sábado, 28 de fevereiro de 2009

Cinema - Em nome de Deus

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No século XII, Pedro Abelardo, um respeitado filósofo e professor em Paris, é contatado para ser o tutor da bela e inteligente Heloise. Rapidamente eles se apaixonam, mas precisam manter seu relacionamento escondido de todos, porque Abelardo era comprometido com o celibato.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Chopp com Teologia - Jürgen Moltmann

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Jürgen Moltmann é um dos principais teólogos Luteranos contemporâneos. Ele nasceu em 1926 em Hamburgo, Alemanha. Moltmann lutou na II Guerra, foi feito prisioneiro pelos ingleses e foi levado para um campo de concentração na Inglaterra.

Moltmann de 1945-1948, esteve prisioneiro dos aliados na Bélgica e na Inglaterra. Esses anos de prisão levaram-no a refletir sobre o sentido da vocação cristã. Em 1948 voltou a Alemanha e foi estudar teologia. A partir de 1952, atuou como pastor da Igreja Luterana.

Desde 1967, foi professor de teologia sistemática na Universidade de Tubinga. Moltmann é um escritor prolífico, centrado integralmente em “olhar a teologia sob um ponto de vista particular: a esperança. É uma contribuição sistemática à teologia, na qual considera o contexto e a correlação que os diferentes conceitos têm no campo da teologia”.

Moltmann dedicou-se e ainda se dedica a lecionar teologia em universidades. Moltmann é o criador da 'Teologia da Esperança', em que desenvolve as idéias da realização do Reino, como promessa fundamental de Deus. Ele também destaca muito a importância do mistério da cruz. Moltmann é casado e tem quatro filhos.
Suas principais obras são:

- Teologia da Esperança;
- O Deus Crucificado;
- A Igreja na Força do Espírito;
- Conversão ao Futuro.


Suas obras:

Teologia da esperança (1964), que o torna conhecido como um dos grandes teólogos de hoje na linha de Barth e de Bultmann. Nela confirma a importância que a escatologia tem na doutrina do Novo Testamento; a escatologia, não como crença em fatos concretos que devem acontecer nos finais dos tempos, mas como fator que modela toda a teologia cristã. Tal perspectiva escatológica do cristianismo é interpretada como promessa, como plataforma para a futura esperança. É base para uma transformação antecipada do mundo da nova terra prometida.

A meta da missão cristã não é simplesmente uma salvação individual, pessoal, nem sequer espiritual; é a realização da esperança da justiça, da socialização de toda a humanidade e da paz do mundo. Esse outro aspecto de reconciliação com Deus pela realização da justiça foi descuidado pela Igreja. A Igreja deve trabalhar por essa realização, baseada na esperança futura.

O Deus Crucificado (1972) expõe a doutrina de Deus a partir da perspectiva da cruz. O Deus cristão é um Deus que sofre de amor. Não é um sofrimento imposto de fora — pois Deus é imutável —, mas um sofrimento de amor, ativo. É um sofrimento aceito, um sofrimento de amor, livre, ligado ao Deus sofredor de Auschwitz e do extermínio judeu. A esse livro deve-se acrescentar A Igreja no poder do Espírito (1975). Neste estuda a atividade reconciliadora de Deus no mundo, vista sob a perspectiva da Ressurreição, da Cruz e de Pentecostes.

“A Igreja — diz Moltmann — deve estar aberta a Deus, aos homens, e aberta ao futuro tanto de Deus quanto dos homens. Isso pede da Igreja não uma simples adaptação às rápidas mudanças sociais, mas uma renovação interior pelo Espírito de Cristo e a força do mundo futuro.” Isso faz com que a Igreja tenha de ser Igreja de Jesus Cristo e Igreja missionária. Deve ser também uma Igreja ecumênica, que quebre as barreiras entre as Igrejas. E deve ser também política: a dimensão política — agrade ou não — sempre existiu nela. A Teologia da Libertação ensina a Igreja a tomar partido pelos pobres e humilhados deste mundo.

