sábado, 28 de junho de 2008

Em novembro - Jesus é Deus?


Em novembro, a Editora Reflexão irá lançar o primeiro volume da tríade sobre a Divindade de Jesus Cristo na História do Pensamento Cristão.

Este primeiro tomo irá tratar da temática do primeiro ao quarto século, com ênfase nas discussões e definições cristológicas do Concílio de Nicéia (325), que foi o primeiro Concílio Ecumênico da História da Igreja.

O livro primeiro da pretensa tríade será chamado:

Jesus é Deus? - uma leitura sobre a divindade de Cristo na História

Confira o site da Editora Reflexão p/ tentar (re) conhecer o autor: hehe

http://www.editorareflexao.com.br/jefferson_ramalho.php

Abração,

Jefferson

Reflexão (41) - Agir rápido, agir juntos




por Leonardo Boff

Finalmente também as igrejas estão se mobilizando para enfrentar o aquecimento global. O secretário geral da ONU Ban Ki Moon visitou em março o Conselho Mundial das Igrejas em Genebra e disse: “um problema global exige uma resposta global: nós precisamos da ajuda das Igrejas”. E elas logo responderam com uma conclação aos milhões de cristãos dispersos pelo mundo afora, com as palavras:”Agir rápido, agir juntos porque não temos tempo a perder”.

Biblicamente enfatizaram que Deus nos entregou a Terra como herança para ser administrada, pois esse é o sentido hebraico de “dominai a Terra” que não tem a ver com a nossa dominação. Assumem os dois imperativos propostos pelo Painel Intergovernamental das Mudanças Climaticas (IPCC): a mitigação e a adaptação. A mitigação quer atingir as causas produtoras do aquecimento global que é o nosso estilo delapidador de produção e o consumo sem medida e sem solidariedade. A adaptação considera os efeitos perversos, especialmente nos países mais vulneráveis do sul do mundo que exigem de todos solidariedade e com-paixão, pois se não conseguirem se adaptar, assistiremos, estarrecidos, a grandes dizimações de vidas humanas.

As Igrejas assumem uma função pedagógica: ao evangelizarem, devem propor o ideal de uma sobriedade voluntária e de uma austeridade jovial e ensinar o respeito a todos os seres, pois todos saíram do coração de Deus. Sendo dons do Criador, devemos condividi-los solidariamente com outros a começar pelos que mais precisam. A Igreja católica oficialmente ainda não propôs nada de significativo. Mas a CNBB em suas Campanhas da Fraternidade sobre a água e sobre a Amazônia ajudou a despertar para a ecologia.

O bispos canadenses publicaram recentemente uma bela carta pastoral com o titulo:”a necessidade de uma conversão”. Atribuem à conversão um significado que transcende seu sentido estritamente religioso. Ela implica “encontrar o sentido do limite, pois, um planeta limitado não pode responder a demandas ilimitadas”.Precisamos, dizem, libertar-nos da obsessão de consumir. “O egoísmo não é somente imoral, é suicida; desta vez não temos outra escolha senão uma nova solidariedade e novas formas de condivisão”.

Chegamos a isso, reconhecem, porque há séculos não respeitamos mais as leis da vida, esquecendo a sabedoria antiga que ensinava:”não comandamos a natureza senão obedecendo a ela”. É mais fácil enviar pessoas à lua e trazê-las de volta do que fazer com que os humanos respeitem os ritmos da natureza. Agora estamos colhendo os frutos envenenados da dessacralização da vida provocada pelo poder da tecno-ciência a serviço da acumulação de poucos.

O judeu-cristianismo possui suas razões próprias para fundar um comportamento ecologicamente responsável e salvador. Parte da crença, semelhante à visão da cosmologia contemporânea, de que Deus transportou a criação do caos ao cosmos, quer dizer, de um universo marcado pela desordem a um no qual vige a ordem e a beleza. E Deus disse:”isso é bom”. Colocou o ser humano no jardim de Éden para que o “cultivasse e guardasse”. “Cultivar” é cuidar e favorecer o crescimento e “guardar” é proteger e assegurar a continuidade dos recursos, como diríamos hoje, garantir um desenvolvimento sustentavel.

