Uma Nova História da Igreja Primitiva, ao lado do dr. Roque Frangiotti. Inscrições abertas!

Lembrando que aqueles que desejarem adquirir o livro "Jesus é Deus?" devem enviar e-mail para cafeacademico@yahoo.com.br ou ligar para 11 9313 6343. Preço promocional com frete pago para qualquer local do país: De R$ 34,90 por R$ 29,90. Aproveite!

Abraços!

na Graça,
Jefferson

domingo, 29 de março de 2009

Cinema - O sétimo selo

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O Sétimo Selo revela uma alegoria em preto e branco sobre a busca infinita pelo sentido em um mundo caótico: o mundo do século XIII, devastado pela Peste Negra.

Antonius Block (Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra sua vila destruída pela doença. A Morte aparece para levá-lo, mas Block se recusa a morrer sem ter entendido o sentido da vida. Propõe então um jogo de xadrez, em uma tentativa de burlar a única certeza que o habita.

Apesar de perder o jogo de xadrez, a Morte continua a perseguí-lo enquanto viaja pela Suécia medieval. Block descobre os aspectos mais repugnantes do fervor religioso: a tortura, a caça às bruxas, o espectro da Morte alimentando-se da fraqueza humana.

A Sagrada Família

Block toma quatro pessoas sob sua proteção: o ateu Squire Jons, os jovens Mia e Jof e seu bebê. Alguns críticos associam os nomes e a presença quase imune à morte do casal à Sagrada Família.

O filme reestrou no Natal de 97, uma estréia um tanto herética pelo teor "profano", mas terrivelmente íntegro na investigação da fé. O fundamentalismo assassino de hoje é a celebração nefasta do mundo evocado em O Sétimo Selo.

Nas palavras do próprio Bergman sobre o filme, " a idéia de um Deus Cristão tem algo de destrutivo e terrivelmente perigoso. Ele faz emergir um sentimento de risco iminente, e por consequência, traz à luz forças obscuras e destrutivas".

Fonte: http://www.terra.com.br/cinema/drama/selo.htm

sexta-feira, 27 de março de 2009

Chopp com Teologia - Ernst Troeltsch

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Ernst Troeltsch (Haunstetten, hoje bairro de Augsburgo, 17 de Fevereiro de 1865 — Berlim, 1 de Fevereiro de 1923) foi um escritor e teológo alemão que ao lado de Max Weber elaborou alguns conceitos relacionados à religião.

Na obra The Social Teaching of the Cristinan Churches, Troeltsch, visando analisar a organização religiosa dentro dos parâmetros burocráticos, fez a distinção de igreja e seita. A primeira significa um organismo religioso grande e bem-estabelecido, exemplo típico é a Igreja Católica. A segunda refere-se a um agrupamento menor de fiéis, geralmente iniciado em protesto aos rumos tomados por uma determinada igreja, os calvinistas podem ser apontados como representantes de uma seita.

Na seqüência, Howard Becker acrescentou dois outros tipos: denominação e culto, sendo o primeiro para representar uma seita que se acalmou e se transformou em um organismo institucionalizado e o segundo para conceber organizações religiosas menos coesas e mais transitórias.

Falecido em 1923, Troeltsch também é considerado um dos fundadores da sociologia das religiões.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernst_Troeltsch

quinta-feira, 26 de março de 2009

Leia comigo! - Maria Madalena

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O Evangelho de Maria Madalena foi adquirido no Cairo por C. Reinhardt e é conservado desde 1986 no departamento de Egiptologia dos Museus Nacionais de Berlim. (p. 99)

A dificuldade da aceitação desse evangelho é a natureza do ensinamento, da antropologia e da metafísica que ele traz. Não é uma antropologia dualista nem uma metafísica do ser ou das essências, comuns no Ocidente, mas uma antropologia quartenária e uma matefísica do imaginal. (p. 101)

O Evangelho de Maria Madalena testemunha outro modo de conhecimento; o do tipo profético ou visionário que não é próprio das mulheres, mas que pertence à dimensão feminina, angélica ou "oriental" do conhecimento humano. (p. 103)

Esse é o desejo de Maria Madalena. Compartilhar conosco a imaginação criadora que precisa ser despertada em nós. As consequências éticas de tal prática do desejo e da imaginação vão chocar os outros discípulos. (p. 105)

O judeu da época agradecia todos os dias a Deus por não ter sido criado "enfermo, pobre ou mulher". Dar um lugar de autoridade na comunidade a uma mulher está além do aceitável. Nesse contexto, as mulheres foram criadas para servir, obedecer e satisfazer aos homens. (p. 108)

Madalena foi a gnóstica perfeita, pois foi plena ao ver vivenciar o amor espiritual. Iluminada pelas palavras do Mestre que a coloca no caminho da perfeição, da busca do conhecimento. (p. 109)

A função de Maria Madalena é a de fazer os apóstolos compreenderem os ensinamentos de Jesus revelados a ela, e animá-los a anunciarem o Reino de Deus. (p. 109)

Para adquirir a obra 'Maria Madalena - a mulher mais misteriosa do Novo Testamento', de Priscila C. Nagatomo, pela Editora Reflexão, ligue para 11 2478 5407 ou acesse o site www.editorareflexao.com.br

terça-feira, 24 de março de 2009

Provocação: Reflexão (55) - Relendo a História 1

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por Jefferson Ramalho

Conforme tínhamos combinado na semana passada, vamos tirar algumas semanas - ou meses - para fazermos uma releitura da História do Cristianismo. Claro que aqui tudo será feito de maneira muito breve e panorâmica. Contudo, este tema vem sendo desenvolvido em minhas aulas de História da Igreja, desde o início do ano, no Instituto Bíblico O Brasil para Cristo, que me convidou para lecionar a partir desse ano. Fiquei muito honrado com o convite e tenho procurado corresponder às expectativas da direção, coordenação e principalmente dos alunos.

Para uma primeira releitura, podemos trabalhar com a História dos primórdios da religião cristã. Pra início de conversa, o cristianismo não era cristianismo. Era uma seita do judaísmo, e muito rejeitada por sinal, no contexto judaico. Jesus, consequentemente, o maior dos hereges entre os judeus. Cumpriu toda a Lei, mas se assumia direta ou indiretamente, ser aquele Messias prometido no Primeiro Testamento.

Para entender o início da fé cristã, é fundamental a leitura dos textos neotestamentários, especialmente dos Evangelhos Sinópticos e de Atos dos Apóstolos. Mas que não seja uma leitura feita com a utilização de óculos da dogmática, seja qual for ela. Tentemos fazer uma (re)leitura do Evangelho a olho nu. Para isso, é interessante e ao mesmo tempo indispensável aceitar que Mateus e Lucas foram escritos a partir de Marcos e de Q (alemão: QUELLE = Fonte) que se trata de uma fonte hipotética, não existente, mas suposta por alguns biblistas dos últimos séculos, na tentativa de justificar a existência de aproximadamente 250 versículos contidos em Mateus e Lucas, mas que não se encontram em Marcos.

E quando é feita uma análise panorâmica da (des)harmonia dos evangelhos, o que se percebe é que fica difícil criar uma história perfeitinha como muitos tentam, tendo em vista os inúmeros problemas textuais existentes. Isso só pra falar de Sinópticos.

De Atos, gostaria de destacar os capítulos dois e quatro. Em 2.1-13 acontece a chamada "descida do Espírito Santo". Curiosamente - ou sem a menor importância - tal fenômeno teria ocorrido no dia da festa judaica de Pentecostes. Poderia ter sido na Páscoa. Não faria diferença. Mas fico pensando se tivesse sido na Páscoa. Como os pentecostais se chamariam? Pascoais?

Sobre o dom de línguas, está claro que ninguém ali proferiu línguas inexistentes. O milagre, na verdade, não esteve no falar línguas estranhas, mas no ouvir o estrangeiro falar minha língua, sendo que a língua dele é outra (cf. verso 6).