Finalmente, em A Trindade e o Reino de Deus (1980) estuda o mistério da Trindade de Deus fazendo “uma história trinitária”. Examina a paixão de Cristo e vê, no abandono de Cristo na cruz por Deus, o centro da fé cristã. “Deus é abandonado por Deus.” Apóia a sua doutrina social na “Doutrina Trinitária do Reino”, baseada nas idéias de Joaquim de Fiore, elaborando assim uma “Doutrina Trinitária da Liberdade”. A obra de Moltmann pressupõe uma revitalização e um aprofundamento da teologia cristã.


fonte:
http://teologia-contemporanea.blogspot.com/2008/02/jrgen-moltmann-1926.html

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Eliadiar: O sagrado e a experiência religiosa

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por Aline Grasiele

Queridos amigos e amigas,

Retomamos a programação do nosso Blog com a segunda reflexão a partir do pensamento de Mircea Eliade. Hoje, nossa prosa é sobre o sagrado e a experiência religiosa.

Geralmente, a idéia de “sagrado” está vinculada à bondade, ao ético, ao moral. Ser, portanto, sagrado ou santo, nessa perspectiva, significa ser revestido de uma pureza moral e ética, de uma bondade extraordinária.

Mircea Eliade, porém, encontra dificuldades para conceituar o sagrado. E as dificuldades de delimitação são tanto de ordem teórica quanto de ordem prática. Pois, na sua concepção, para delimitar e definir o sagrado seria necessário dispor de uma quantidade conveniente de sacralidades, isto é, de fatos sagrados.

Nas palavras de Eliade, a primeira definição, ou talvez, a única coisa que de fato que possa ser afirmada a respeito do sagrado, é que ele é o oposto do profano. Eliade ressalta que todas as definições do fenômeno religioso apresentadas até hoje mostram uma característica comum, e cada uma delas opõe, respectivamente, o sagrado e a vida religiosa ao profano e à vida secular.

O sagrado sempre se manifesta como uma realidade inteiramente diferente das realidades ‘naturais’. Sagrado equivale ao poder, ao real, e essa oposição entre sagrado e profano traduz-se, muitas vezes, como oposição entre o real e o irreal.

Eliade chama de hierofanias as manifestações do sagrado. Manifestação de algo diferente, de uma realidade que não pertence ao nosso mundo, que ocorre em objetos que são parte integrante do nosso mundo “natural” – “profano”.

A pedra sagrada, por exemplo, revela algo que já não é mais pedra. Quando ocorre a manifestação do sagrado, um objeto qualquer torna-se outra coisa, contudo, continua a ser ele mesmo. Uma pedra sagrada nem por isso é menos pedra, e aos olhos daquele que uma pedra se revela sagrada, sua realidade imediatamente transnuda-se numa realidade sobrenatural.

Para aqueles que têm uma experiência religiosa, toda a natureza é suscetível de revelar-se como sacralidade cósmica. O cosmos, na sua totalidade, pode tornar-se uma hierofania.

É sempre numa certa situação histórica que o sagrado manifesta, o que não significa que qualquer hierofania assim como qualquer experiência religiosa seja um momento único, sem repetição possível. Cada documento, por exemplo, pode ser considerado como uma hierofania, na medida em que exprime à sua maneira, uma modalidade do sagrado e um momento da sua história, isto é, uma experiência do sagrado.

O homem religioso deseja profundamente ser participante dessa realidade do sagrado, o que se torna possível a cada manifestação hierofanica, a cada revelação do “sagrado” ao humano. Eliade analisa a experiência religiosa da revelação invocando o dinamismo e o espírito de criatividade do homem religioso, sendo esse quem decifraria o sagrado e constituiria seu próprio universo religioso. O homem religioso, porém, não pensa de forma alguma que as histórias sagradas tenham saído de sua própria imaginação, sendo elas objeto de uma revelação do sagrado.

A experiência do sagrado, o encontro do humano com uma realidade transcendente, desperta a consciência para a idéia de que existem valores absolutos, capazes de guiar o humano e conferir significação à sua existência. A experiência do sagrado descortina-lhe a existência de um mundo real e significativo, livrando-o do terror das insignificações, do nada, ou da manifestação do profano que se mostra como existência inautêntica e medíocre. À valorização negativa do profano segue-se a oposição “insistente” do homem em viver no sagrado, que aparece como o elemento essencial na estruturação do mundo do homem religioso.