Importa refazer a conexão rompida com a natureza para que possamos de novo gozar de sua beleza e de sua “grandeur”. Esta fé funda uma esperança de um futuro bom para a criação, tão bem expresso no livro da Sabedoria: “Senhor, tu amas todos os seres e a todos poupas porque te pertencem, ó soberano amante da vida”(11,24 e 26).

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Reflexão (40) - Lei da mordaça


por Caio Fábio

Hoje haverá grande manifestação em Brasília contra a PLC122, cujo texto de projeto de lei pode ser lido no seguinte site:

http://www.senado.gov.br/sf/publicacoes/diarios/pdf/sf/2006/12/14122006/38854.pdf

Muita gente vem me escrevendo acerca do tal Lei Contra a Homofobia pedindo de mim uma opinião, a qual, tendo em vista que em geral os "religiosos" são homofóbicos mesmo, não me interessei nem em ver o texto e menos ainda em discuti-lo.

Ontem, no entanto, atendo ao pedido de uma pessoa amiga e que ocupa o cargo de Senador da Republica, li o texto a fim de dar a minha opinião. Ora, a simples leitura do texto do projeto de lei me evidenciou de saída o fato de que o tal projeto não apenas incorre em várias inconstitucionalidades, mas, também, muito além disso, cria precedentes hostis e perversos, sem falar que dá, em tal caso, aos queixosos homossexuais, um poder de arbítrio sobre inúmeras áreas da vida comum, gerando o espaço legal para grande quantidade de exageros e exacerbações.

Em minha opinião o projeto de lei é inconstitucional na forma como está redigido, pois, gera uma soberania de direito ao grupo que demanda tal direito, que, pela própria natureza da formulação legal, anula outros direitos superiores e bem mais antigos em sua legitimidade.

Por exemplo, por tal lei, no caso de ela um dia vigorar, os demais direitos universais (como o de expressão de opinião de qualquer natureza, se for contrária às manifestações homossexuais, ainda que escandalosas), serão subjugados pelos direitos de qualidade "Homocráticas" de tal grupo, posto que, pelo bojo da proposta, declara-se mesmo a impossibilidade de discordar publicamente de práticas ou ideologias de conteúdo homossexual.

Ora, a tal PL122 supostamente se fundamenta em direitos inalienáveis, como os que protegem condições intrínsecas dos humanos, como raça, etnia e cor, mas, apesar de tudo, evoca os direitos da própria expressão religiosa (um dos direitos inalienáveis da Constituição), pondo-se em equivalência com aquilo que sendo objetivo não necessita nem de demonstração e nem de prova, como é o caso de uma raça ou etnia.

Uma raça é uma raça. Uma etnia é uma etnia. Portanto, são realidades universais e objetivas em sua constituição.

Não é a mesma coisa com a condição homossexual, a qual, como se sabe, tem casos de homossexualidade inata e intrínseca, tanto quanto também possui uma enorme quantidade de casos que não carregam traços inatos da condição, mas apenas configuram uma "escolha", não sendo, dessa forma, em hipótese alguma, algo que possa ser universalizado como universal é o direito de uma raça ou etnia.

Isto sem falar que a PL 122 também cria, de modo inerente, uma espécie de vitaliciedade empregatícia. Sim! Pois com as descrições de direito que teria um suposto homossexual ante um patrão (podendo ele alegar pela via da simples queixa que está sendo objeto de discriminação, não importando o grau de objetividade e de constatabilidade da denuncia) - todos os patrões são postos na difícil situação de temer despedir um funcionário homossexual, por qualquer que seja a razão trabalhista ou funcional, em razão de que sob ele pesará a possibilidade de ser condenado pela subjetividade ou até mesmo esperteza e ou maldade do funcionário queixoso.

Há de se ter leis que protejam os homossexuais de toda forma de discriminação real e objetiva. Do mesmo modo, há de se ter sempre leis que ao garantirem os direitos de minorias não o façam contra a expressão da maioria.

A presente PL 122, todavia, vai além da proteção aos direitos dos homossexuais, e, por outra via, passa a ser uma lei de Homossexualismo ao invés de ser um lei de proteção ao direito de ser homossexual numa sociedade democrática e pluralista.