Do verso 42 ao 47 do segundo capítulo e do verso 32 ao 35 do quarto capítulo, vejo as duas melhores consequências do fenômeno compartilhado pelo autor, conforme 2.1-13. Trata-se, na minha opinião, de uma consequência concreta, sólida, que faz sentido na vida e pra vida. Gente que não é egoísta, mas que por ter sido cheia do Espírito Santo, é capaz de dar tudo o que têm, não para o pastor comprar os mais preciosos bens e com isso aumentar seu patrimônio pessoal, mas para atender à necessidade dos irmãos que não tinham nada, mas que faziam parte da comunidade.

Parece utopia? Não só parece, mas é utopia! Principalmente quando o que está em evidência, predominando, é o egoísmo, a ganância, o desejo de conquistar elevadas posições e valiosos bens através de uma suposta troca com Deus, a corrupção Estado-Igreja, a exploração de obreiros inocentes e manipulados por seus líderes, a alienação da massa diante do carisma de seu pastor, além de tantas outras coisas que enojam qualquer ser humano que tem o mínimo de bom senso e temor pela Palavra - e quando digo Palavra, me refiro não a uma coleção de livros, mas à Pessoa de Deus, Encarnada e Verbificada.

E para provocar um pouco mais, deixo uma pergunta para a qual não preciso de resposta, pois tamanha é a clareza: Será que esse negócio dos nossos dias chamado "igreja evangélica" tem a ver com aquele movimento clandestino, rebelde, autenticamente evangélico, ao mesmo tempo sectário, perseguido, escandaloso, racionalmente absurdo e radicalmente socialista apresentado nas páginas dos Evangelhos e de Atos?

Abração a todos!

Semana que vem tem mais!

na Graça,
Jefferson

domingo, 22 de março de 2009

Preciso me justificar?

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Queridos amigos leitores e visitantes esporádicos do blog!

Tive uma razão mais que especial p/ não postar nada nesse final de semana! O nome dessa razão é Aline Grasiele!


Mas amanhã a gente volta com nossos artigos e postagens em geral!

Na foto acima, Aline (minha pesquisadora mais que herege) e eu, em fevereiro.

Já as fotos desse final de semana não foram tiradas. Não tivemos tempo pra isso! :) Fizemos coisas mais interessantes!

Espero que os amigos entendam esse meu súbito abandono ao blog.

O fato é que há coisas que fazem parte da nossa vida, outras são a nossa própria vida. E a Aline é a minha vida e sempre será, até o fim!

O blog que se dane, pra não dizer outra palavra que escandaliza os crentes fracos! Minha herege é mais importante que as heresias que escrevo!

Mas amanhã a gente volta ao normal com nossas postagens!

Um beijo grande e carinhoso a cada um!

na Graça,
Jefferson

sexta-feira, 20 de março de 2009

Chopp com Teologia - Mestre Eckhart

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Mestre Eckhart nasceu em 1260, em Hochheim, perto de Gotha, na Turíngia, região que hoje se situa no centro-oeste da Alemanha; muito jovem ele entrou para Ordem dos Dominicanos, e já em 1277, aos 17 anos, ele está em Paris estudando artes, que na época incluía lógica, gramática, retórica, música, astrologia, geometria e aritmética.

Em 1280 ele vai para Colônia, onde estuda teologia no Studium Generale da Ordem dos Pregadores. Nesta época ele foi aluno de Alberto Magno, cientista, filósofo e teólogo aristotélico.

Em 1303 passa a ser provincial da Saxônia, região que incluía todo o norte da Alemanha e Holanda, onde existiam 47 conventos de frades e 9 de religiosas dominicanas. Assume grande responsabilidade, incluindo a fundação de novos conventos, a direção espiritual dos irmãos e irmãs e a condução dos negócios e acertos com os senhores feudais.

Em 1310, em Estrasburgo, Eckhart é eleito vigário geral, que vem a ser o substituto do superior-geral dos Dominicanos.

De 1314 a 1322 ele fica em Estrasburgo ocupando o cargo de vigário geral da Ordem, com a função principal de realizar a pastoral das religiosas dos conventos e sua direção espiritual. Por isso ele viaja bastante e faz pregações ao povo, na língua alemã.

Em 1323 é enviado a Colônia como diretor do Studium Generale; ensina teologia, faz pregações ao povo e dedica-se à produção intelectual.

Em 1326 tem início um processo inquisitorial contra Eckhart, por supostas doutrinas heréticas. Foi designada uma comissão que seleciona 120 proposições de Eckhart, tiradas do livro Da Divina Consolação, das obras latinas e dos sermões em alemão. Ele protesta contra este método de selecionar frases dentro de uma imensa obra, tirando-as do contexto em que foram escritas e pede o privilégio de isenção conseguido por dominicanos e franciscanos, que era o de ser julgado pela Sé Apostólica ou pela Universidade de Paris.

Foi julgado em Avignon, onde estava o Papa, e antes de se dirigir para lá, no dia 13 de fevereiro de 1327, diante de todo o povo, faz a seguinte profissão de ortodoxia, ou seja, afirma concordar com as regras e preceitos da Igreja: “Eu, Meste Eckhart, doutor na sagrada teologia, protesto diante de todas as coisas, tomando a Deus como testemunha, que eu sempre reprovei todo erro sobre a fé e toda corrupção dos costumes, tanto quanto pude, já que tais erros seriam e são contrários à minha condição de mestre e contrários também à minha Ordem.

Se, portanto, se encontrar alguma proposição errônea em fé e moral que eu tenha por acaso escrito, dito ou pregado, em privado em público, em qualquer tempo ou lugar, direta ou indiretamente, expondo uma doutrina menos sã e até falsa, então eu a revoco aqui explícita e publicamente diante de todos e de cada um dos que aqui estão presentes, como não escrita ou não dita”.

Logo após Eckhart segue para Avignon, a fim de acompanhar o julgamento de sua doutrina por uma comissão. As 120 proposições em que era acusado de heresia foram reduzidas para 28, e ele tentou explicar-se junto à comissão mas não conseguiu bons resultados, porque no dia 27 de março de 1329, com a Constituição In Agro Dominico, o papa João XXII condenou todas as 28 proposições de Eckhart.

O texto da constituição começa considerando Eckhart um inimigo que "semeia abrolhos na seara do Senhor" e continua dizendo o seguinte: “Com dor comunicamos que, neste tempo, alguém das terras alemãs, Eckhart de nome, doutor e professor da Sagrada Escritura, da Ordem dos Pregadores, quis saber mais do que era necessário, em dissonância com a sensatez e com as diretrizes da fé, porque afastou seu ouvido da verdade e voltou-se às fabulações.” “Nós...expressamente condenamos e reprovamos os quinze primeiros artigos e os dois últimos como heréticos e os outros onze citados, como mal soantes, temerários e suspeitos de heresia, igualmente os livros e opúsculos do mesmo Eckhart que contenham os referidos artigos ou alguns deles”.

Mestre Eckhart não assistiu à sua condenação, pois morre em abril de 1328, em Avignon, e o documento papal já o dá como morto.

A retratação de Eckhart antes de sua morte pouco valeu à sua obra, pois um grande silêncio sobre ambos reinou entre os católicos por causa de sua condenação. Mas apesar disto seu pensamento influenciou muitos outros místicos, entre os quais Julian de Norwich, Teresa de Avila, São João da Cruz, Nicolau de Cusa e Hegel.

A partir do século XIX, com a descoberta dos seus manuscritos e o afrouxamento da perseguição por parte da Igreja sua obra foi sendo redescoberta e sua imagem foi se refazendo a ponto de hoje ele ser reconhecido e venerado como um dos mais legítimos e importantes representantes do misticismo cristão.

(Essa biografia de Mestre Eckhart é um excerto daquela apresentada no livro "A Mística do Ser e de não Ter", coordenado por Leonardo Boff, com traduções de textos de Mestre Eckhart, editado pela Editora Vozes - Petropólis, 1983).

fonte: http://www.sophia.bem-vindo.net/tiki-index.php?page=Mestre%20Eckhart

Leia comigo! - Maria Madalena

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Estudar os textos apócrifos e a literatura gnóstica é dialogar com a literatura cristã. (p. 80)

Segundo os gnósticos, o sofrimento de Jesus na cruz não poderia salvar aqueles que aderissem à igreja de Cristo. (p. 87)

A falta de uniformidade dos escritos cristãos do primeiro século é um fato. Havia uma coexistência de opiniões e tradições teológicas principalmente a respeito de Jesus. A literatura gnóstica é prova dessa falta de uniformidade. (p. 88)

Para adquirir a obra 'Maria Madalena - a mulher mais misteriosa do Novo Testamento', de Priscila C. Nagatomo, pela Editora Reflexão, ligue para 11 2478 5407 ou acesse o site www.editorareflexao.com.br

terça-feira, 17 de março de 2009

Provocação: Reflexão (54) - Pregadores ou predadores?

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por Jefferson Ramalho

Duas semanas atrás, escrevi e postei neste blog um breve artigo intitulado “Falsos pregadores”. No dia seguinte, minha amiga Renata, de Salvador (BA), fez um brilhante comentário e em determinado momento do seu texto, mencionou a palavra preDadores, referindo-se aos pregadores que critiquei naquela reflexão. Tal menção me instigou a escrever um novo texto com o seguinte título: Pregadores ou predadores?

Os poucos amigos e leitores que têm lido meus textos, já devem ter percebido a tônica de minhas idéias a respeito da realidade eclesiástica dos nossos dias. Não vou afirmar, jamais, que igrejas neopentecostais são seitas. O termo “seita” é demais para elas. Seita, não no sentido pejorativo, mas técnico, tratando-se de uma ramificação de qualquer religião existente em qualquer ponto do planeta, não tem uma conotação ruim.

Eu diria sem nenhuma dificuldade que o neopentecostalismo é a mais recente representação do protestantismo, independentemente de seus malefícios. Eu, contraditoriamente, tive minha experiência religiosa com o cristianismo num contexto neopentecostal. Contudo, o tempo e a Graça de Deus se encarregaram de mostrar a mim que os líderes neopentecostais são, das duas uma: ou mal intencionados ou mal preparados.

O fato é que mal intencionados ou mal preparados, são muito ruins naquilo que fazem quando o assunto é cuidar de gente. Apascentar o rebanho de Cristo não é o mesmo que cuidar de uma criação de porcos. E olha que isso também exige muitos cuidados! Os caras, quando bons em alguma coisa, são excelentes em administração de negócios, economia, finanças, contabilidade. Contudo, quando o assunto é a alma humana, por se identificarem como pastores deixam muito a desejar.

São manipuladores manipulados pelo egoísmo e pelo desejo de ficarem milionários com o suor do outro. Comem, bebem, se vestem e vivem com o dinheiro daqueles que ingenuamente acreditam que conseguem barganhar com Deus. Não conhecem textos como o de Paulo aos Romanos 11.35 que diz: “Quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?” Com Deus não se negocia!

A alienação tem o poder de alienar e fazer com que o alienado não se reconheça como tal. A manipulação consegue manipular e fazer do manipulado um ser incapaz de perceber a sua própria condição. Enquanto isso, os preDadores comem a carne, bebem o sangue e se fartam o quanto podem, não só dos bens, mas da vida de suas presas. As pobres ovelhas perdem a lã, perdem o couro e perdem a liberdade para andar aonde quiserem e fazer o que desejarem. Os preDadores estão em todo lugar!

Se Cristo nos libertar, será que realmente nos tornamos livres? E se tal libertação acontecer num território no qual quem manda é um desses preDadores? Neste caso, teremos que melhorar o versículo e dizer: Se Cristo nos libertar, dependendo do lugar em que isso acontecer, não seremos tão livres assim. Por que?


Porque libertação pra eles é estar debaixo de suas vozes de comando. Eles são aqueles que se identificam como cobertura espiritual e autoridades constituídas por Deus. Será que Deus constitui opressores como autoridades sobre inocentes? Se for assim, Hitler e tantos outros foram levantados por Deus?

Por falar em Hitler, os preDadores bem sucedidos, normalmente são bons de retórica. Manipulam com o olhar e convencem com o discurso. Basta uma conversa de 5 minutos para que eles consigam dar o bote. O que são eles? Pregadores do Evangelho ou preDadores de ovelhas? Qual a sua especialidade? Pregação ou preDação?

Toda quarta-feira, em duas turmas de um dos Seminários em que leciono, estamos fazendo uma releitura da História do Cristianismo. Temos sido surpreendidos com aquilo que significava ser cristão nos três primeiros séculos da Era Comum e o que isso passou a significar paulatinamente a partir do quarto século.

Pretendo, na próxima semana, transcrever um pouco dessa experiência de releitura da História da Igreja, aqui, em nossas reflexões de terça-feira. E aí, não só mais com base nas Escrituras e nas interpretações antropológicas, sociológicas, teológicas e psicológicas que temos tentado fazer, mas também na observação da História, ainda que apenas factual, veremos que os preDadores têm seus antecessores há muitos séculos. A diferença, é que com o passar das Eras, o grau de dominação das presas, ou seja, dos fiéis, vai ganhando uma proporção cada vez mais expressiva.

Para concluir, gostaria de provocar você com a seguinte afirmação: todos os recursos utilizados e divinizados por esses preDadores são focados no domínio que supostamente eles devem ter sobre seus dominados. Teologia da prosperidade (quem não der, não leva), Batalha espiritual (é preciso ter a cobertura espiritual deles para poder brigar com o capeta), Maldição hereditária (só eles podem receber a revelação de “Deus” acerca dos pecados cometidos por parentes que viveram no passado), Cura interior (eles é que são especialistas em detectar os males que conseguem afligir a alma humana). Tudo besteira!

Teologia da prosperidade, Batalha espiritual, Maldição hereditária e Cura interior, entre outras aberrações, nada disso está no Evangelho. Não passam de ferramentas utilizadas por esses caras para alcançarem seus maiores objetivos. O dinheiro dos fiéis. É isso que eles querem e é disso que eles precisam para manterem os seus patrimônios. Não preciso citar nomes. Eles estão aí. O tempo todo. Na TV, nos grandes templos, nas grandes cruzadas, nos shows, nas campanhas políticas! Estão aí! Basta identificá-los, e como nos orienta a Didaqué: tenham cuidado com essa gente*.

Abraços,

na Graça,
Jefferson

* Didaqué. C, XII. 10. ed. São Paulo: Paulus, 1989, p. 25. cf. Reflexão 53 deste blog, Didaqué (Διδαχń em grego clássico) ou Instrução dos Doze Apóstolos, é um escrito do primeiro século que trata do catecismo cristão. Didaquê significa doutrina, instrução. É constituído de dezesseis capítulos, e apesar de ser uma obra pequena, é de grande valor histórico e teológico.

domingo, 15 de março de 2009

Chega de Teologia - Forza Palestra

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O Verdão reencontrou o caminho do gol. Neste sábado, o Palmeiras obteve uma vitória mais que confortável diante do Barueri por 3 a 0, no estádio do Parque Antártica, pela 14ª rodada do Campeonato Paulista.

A novidade para reencontrar os resultados positivos veio da estratégia do técnico Wanderley Luxemburgo, que optou por escalar a equipe no esquema 4-4-2, com o volante Sandro Silva no lugar do zagueiro Marcão.

O êxito em casa leva o Palmeiras aos 33 pontos, assegurando a liderança do Campeonato Paulista por mais uma rodada, independentemente do resultado do Gambá contra o Santo André, hoje à tarde.