Acho fundamental aqui fazer duas distinções que julgo importantes:

1. Homossexualidade não é homossexualismo. Homossexualidade pode ser uma condição psíquica ou até congênita (ainda a ser completamente provada, e, até agora, relacionado à minoria dos casos), a qual, na maior parte das vezes, é praticada com descrição e recato natural, assim como deve proceder um heterossexual sadio. Já o homossexualismo é ideológico, político, impositivo, catequético, fundamentalista em seu fervor fanático, e, sobretudo, trata-se de um movimento "sindicalizante" e hostil. Ora, a presente PL 122 é tipicamente um projeto de lei homossexualista e altamente ideológico.

2. Direitos Universais são caracterizados pela inafastabilidade objetiva da condição existente. Assim, etnias e raças carregam a si mesmas em seus direitos universais. Ora, o mesmo não se pode dizer da homossexualidade, a qual existe em estado de profunda subjetividade, além de que está há anos luz de distancia de qualquer coisa que se possa chamar de condição universal. Desse modo, creio que a presente PL 122 faz universal um particular da existência humana. Ora, em tal caso, creio que uma outra PL deve ser proposta, mas que não carregue em si "direitos" que soneguem outros direitos universais já estabelecidos e por todos aceitos como fruto do bom senso.

Aqui me eximo de falar sobre outras implicações do presente Projeto de Lei 122, posto que a meu ver são apenas reações angustiadas ante à desvairada propositura da PL122, mas que não tratam das questões de sua inviabilidade Constitucional.

Isto posto de modo muito rápido, concluo dizendo que creio que o que de melhor se faria seria derrubar tal PL122, e, no lugar dela, que parlamentares equilibrados, e que, portanto, não fossem nem militantes homofóbicas e nem militantes homossexualistas, propusessem um novo projeto de lei, o qual deveria dar respeito e dignidade aos homossexuais em nossa sociedade, ao mesmo tempo em que eles não fossem feitos os juizes e os executores de leis conforme se prevê nesta fatídica PL122.

O meu temor agora é pelas manifestações de amanhã, como Silas, Linhares e Cia. LTDA vociferando ódios, de um lado; enquanto, do outro lado, os "homossexualistas" ganham mais um argumento apenas assistindo o destilar do ódio de seus opositores.

A PL 122 é uma desgraça. Pena que não é apenas ela, pois, sendo justo, tem-se que admitir que os modos da refutação sejam tão cheios de ódio e de homofobia, que, por tal razão, até quem está errado fica certo pelo ódio do antagonista.

A verdade tem que ser seguida em amor. Pois, do contrário, até a verdade se torna mentira quando os modos são os do ódio.

Podendo escrever muitas outras coisas, mas atendo-me apenas a estas, peço as orações de todos, pois, o resultado de tudo isto pode ser a criação de muito mais ódio numa sociedade que está perdendo por completo o amor e a reverência pelo próximo.

No espírito que Dele tenho aprendido,

Caio Fábio

Lago Norte

Brasília / DF

Caio Fábio D'Araújo Filho é teólogo, psicanalista, escritor e mentor espiritual do movimento "Caminho da Graça". Hoje o movimento tem grupos - denominados Estações do Caminho - se reunindo em diversas cidades do Brasil e do Mundo; e em Brasilia, no auditório do Colégio La Salle - 906 Sul, todo domingo, às 19h00.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Reflexão (39) - Testemunholatria



por Carlos Bregantim

O testemunho pessoal sempre foi um item relevante na caminhada de um cristão. O testemunho natural, aquele que acontece no cotidiano. O caminhar de um cristão pela vida necessariamente gera fatos que se tornam relevantes e aí está um testemunho. Sim, neste caminhar na vida, em alguns momentos podem acontecer fatos mais extraordinários que poderiam ser chamados até de milagres. Estes fatos, dependendo da importância que têm para cada uma das pessoas que os vive, acabam sendo relatados, ou, por si só, isto é, o fato, aparece sem que seja necessário que se fale dele.