Agora, o Palmeiras pensa em um compromisso atrasado da quinta rodada, que pode aumentar ainda mais sua vantagem no Paulistão. Na terça-feira, o Verdão enfrenta o Noroeste, novamente no Palestra Itália.

fonte:
http://www.gazetaesportiva.net/nota/2009/03/14/567419.html

sábado, 14 de março de 2009

Cinema - Rainha Margot

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RESUMO

O filme retrata a França em 1572, quando do casamento da católica Marguerite de Valois e o protestante Henri de Navarre, que procurava minimizar as disputas religiosas, mas acaba servindo de estopim para um violento massacre de protestantes conhecido como a "noite de São Bartolomeu" , que teve a conivência do rei da França Carlos IX, irmão de Margot. O filme, que retrata esse trágico acontecimento, é baseado num romance de Alexandre Dumas.

CONTEXTO HISTÓRICO

A noite de São Bartolomeu, massacre de mais de 3 mil protestantes, ocorrido em 24 de agosto de 1572, marca as sangrentas lutas religiosas que atrasaram a consolidação do absolutismo francês. Esse acontecimento caracteriza a fase final da dinastia Valois, que governava a França desde a idade média.

O casamento forçado entre Margot, irmã de Carlos IX (rei da França) e o protestante Henrique de Navarra (Bourbon), não paralisou as lutas religiosas entre católicos e protestantes. Com a noite de São Bartolomeu, ressurgia o combate, estimulado pelo papa, envolvendo várias regiões européias.

Com a morte de Carlos IX, sobe ao trono seu irmão Henrique III, iniciando-se uma guerra civil conhecida como "Guerra dos três Henriques", entre Henrique de Guise, que fundou com líderes católicos franceses a Liga Católica e Henrique III, que contou com o apoio de seu cunhado Henrique de Navarra. Os dois últimos lideram o cerco sobre Paris em 1589, quando Henrique III é assassinado.


Henrique de Navarra assume então o trono francês como Henrique IV, convertendo-se ao catolicismo - "Paris bem vale uma missa" - mas publicando o edito de Nantes que dava liberdade de culto aos protestantes. Seu governo marca o início da dinastia Bourbon, que conhecerá o apogeu do Estado absolutista no longo reinado de Luiz XIV (1661-1715) o "rei sol", para depois nos reinados de Luiz XV e Luiz XVI, conhecer a decadência e crise, que culminou com a revolução francesa em 1789, acontecimento que marca o início da Idade Contemporânea.

O absolutismo foi a forma de governo que caracterizou os chamados Estados Modernos europeus, marcados pela ampla concentração de poderes nas mãos do rei. Ao longo dos séculos XV e XVI a relação entre rei e burguesia era de aliança, já que ambos simbolizavam o novo (capitalismo nascente), em oposição ao clero e nobreza defendiam o velho (feudalismo decadente). Enquanto a burguesia representava a iniciativa privada e o comércio (atividade mais promissora da época), o rei representava um Estado forte e protecionista, capaz de padronizar defesa militar (exércitos nacionais), leis e moedas, viabilizando ainda mais a acumulação de capital durante a idade moderna.

Nos séculos XVII e XVIII, a relação entre rei e burguesia passa a ser de confronto, pois a burguesia com muito capital acumulado, reivindica o poder político, voltando-se assim contra seu antigo aliado, através das revoluções inglesas (puritana e gloriosa) entre 1649 e 1688 e da revolução francesa em 1789, antecedida das revoluções industrial e americana e influenciada pelos princípios liberais e iluministas, no contexto de crise do Antigo Regime europeu.

fonte:
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=99

sexta-feira, 13 de março de 2009

Chopp com Teologia - Alberto Magno

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Santo Alberto Magno (Albertus Magnus), também conhecido como Alberto de Colônia, Bispo de Regensburg e Doutor da Igreja, foi um Frade Dominicano que tornou-se famoso por seu vasto conhecimento e por sua defesa da coexistência pacífica da ciência e da religião. Ele é considerado o maior filósofo e teólogo alemão da Idade Média, e foi o primeiro intelectual medieval a aplicar a filosofia de Aristóteles no pensamento cristão.

Nasceu na Baviera, possivelmente no ano de 1193 ou 1206, numa família militar que desejava para Alberto uma carreira militar ou administrativa. Mas, após concluir os seus estudos em Pádua e em Paris, optou por seguir um caminho sacerdotal, entrando na Ordem de São Domingos. Devido à sua crescente fé em Deus e em Jesus Cristo e à sua dedicação à Ordem, foi promovido à superior provincial e mais tarde, nomeado Bispo pelo Papa.

Alberto dominava bem a Filosofia e a Teologia (matérias em que teve Tomás de Aquino como discípulo) e mostrou também grande interesse em ciências naturais ao ponto de dispensar, com a autorização do Papa, o episcopado, para continuar a prosseguir os seus estudos e a sua investigação com tranquilidade.

Ocupou-se em várias áreas de conhecimento, como a mecânica, zoologia, botânica, meteorologia, agricultura, física, química, tecelagem, navegação e mineralogia. Ele inseriu estes conhecimentos no seu caminho único de santidade, afirmando que a intenção última dele era conhecer a ciência de Deus. As suas obras escritas encheram 22 grossos volumes e exemplificou como viver com equilíbrio e graça a fé que não contradiz a razão.

Morreu em Colónia, no ano de 1280, proclamado Doutor da Igreja e Patrono dos cultores das ciências naturais.

Obras

1. Paráfrases às obras de Aristóteles com o mesmo título; também às obras de lógica, à física, à metafísica, à psicologia, à ética, à política, às obras de ciências naturais. Está inédito um comentário à ética em forma de questões .(ca. 1250, redigida por Tomás). —

2. Comentário às Sentenças (c. 1245); 3. Summa de creaturis (c. 1245); 4. Summa theologica (dep. 1270), incompleta; 5. Comentário ao Liber de causis e aos escritos areopagiticos; 6. Muitas obras inéditas, como as referentes aos Elementos de Euclides, à óptica do Alma-gesto; e a sua primeira obra Tractatus de natura boni, que constitui o primeiro tomo publicado até agora na edição crítica das suas Opera omnia (Cur. Institutum Alberti Magni Coloniense B. Geyer praes.)(1951 ss.).

fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alberto_Magno
http://www.consciencia.org/filosofia_medieval18_alberto_magno.shtml

quinta-feira, 12 de março de 2009

Eliadiar: O sagrado celeste

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por Aline Grasiele

Queridos amigos e amigas,

Hoje, nossa prosa segue a respeito de um tema que tem grande ênfase nas diversas tradições religiosas: o Céu.

Peço licença para fazer uma pequena digressão - ou seria, na verdade, um desabafo? Confesso que particularmente esse é o tema de fronteira na minha experiência particular, pois sinceramente, prefiro a terra. Perdemos muito tempo pre-ocupados com a vida que “desfrutaremos” no céu, e nos esquivamos de nossas responsabilidades enquanto cristãos na terra.

Por que, por exemplo, nos preocuparmos com o meio ambiente se vamos morar no céu? Consciência planetária e desigualdade social não são temas que devam ser tratados pelos futuros moradores do céu, não é mesmo? Gosto bastante da fala de Francis Schaeffer ao afirmar que “ser espiritual é ser cada vez mais humano”.

Bom, mas vejo que HUMANIDADE é um tema que assusta e incomoda a muitos, principalmente os “cristãos”, que ao longo de sua história deram uma grande ênfase a “ascese” (afastamento do mundo). Medo da finitude, de se contaminar com os pecadores (sim, porque nós somos santos e os outros pecadores)? Não tenho essa interpretação da mensagem do Cristo, mas isso não vem ao caso.

Deixo meu desabafo, enquanto cristã, como reflexão e, agora, sem mais delongas, reassumindo minha postura de pesquisadora que atentamente observa esse o humano em suas relações com o sagrado, vejamos as considerações de Mircea Eliade sobre o Céu.

Eliade procura compreender a significação religiosa do Céu em si mesmo. O Céu revela diretamente a sua transcendência, a sua força e a sua sacralidade. Para ele, a simples contemplação da abóbada celeste é suficiente para desencadear uma experiência religiosa; contemplação que para o homem primitivo que é sensível aos milagres cotidianos equivale a uma revelação.

O céu revela-se tal como é na realidade: infinito, transcendente. Transcendência que se revela pela simples tomada de consciência da altura infinita. O “muito alto” (altíssimo), torna-se espontaneamente um atributo da divindade. A abóbada celeste é por excelência “uma coisa muito diferente” do pouco que representa o homem e seu espaço vital. O alto é uma dimensão inacessível ao homem, pertencendo por direito às forças e aos seres sobre-humanos. Tudo isso, deduzido da simples contemplação do Céu.

Só pela sua existência, o Céu “simboliza” a transcendência, a força, a imutabilidade. Existe porque é elevado, infinito, imutável, poderoso. Pois o simples fato de ser “elevado”, de se encontrar “no alto”, equivale a ser poderoso. O “altíssimo”, o “brilhante”, o “céu”, são termos por meio dos quais os povos exprimiam a idéia de divindade.

O conhecimento, a compreensão global do mundo, o deciframento da unidade cósmica, a revelação das causas últimas que mantêm a existência, tornam-se possíveis graças à contemplação do Céu, a hierofania celeste. O caráter da contemplação do Céu permitia, ao lado da revelação da precariedade do homem e da transcendência divina, a revelação da sacralidade do conhecimento, da força espiritual. Para o homem primitivo, o saber e o conhecimento eram epifanias do “poder”, “força sagrada”. Aquele que vê e sabe, pode tudo e é tudo.

O sagrado celeste permanece ativo na experiência religiosa pelo simbolismo da “altura”, da “ascensão”, do “centro”. As regiões superiores estão saturadas de forças sagradas. Tudo quanto está mais próximo do Céu participa com intensidade variável, da transcendência. A “altura”, o “superior”, são assimilados ao transcendente, ao sobre-humano. Toda “ascensão” é uma ruptura de nível, é uma ultrapassagem do espaço profano e o da condição humana. Transcender a condição humana pelo fato de penetrar numa zona sagrada. A morte é uma transcendência da condição humana, uma “passagem para o além”.

As regiões superiores inacessíveis ao homem adquirem o prestígio do transcendente, da realidade absoluta, da eternidade. Lá é a morada dos deuses. O Céu revela, por seu próprio modo de ser, a transcendência, a força, a eternidade. Ele existe de uma maneira absoluta, pois é elevado, infinito, eterno, poderoso. Não se trata, no entanto, de um “naturismo”. O Deus celeste não é identificado com o Céu, pois foi o próprio Deus que, criador de todo o Cosmos, criou também o Céu. É por esta razão que é chamado “Criador”, “Todo-Poderoso”, “Senhor”, “Pai” etc. O Deus celeste é uma pessoa e não uma epifania, mas ele habita o Céu.

Nas obras de Eliade, encontramos as mais diversificadas perspectivas sobre o Céu, e observadas em diferentes grupos religiosos. Aos que quiserem conferir, deixo como referências as duas obras que foram utilizadas neste texto: o “Tratado de História das Religiões” e o “Sagrado e o Profano”, ambos publicados pela editora Martins Fontes.

Até a próxima quinta!

Aline

segunda-feira, 9 de março de 2009

O que preguei ontem - O espinho na carne

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por Jefferson Ramalho

Talvez essa seja uma das pregações que mais gostei de proferir em toda a minha vida.

Além disso, foi a pregação que marcou a vida de algumas pessoas que a ouviram, pois sempre me falam: _Poxa, nunca mais me esqueci de quando você pregou sobre o espinho.

Foi em 21 de fevereiro de 2004 que a escrevi para pregar em uma igreja batista, na cidade de Diadema, na região do ABC paulista.

O texto, como você já deve ter imaginado foi II Co 12.1-10.

Paulo, apesar de todos os dons que pudesse ter, não tinha interesse algum em fazer uma exposição de seus dons espirituais. O que ele faz é o contrário!

Destaca como sinais de autenticidade de seu relacionamento com Deus, os sinais de humilhação, de rejeição e de perseguição que vinha sofrendo desde que se convertera.

Portanto, ele não valoriza as experiências espirituais no sentido de divulgá-las às pessoas, às igrejas e comunidades por onde passava, muito menos aos coríntios.

Mas depois dos caras encherem tanto o "saco" de Paulo, ele resolve relatar sua experiência mística. E aí ele resolve falar do tal "espinho na carne".

Até hoje os evangélicos querem saber que espinho era aquele.

Só que não nos interessa qual era.

Na realidade, isso é o que menos importa!

1. Poderia ser uma doença,
2. Poderia ser a perseguição religiosa que ele sofria,
3. Poderia ser uma tentação sexual.

Há centenas de hipóteses, e todas são absurdas, além de algumas poucas que até fazem algum sentido. Mas o intuito dessa passagem é simples e direto.

Indepentemente de qual seja o espinho de cada um, Deus não tem obrigação de arrancá-lo, assim como foi com Paulo. Ele simplesmente disse ao apóstolo: a minha Graça te basta!

As igrejas de hoje não aceitam espinhos, não aceitam momentos difíceis, não aceitam problemas, não aceitam enfermidades, não aceitam desemprego, não aceitam nada que seja absolutamente normal na vida do ser humano pelo simples fato de ser humano.

Gente fica doente! Gente fica desempregada! Gente fica triste! Gente enfrenta problemas! Gente chora! Gente sofre! Gente se angustia! Gente sente dor!

Só que as igrejas de hoje, especialmente - é claro, tinha que ser - as neopentecostais, não aceitam tal realidade. Tudo por culpa da maldita e diabólica TEOLOGIA DA PROSPERIDADE, que de teologia não tem nada, porque teologia é o saber de/sobre Deus, e Deus, tenho certeza com base no Evangelho, não tem nada a ver com essa panacéia pagã disfarçada de cristã. Quero sofrer as conseqüências do juízo final por causa do que estou escrevendo! Mas com Deus não se barganha, p...!

Sören Kierkegaard disse: "Com a ajuda do espinho no meu pé, pulo mais alto que qualquer pessoa com os pés saudáveis".

Guarde em seu coração e em sua alma: Deus não tem obrigação alguma de arrancar o espinho ou os espinhos que incomodam você. A Graça dEle é o suficiente para te sustentar e te manter certo de que é em suas fraquezas que o poder de Deus é aperfeiçoado em sua experiência de vida!

Chega! No artigo desta terça tem mais! Aguarde!

Um abraço sincero e fraterno!

na Graça, apesar de todos os espinhos,
Jefferson

domingo, 8 de março de 2009

Chega de Teologia - Galinhada faz a festa?

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Desde de 2006 a galinhada não ganha do Verdão.
Não foi diferente dessa vez! Yes!

Exatamente por conseguir empatar nos últimos minutos - na verdade, além do tempo, com ajuda do juíz, pois não havia porque dar 4 minutos de acréscimo - foi que eles comemoraram tanto. Apesar do gol, Ronaldo Dentão provou que ainda precisa perder muito peso, pois na comemoração quebrou o alambrado que prendia a gambazada na arquibancada do PruDentão. Já o Dentinho, nada fez no jogo!

O gol do Verdão, no início do segundo tempo, foi marcado por Diego Souza, numa jogada em que o goleiro dos CUrinthiANUS foi humilhado pelo craque alviverde. Com esse resultado, o Palmeiras continua líder com três pontos de vantagem e um jogo a menos. O próximo desafio do Verdão será contra o Ituano, em Itu, dia 11.

sábado, 7 de março de 2009

Cinema - A fonte da donzela

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Apresentado em deslumbrante versão restaurada e remasterizada "A Fonte da Donzela" é um dos filmes mais impressionantes do mestre Ingmar Bergman, no qual ele volta a explorar o imaginário medieval de O Sétimo Selo. Suécia, século XIV. Num país dividido entre o cristianismo e o paganismo, um casal de cristãos fervorosos pede para a filha ir levar velas para a igreja do vilarejo. No caminho, a jovem é estuprada e assassinada por dois pastores, que sem saber acabam indo à casa dos pais da moça para pedir comida e abrigo. Vencedor do Oscar® e do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, "A Fonte da Donzela" traz ótimo elenco liderado pelo grande Max Von Sydow (O Exorcista) e conta com belíssima fotografia do genial Sven Nkvist.