Na verdade os melhores testemunhos são aqueles que aparecem naturalmente. Fatos que acompanham a vida de um cristão. Presença, palavra, atos, gestos que em sendo o normal de um cristão, ganham visibilidade e se tornam incentivos aos que vêem, em viver do mesmo modo e influenciarem seus contextos de vida. O tal testemunho de vida é algo na verdade muito bem-vindo e deve fazer parte do caminhar de um ser humano visitado pela graça de Deus, e por isto entende que deve viver servindo ao mundo e a Deus. Este ser humano pode ser chamado de cristão, pois, cristão é um ser humano que, por ter se encontrado com Cristo, se olha e olha o mundo com lentes graciosas.

Este tipo de testemunho era o que se via nos primeiros dias da chamada "igreja primitiva". Sim, algumas dessas testemunhas, por darem um testemunho que confrontava o sistema injusto, opressor, imoral, antiético, anti-vida que os circundavam, perderam a própria vida. Tais testemunhas davam testemunhos não sobre si mesmos e o quanto tinham recebido, enriquecido, livrado, curado, não; estes testemunhavam a respeito da FÉ que tinham abraçado e que lhes tinha abertos os olhos para enxergar o que de fato precisava ser enxergado.

A Fé que eles abraçaram abriu-lhes os olhos para ver a miséria, a pobreza, a injustiça, o desamor, os pré-conceitos, os males gerados por uma consciência deformada. Insisto, estes testemunhas e testemunhos estão em falta hoje, pois hoje, o que temos é a TESTEMUNHOLATRIA.

Chega ser insuportável ouvir o que no meu entender se tornou uma doença ou pior, uma ferramenta, um instrumento de negócio neste mercado da fé. São os "ex" que vomitam as suas histórias, mazelas, experiências. Num mundo injusto e pobre, o que mais se ouve, são os que quebraram, faliram, mas, como que em passes de mágica puderam ver aparecer em suas contas bancárias valores que sabe Deus de onde vieram.

Testemunhos na sua maioria de gente egoísta, cujos testemunhos só relatam o que ganharam para si. Em geral são testemunhos egocêntricos sem nenhum sinal de solidariedade para com os outros, os próximos. Testemunhos que diminuem e desconsideram os outros, que buscavam a mesma benção, a mesma vaga, a mesma posição, o mesmo lugar ao sol.

Testemunho que traz todo holofote para o próprio testemunho ou à instituição religiosa à qual pertence. Testemunho que engrandece o atendido, aquele que orou, o lugar onde aconteceu, o ambiente, o culto, e por aí vai. Sem falar que certos testemunhos na verdade tocam na dignidade de pessoas simples e sinceras que parecem ser obrigadas a testemunhar e são constrangidas a fazê-lo. Sem falar nas denúncias de pessoas que são contratadas para testemunhar.

Gostaria de ver além de gente testemunhando pra valer na vida fora dos holofotes, gente que tivesse a coragem de testemunhar a respeito da tal BENÇÃO QUE NÃO VEIO, da oração que não foi atendida segundo o que foi pedido, do enfermo que acabou morrendo, da vaga que não foi conquistada, da posição que não foi atingida, do dia mal, das noites solitárias, das madrugadas insones. Gostaria de ouvir testemunhos destes que apesar de tudo diriam como Habacuque: Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas.

Chega de TESTEMUNHOLATRIA!

A vida não é como se ouve nestes testemunhos. A vida é mais que testemunhos. A vida é melhor que os testemunhos. A vida tem seus sabores, suas dores, ganhos e perdas, mas, é neste palco que a vida de fato acontece. Os testemunhos de palco servem mais àqueles que desejam fugir da vida. É no chão da vida que a vida acontece pra valer e é ali que o Eterno se manifesta o tempo todo. Bem-aventurados os que vivem a vida no lugar onde a vida está acontecendo. Bem-aventurados os que percebem e desfrutam da presença do Eterno no lugar onde a vida está acontecendo.

Graça, paz & bem.

Com carinho e responsabilidade.