Sinopse

Na Suécia do século XIV, Töre e sua mulher Märeta formam um casal que tem uma propriedade rural. Cristãos fervorosos, incumbem sua filha única, Karin, uma bela adolescente virgem, de quinze anos, de levar velas à igreja do vilarejo próximo e acendê-las em louvor à Virgem Maria.

Com licença da mãe, ela veste seu mais valioso vestido e parte, a cavalo, através de uma floresta, para realizar a missão a ela confiada. Acompanhando-a, segue ao seu lado, Ingeri, uma criada tida como filha adotiva do casal Töre, que se acha grávida.

No caminho, ao passarem por um culto de magia, Ingeri diz à Karin que vai voltar, por achar que anoitecerá antes que elas consigam chegar à igreja. Decidida a atender ao pedido dos pais, Karin segue em frente sozinha. Enquanto isso, movida por um enorme ciúme que sente da jovem, Ingeri participa de um ritual do culto a Odin, com a intenção de que algo de mal ocorra à Karin. Em seguida, passa a acompanhá-la, mantendo uma certa distância da jovem.

Ao encontrar dois pastores de cabras e um garoto, Karin os convida para dividir uma refeição que sua mãe havia preparado para ela. Em seguida, é agredida sexualmente pelos dois homens, os quais, após estuprá-la, a matam com um porrete. Ingeri, impotente, assiste a tudo.

Quando a noite cai, ironicamente os criminosos vão pedir comida e abrigo aos pais de Karin. São recebidos cordialmente e, depois de acomodá-los, Töre lhes promete trabalho. Märeta mostra-se nervosa, pois a filha ainda não retornou da igreja, mas o marido tenta tranqüilizá-la dizendo-lhe que em outras ocasiões Karin dormiu no lugarejo.

O temor da mãe se concretiza quando um dos pastores, sem imaginar onde se encontram, tenta vender, à Märeta, um vestido que alega ter sido de uma irmã dele. Ela reconhece o vestido de sua filha e, controlando-se, promete-lhe pensar no assunto. Ao falar com Töre, os dois têm certeza do triste destino da filha, pois a peça acha-se suja de sangue.

Ao encontrar-se com Ingeri, Töre toma conhecimento dos detalhes do brutal ataque sofrido pela filha, que a levou à morte. A jovem pede-lhe perdão por se sentir culpada pelo ocorrido à Karin. Movido por um forte sentimento de vingança, Töre mata os criminosos.

Na manhã seguinte, guiados por Ingeri, todos seguem até o local onde se encontra o corpo de Karin. Enquanto Märeta abraça-se ao corpo da filha, Töre, em sua crise de desespero, interroga Deus sobre os motivos que o levaram a permitir tamanha tragédia. A seguir, entretanto, ele implora seu perdão por seus pecados e promete construir, com suas próprias mãos, uma igreja no local, em penitência por sua vingança sanguinária.

Ao retirarem o corpo de Karin, surge milagrosamente uma fonte de água exatamente no local onde o mesmo se encontrava.


Críticas

Uma lenda medieval sueca inspirou a fábula "A Filha de Töre em Vangé". "A Fonte da Donzela", por sua vez, foi baseada nessa fábula. Realizado pelo grande mestre do cinema sueco, Ingmar Bergman, sua trama gira em torno de uma jovem adolescente e virgem que, ao ser estuprada e morta, faz surgir milagrosamente uma fonte de água no local do crime.

Soberbamente fotografado em preto-e-branco por Sven Nykvist, parceiro de Bergman em inúmeros filmes, esta magnífica produção carrega consigo uma mensagem de fé e esperança do homem, mesmo depois de passar por uma enorme tragédia.

Como em diversos outros filmes de Bergman, temas como a violência, a vingança e a necessidade de redenção acham-se presentes. Aliás, raramente tive a oportunidade de, no cinema, ver tais temas serem tratados com a delicadeza impressa por este consagrado cineasta em "A Fonte da Donzela". A religiosidade e a presença de Deus, dois outros temas recorrentes na obra de Bergman, acham-se igualmente presentes.


fontes:
http://www.2001video.com.br/detalhes_produto_extra_dvd.asp?produto=6520
http://www.65anosdecinema.pro.br/A_fonte_da_donzela.htm

sexta-feira, 6 de março de 2009

Chopp com Teologia - David Friedrich Strauss

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David Friedrich Strauss (27 de Janeiro de 1808 - 8 de Fevereiro de 1874), filósofo e teólogo protestante alemão nascido em Ludwigsburg, perto de Stuttgart, pioneiro na interpretação bíblica do Novo Testamento do ponto de vista mitológico, foi um teólogo e exegeta alemão de extrema importância no século XIX.

Em Setembro de 1825 iniciou os seus estudos de teologia no seminário protestante de Tübingen, sendo depois professor no seminário de Maulbroon.

Discípulo de Hegel, tornou-se muito conhecido após a publicação, em 1835, da obra Vida de Jesus, que causou escândalo nos meios religiosos da Alemanha. Para Strauss, o sucesso do cristianismo explicava-se por um "mito de Jesus", que teria sido forjado pela mentalidade judaica dos tempos apostólicos, e que não poderia ser sustentada pela ciência moderna - perspectiva depois adoptada por Ernest Renan na sua Vida de Jesus.

Estudou em Berlim com Hegel e integrou os jovens hegelianos e com seu Glaubensiehre Strauss fêz exame da licença em teologia (1828). Professor da Universidade de Tübingen, adotou os princípios de uma crítica histórica radical no estudo do Novo Testamento. A publicação de seu primeiro grande trabalho, Das Leben Jesu kritisch bearbeitet (1835-1836), onde demonstrou que os milagres de Cristo seriam mitos, causou escândalo e custou sua demissão da universidade. Com Die christliche Glaubenslehre in ihrer geschichtlichen Entwicklung (1840-1841), rompeu definitivamente com a igreja protestante.

Hegel, com a sua "despersonalização" da religião, havia introduzido a chamada corrente do racionalismo hegeliano no seio do protestantismo alemão, que afirmava que o cristianismo apenas podia ser salvo através do esvaziar do seu conteúdo sobrenatural. Os hegelianos pretendiam fundar a religião cristã sobre uma base exclusivamente racional. Strauss, discípulo de Hegel, mas reagindo aos racionalistas hegelianos, vinha argumentar que o cristianismo apenas se podia defender através da veracidade dos testemunhos evangélicos.

Nos Estados Unidos da América, a tese de Strauss encontrou eco quase imediato em Theodore Parker (1810–1860) que, em 1841, fez um sermão intitulado "A Discourse of the Transient and Permanent in Christianity", um espécie de manifesto do chamado "transcendentalismo". Na Alemanha, porém, Strauss viu-se desautorizado logo em 1845, com a obra "Paulus der Apostel Jesu Christi" de Ferdinand Christian Baur, do fundador da chamada "tendência" ou escola de exegese de Tübingen.


A tese e a obra de Strauss dominaram o movimento crítico da religião na Europa, sobretudo entre agnósticos e ateus, durante a segunda metade do século XIX, podendo ser seguido o seu percurso de influência em três direcções principais: por intermédio de Feuerbach, tocando Karl Marx; por intermédio de Renan, no materialismo francês do século XIX; e, em Haeckel, com difusão nas correntes cientistas.

Casou (1841) com a bela cantora de ópera Agnes Schebest, de quem separou-se cinco anos mais tarde, quando já tinham duas crianças. Exerceu um mandato de deputado após a revolução (1848), mas não se deu bem como político e retirou-se logo depois da vida pública e recomeçou sua atividade literária pela publicação do Der Claren de Thron do dem do auf de Der Romantiker, uma sátira comparativa entre Juliano o apóstata e o Frederick William IV da Prússia (1847).

Escreveu também uma série de trabalhos biográficos, que fixaram para ele um lugar permanente na literatura alemão, como Schubarts Leben, 2 vols. (1849), Morklin Christian (1851), Nikodemus Frischlin (1855), Ulrich von Hutten , 3 vols. (1858-1860) e H.S. Reimarus (1862).

Morou em Darmstadt (1865-1872), onde publicou (1870) suas leituras sobre Voltaire. Ainda publicou outra obra polêmica Der alte und der neue Glaube (1872), obra sobre a vida de Jesus, em que rompeu com toda e qualquer religião e na qual se mostrou totalmente materialista. Doente, voltou a viver em Ludwigsburg, onde morreu dois anos depois.

fontes:
http://www.brasilescola.com/biografia/david-friedrich-strauss.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Friedrich_Strauss

Eliadiar: André Eduardo Guimarães (1952-1991)

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por Aline Grasiele

Queridos amigos e amigas,

Hoje quero mudar um pouco o rumo da prosa para relembrar um grande pesquisador, André Eduardo Guimarães. Hoje (5 de março de 2009) faz 18 anos de sua morte. Pe. André era filósofo, licenciado em teologia moral e psicólogo. Sua dissertação de mestrado, defendida em 1980 no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais, tem como título “A estrutura do sagrado na obra de Mircea Eliade”. Sua tese doutoral foi defendida em 1989 no programa de filosofia da Pontifícia Universidade Católica Gregoriana de Roma com o título “O Sagrado e a História: fenômeno religioso e valorização da história à luz do anti-historicismo de Mircea Eliade” e publicada em 2000 pela EDIPUCRS. Temos ainda um outro trabalho, publicado em 1999 pela EDIPUCRS com o título “A paternidade no confronto entre psicanálise da religião e fé”.

Pe. André Eduardo Guimarães dedicou-se com paixão a garimpar o pensamento filosófico de Mircea Eliade, constituindo-se, assim, na maior referência para os estudos eliadianos no país. Porém, devido ao seu falecimento precoce num acidente de automóvel do dia 5 de março de 1991 entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, muito de seu significativo material, resultante de suas investigações, ficou esquecido. Mesmo seus dois livros, posteriormente publicados, são pouco utilizados entre os pesquisadores.

Dom Eduardo de Benes Sales Rodrigues, Arcebispo da Arquidiocese de Sorocaba, em sua apresentação do livro “O Sagrado e a História”, publicação da tese doutoral de André Guimarães, ressalta que a obra é uma leitura indispensável para todos os que se interessam pelo fascinante tema das relações entre o sagrado e o profano, transcendência e história, religião e cultura. Portanto, resgatar essa interpretação e documentos de pesquisa de André Eduardo Guimarães é um importante objetivo de nossa pesquisa.

Deixo hoje, então, como homenagem ao Pe. André Guimarães e prosseguindo nossa reflexão, um pequeno trecho de sua dissertação sobre a camuflagem do sagrado

“Eliade ao observar atentamente vários comportamentos do homem moderno, foi levado a elaborar a noção de camuflagem, para designar o modo pelo qual o sagrado estaria cifrado nos recônditos e entremeios das condutas, até mesmo entre as mais ordinárias, do homem arreligioso. Na verdade, trata-se de mitos, ritos, símbolos, degradados na aparência. Estes, nas sociedades primevas, eram expressão de situações-limites, de crises existenciais. O que caracteriza estas situações é o fato de que colocam em questão a realidade do mundo e a presença do homem no mundo. Neste sentido, a experiência religiosa, posto do ponto de vista da dialética do sagrado (não há manifestação do sagrado, propriamente falando) como do ponto de vista da estrutura simbólica (não se percebe a ligação entre tal evento “dessacralizado” e o sistema simbólico capaz de conferir-lhe sua plena inteligibilidade). O mito é uma forma de interpretação religiosa da história. Ora, a camuflagem dos mitos significa que o homem moderno não deixou, pelo fato de se dizer dessacralizado, de construir seus “mitos”. Ao contrário, parece mesmo que as perspectivas mais dessacralizadas são as que revelam, no fundo, uma estrutura mítica.” (p. 189-190).
(GUIMARÃES, André Eduardo. A estrutura do sagrado na obra de Mircea Eliade. 1980,276f. Dissertação (Mestrado em Filosofia). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte)

Sobre essa temática deixo como referência, a obra de uma ex-aluna do Pe. André, Profa. dra. Cleide Scarlatelli, “A camuflagem do sagrado e o mundo moderno: à luz do pensamento de Mircea Eliade” publicada em 1998 pela EDIPUCRS.

Até a próxima quinta!!!

Aline

quarta-feira, 4 de março de 2009

Leia comigo! - Maria Madalena

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Maria Madalena foi submetida a uma violência simbólica que roubou sua identidade, desconsiderando sua importância nas origens do cristianismo. Estigmatizada como a pecadora arrependida, a verdade de seu ser foi substituída por uma mentira que se fixou de forma tão nociva na tradição cristã, nos conscientes e nos inconscientes, que sua verdadeira essência se perdeu com o tempo. (p. 58)

Com o rebaixamento de Maria Madalena à condição de prostituta começou ao mesmo tempo a ascensão de Maria mãe de Jesus à categoria de santa. O modelo de uma amizade livremente assumida entre uma mulher e Jesus deu lugar ao modelo primitivo da maternidade biológica. (p. 67)

É Madalena quem descobre o túmulo vazio e recebe o anúncio pascal, quem primeiro proclama a boa-nova da ressurreição e primeiro se encontra com o Senhor ressuscitado. Ela teve um papel central, como um dos pilares da igreja cristã primitiva. Segundo os critérios citados em Atos 1.21-25 a autoridade de Madalena é a de uma 'testemunha da ressurreição' e apóstola. Em companhia das outras mulheres, mas com uma responsabilidade especial entre elas. (p. 69)

O teólogo medieval Abelardo (1079 - 1142) escreve em sua 7ª carta a Heloísa: 'Chamamos Maria Madalena apóstola dos apóstolos (apostolorum apostolam), da mesma forma como não hesitamos em chamá-la profetisa dos profetas. (p. 72)

Para adquirir a obra 'Maria Madalena - a mulher mais misteriosa do Novo Testamento', de Priscila C. Nagatomo, pela Editora Reflexão, ligue para 11 2478 5407 ou acesse o site www.editorareflexao.com.br

terça-feira, 3 de março de 2009

Provocação: Reflexão (53) - Falsos pregadores

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por Jefferson Ramalho

"Didaquê (Διδαχń em grego clássico) ou Instrução dos Doze Apóstolos, é um escrito do primeiro século que trata do catecismo cristão. Didaquê significa doutrina, instrução. É constituído de dezesseis capítulos, e apesar de ser uma obra pequena, é de grande valor histórico e teológico.

O título lembra a referência de Atos 2,42: 'E perseveravam na doutrina dos apóstolos ...'.

Estudiosos estimam que são escritos anteriores a destruição do templo de Jerusalém, entre os anos 60 e 70 d.C. Outros estimam que foi escrito entre os anos 70 e 90 d.C., contudo são coesos quanto a origem sendo na Palestina ou Síria.

Quanto a sua autenticidade, é de senso comum que o mesmo não tenha sido escrito pelos doze apóstolos, ainda que o título do escrito faça menção aos mesmos; mas estudiosos acreditam na compilação de fontes orais tendo recebido tais ensinos que resultaram na elaboração do mesmo. Também é senso comum que tenha sido escrito por mais de uma pessoa.