Carlos Bregantim

domingo, 1 de junho de 2008

Críticas de Carlo Maria Martini à igreja


por Elisabetta Piqué

ROMA.- "La Iglesia debe tener el coraje de reformarse." "A la Iglesia se le debe ocurrir alguna idea."

A los 81 años, el cardenal Carlo María Martini, jesuita y una de las voces más prestigiosas de la Iglesia, famoso por sus posiciones abiertas en varios temas, como el control de la natalidad, ha vuelto a sacudir las aguas. En Conversaciones nocturnas en Jerusalén , un libro recientemente publicado en Alemania, editado por Herder y considerado su "testamento espiritual", este reconocido intelectual y biblista hace un fuerte llamado a la Iglesia a reformarse y a no alejarse de las enseñanzas d
el Concilio Vaticano II.
En un diálogo con otro jesuita, el padre Georg Sporschill, Martini confiesa haber estado en conflicto con Dios; elogia al padre del protestantismo, Martín Lutero; defiende el debate sobre el celibato y la ordenación de mujeres, y reclama una apertura del Vaticano en materia de moral sexual. Según extractos que aparecieron en el diario La Repubblica , Martini demuestra en el libro una abierta sinceridad. En una afirmación más que impactante, reconoce, por ejemplo, que hubo en tiempo en que "soñé una Iglesia en la pobreza y en la humildad, que no depende de las potencias de este mundo. Una Iglesia que concede espacio a la gente que piensa más allá. Una Iglesia que da coraje, especialmente a quien se siente pequeño o pecador. Una Iglesia joven. Hoy ya no tengo estos sueños. Después de 75 años he decidido rezar por la Iglesia".

Durante 22 años arzobispo de Milán, la mayor diócesis del mundo, y "papable" del ala progresista, el cardenal exhorta a la Iglesia a tener el valor de reformarse, algo esencial para poder ir hacia el futuro. Indica que el celibato debe ser una verdadera vocación, y que quizá no todos tienen el carisma para esto. Fuerte expectativa El libro aún no ha salido en Italia, donde será publicado por Mondadori en septiembre próximo. Si bien probablemente el papa alemán ya debe de haber leído el libro, la mayoría en el Vaticano aún no lo ha visto, y lo espera con gran expectativa.

Martini -que en los últimos años vivió en Jerusalén, pero que ahora ha regresado a Gallarate, cerca de Milán, para seguir un tratamiento para combatir el mal de Parkinson- no le teme a la idea de volver a discutir cuestiones de moral sexual.

Critica la encíclica Humanae Vitae (1968) sobre el control de la natalidad, que para él tuvo "consecuencias negativas", y a su autor, Pablo VI, que "sustrajo conscientemente el tema a los padres conciliares". Sentencia que "quiso asumir la responsabilidad de decidir sobre los anticonceptivos, y esta soledad decisional a largo plazo no fue una premisa positiva para tratar los temas de sexualidad y familia".

La encíclica Humanae Vitae A 40 años de la encíclica, Martini, que hace unos años se pronunció en favor del uso del preservativo como mal menor, sostiene que habría que darle "una nueva mirada" a la materia. Quien dirige la Iglesia, destaca el cardenal Martini, hoy puede "indicar una vía mejor que la Humanae Vitae ". En cuanto a la homosexualidad, afirma: "Entre mis conocidos hay parejas homosexuales, hombres muy estimados y sociales. Nunca nadie me pidió, ni jamás se me habría ocurrido, condenarlos".

Frente a la creciente escasez de sacerdotes considera que confiarle a un párroco más parroquias, o importar curas del exterior no son soluciones. "A la Iglesia se le debe ocurrir alguna idea", pide Martini, para quien debe debatirse la posibilidad de ordenar hombres casados de reconocida fe.

Otra afirmación provocativa de Martini, que hace tres años tuvo una porción significativa de votos en el cónclave que consagró papa a Benedicto XVI, es que "uno no puede hacerlo a Dios católico", frase en sintonía con una famosa de la Madre Teresa de Calcuta, que decía directamente: "Dios no es católico". El famoso intelecutal indica que siempre los hombres necesitan de reglas y límites, pero que Dios está más allá de las fronteras que suelen levantarse.

Elisabetta Piqué
Corresponsal en Italia