O texto foi mencionado por escritores antigos, inclusive por Eusébio de Cesaréia (c.265 - 339), em seu livro 'História Eclesiástica', mas a descoberta desse manuscrito, na íntegra, em grego, num códice do século XI (ano 1056) ocorreu somente entre 1873 e 1883, num mosteiro em Constantinopla.

Nos escritos da Didaquê, além da catequese e liturgia cristã, o evangelho de Jesus é recomendado. A Didaquê também cita a oração do 'Pai Nosso' como sendo 'ensinada pelo Senhor' e finda com a afirmação em consonância com o livro Apocalipse, do Novo Testamento, de que Jesus voltará."

(fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Didaqu%C3%AA).

Eu, porém, gostaria de destacar apenas um fragmento desse importantíssimo documento. Trata-se da passagem em que o autor afirma:

"Todo apóstolo que vem até vocês seja recebido como o Senhor. Ele não deverá ficar mais que um dia ou, se for necessário, mais outro. Se ficar por três dias, é um falso profeta. Ao partir, o apóstolo não deve levar nada, a não ser o pão necessário até o lugar em que for parar. Se pedir dinheiro, é um falso profeta. [...] Se alguém disser sob inspiração: 'Dê-me dinheiro' ou qualquer outra coisa, não o escutem. Contudo, se ele pedir para dar a outros necessitados, então ninguém o julgue."

(fonte: Didaqué - o catecismo dos primeiros cristãos para as comunidades de hoje. 10. ed. São Paulo: Paulus, 1989, p. 24 e 25).

Nessa passagem, a Didaquê está falando sobre os verdadeiros e falsos pregadores.

É claro que a maioria dos pregadores da atualidade não conhecem tal documento. E se o conhecessem, não lhe dariam crédito.

Ao ler esse breve trecho, me lembro não somente dos líderes e pastores neopentecostais, pentecostais e até tradicionais que já entraram no esquema. Volto a salientar: há uma minoria séria. Mas o que se destaca, são aqueles sobre os quais você já sabe aos que me refiro. Mas ao ler essa passagem da Didaquê, também me lembro dos famosos pregadores itinerantes. Aqueles que se dizem chamados por Deus para pregar nas igrejas, quando essas os convidam. A maioria, claro, não prega de graça. E os argumentos são os mais grotescos. "Quando eu era do mundo, o diabo me dava tudo. Eu não medigava o pão quando trabalhava pra satanás. Agora que trabalho pra Deus, não aceito ganhar pouco. Não prego, não canto, não faço nada de graça."

Não quero perder muito tempo comentando sobre esses casos. A Didaquê está aí! Isso sem falar das Escrituras que quando coerentemente interpretadas, jamais podem servir de base para práticas de extorsão e manipulação em nome de Deus.

O pior de tudo são as promessas de riquezas e prosperidade que vêm junto com o discurso. As pessoas, quando iludidas e manipuladas, são levadas à uma prática de adoração ao dinheiro e à matéria, e não ao Deus verdadeiro e invisível.

Esses falsos pregadores, conforme alerta a Didaqué, não temem a Deus e a Sua Palavra. Querem o poder, as riquezas, o status, os melhores horários na TV, os melhores e mais caros carros importados, casas, fazendas, cavalos, aeronaves, jóias, fama e tudo o que puder supostamente provar que seu discurso é eficaz.

Mas isso, sempre, com o dinheiro das pobres e ingênuas ovelhas, que além de enganadas, se tornam suas principais defensoras. É impressionante! A manipulação atinge um nível tão baixo, que os fiéis são mais fiéis de seus líderes do que de Deus. Isso por uma razão simples: tais líderes se afirmam como os porta-vozes de Deus. Aqueles que têm verdadeiramente a Palavra de Deus para as pessoas. Se qualificam como "anjos da igreja". Lamentável!

Às veze brinco: acho que vou abrir a minha portinha também. E terei sucesso! É isso que as pessoas gostam e querem. Serem enganadas, manipuladas, ridicularizadas, roubadas e desapropriadas. Mas aí eu me lembro que a Graça de Jesus que um dia gerou temor e tremor em minha alma, jamais permitiria que eu entrasse nesse jogo sujo!

Abraços!

na Graça,
Jefferson

segunda-feira, 2 de março de 2009

O que preguei ontem

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por Jefferson Ramalho

Recentemente preguei em uma igreja pentecostal, em São Paulo.

Para mim, especialmente, é sempre interessante ter tal experiência!

Falei sobre a passagem de Paulo a Timóteo, em 1ª Tm 4.6-16.

Tentei desenvolver uma pregação expositiva, cujo título foi:

Vocação, Espiritualidade e Paciência.

O esboço da pregação foi o seguinte:

1. Breve biografia de Timóteo ::
2. A vocação de Timóteo segundo Paulo ::
3. O significado bíblico de Vocação e de Ministrar (escravidão)::
4. A importância das obras dos mestres da espiritualidade cristã ::
* fontes clássicas: João Cassiano, João da Cruz, Tereza d'Ávilla etc
* fontes recentes: Thomas Merton, Henri Nouwen, Anselm Grün etc
5. Reconhecimento da própria vocação ::
6. Dedicação às disciplinas recomendadas por Paulo ::
7. Paciência e perseverança ::
8. Deus cumprirá o seu ministério no momento dEle ::
9. Análise crítica do ensino e da vida das igrejas evangélicas atuais ::

Infelizmente, pregações dessa linha não são bem recebidas.

Os próprios líderes, principalmente, preferem as pregações animadas e não as que provocam reflexões e questionamentos.

Se o pregador não chegar e fazer o povo rir, virar pirueta e plantar bananeira, não valeu a pena.

As instituições, em sua maioria, estão à procura de animadores de auditório - ou por que não, de circo? - e não pregadores do Evangelho, que confrontam e desafiam.

Na próxima semana, mais uma pregação do Evangelho!

Abração,

na Graça,
Jefferson

domingo, 1 de março de 2009

Chega de Teologia - Verdão dispara

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Após a vitória sobre o Guarani, por 1x0, o Palmeiras continua invicto no Paulistão 2009. Com gol de Dayvid Sacconi, o Verdão chega a 28 pontos na disputa. O próximo jogo do Alviverde será no próximo domingo contra o Gambá, que vergonhosamente empatou hoje com o Marília, em 1x1, no interior de São Paulo.


Não vergonhosa foi a atuação brilhante do Cruzeiro, nesse domingo. Embora não tenha comparecido em grande número ao Mineirão, na tarde deste domingo, a torcida cruzeirense fez muita festa para comemorar a reestreia do argentino Sorín, que voltou a jogar com a camisa celeste, após quatro anos e meio. O destaque maior da partida, entretanto, foi Kléber (ex-Palmeiras - claro), autor de três gols na goleada sobre o Ituiutaba, por 4 a 1, que consolidou a liderança isolada do Campeonato Mineiro e manteve sua invencibilidade em 2009.

Pra completar a festa, o São Paulo Futebol Clube perdeu para o Santos, na Vila Belmiro. Com esse resultado, fica tudo embolado na briga pelas 3 vagas do Paulistão, já que a primeira, sem sombra de dúvida, já tem dono. Los bambinos Dagoberto e Washington saíram "de mal" do jogo.


Aos 32 minutos do segundo tempo, Dagoberto passou por três zagueiros e entrou na área do Santos. Ele tinha Washington livre, mas preferiu chutar e perdeu o gol. "Eu não gosto de coisas que ele [Washington] faz, e não saio falando. Então ele não precisa reclamar que eu não passei. Tentei chutar na cara do gol. Perdi, acontece".

É isso aí, torcedores do Verdão! Terça-feira (3/3), tem Palmeiras na Libertadores, contra o time chileno Colo-Colo, às 20h, no Palestra Itália. Vamos torcer juntos pelo nosso Verdão Querido!!!

fontes: www.yahoo.com.br e www.uol.com.br