O homem moderno, no entanto, dessacralizou seu mundo e assumiu sua existência profana, o que não significa, para Eliade, o desaparecimento do sagrado e sim a sua “camuflagem”. Mesmo que esse homem não se reconheça como religioso, existem lugares/espaços que para ele são tidos como sagrados, separados, distintos dos demais espaços.

Continuaremos a reflexão sobre a “camuflagem do sagrado” na contemporaneidade, no próximo artigo.

Até a próxima quinta!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Chega de folia!

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O Carnaval acabou! Agora sim, o ano começa!

Nós, os colunistas hereges do Blog, paramos nesses dias para experimentarmos o melhor de todos os carnavais de nossas vidas e, sem dúvida, o primeiro de eternos!

Amanhã, voltaremos ao normal com nossa agenda.

Hoje, quero reforçar o meu convite a você para o
1º Congresso Reflexão de Psicologia Cristã.

Abaixo, todos os detalhes. Não deixe de participar!

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1º Congresso Reflexão de Psicologia Cristã

tema: “A Psicologia no Evangelho”

28 de fevereiro – das 9h às 17h

Palestras:

A psicologia nos ensinamentos de Jesus
Dra. Esther Carrenho
Psicóloga e escritora.
Autora dos livros Ressurreição interior, Raiva – seu bem, seu mal e Depressão – tem luz no fim do túnel.

O processo humano e o crescimento na fé
Dr. Milton Paulo de Lacerda
Psicólogo clínico pela Universidade Católica de Santos, com especialização em psicologia humanista.
Autor de 14 livros na área da psicologia e da espiritualidade.

Traumatologia – uma perspectiva cristã
Dr. Osvaldo O. Marino
PhD. em psicologia clínica.
Presidente fundador da Doxa International University

Local:
Auditório do Hotel Tryp Tatuapé
Rua Serra de Juréa, 351, Tatuapé, São Paulo.
Próximo à Pça. Silvio Romero – 5 min. do Metrô Tatuapé.

Inscrições abertas:
investimento
R$ 50,00 (antecipadamente)
R$ 70,00 (no dia do Congresso)

Inclui:
Material didático / Coffee break / Sorteio de livros

com Certificado de participação

Inscrições:
jefferson.ramalho@editorareflexao.com.br
11 2478 5407

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Chopp com Teologia - Albert Schweitzer

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Albert Schweitzer (14 de janeiro de 1875, Kaysersberg – 4 de setembro de 1965, Lambaréné, Gabão) foi um teólogo, músico, filósofo e médico alsaciano. Nasceu em Kaysersberg, na Alsácia, então parte do Império alemão (hoje uma região administrativa francesa).

Formou-se em Teologia e Filosofia na Universidade de Strasburgo, onde, em 1901, o nomearam docente. Tornou-se também um dos melhores intérpretes de Bach e uma autoridade na construção de órgãos.

Aos trinta anos, gozava de uma posição invejável: trabalhava numa das mais notáveis universidades européias; tinha uma grande reputação como músico e prestígio como pastor de sua Igreja. Porém, isto não era suficiente para uma alma sempre pronta ao serviço. Dirigiu sua atenção para os africanos das colônias francesas que, numa total orfandade de cuidados e assistência médica, debatiam-se na dura vida da selva.

Em 1905, iniciou o curso de medicina, e seis anos mais tarde, já formado, casou-se e decidiu partir para Lambarené, no Gabão, onde uma missão necessitava de médicos. Ao deparar-se com a falta de recursos iniciais, improvisou um consultório num antigo galinheiro e atendeu seus pacientes enfrentando obstáculos como o clima hostil, a falta de higiene, o idioma que não entendia, a carência de remédios e instrumental insuficiente. Tratava de mais de 40 doentes por dia e paralelamente ao serviço médico, ensinava o Evangelho com uma linguagem apropriada, dando exemplos tirados da natureza sobre a necessidade de agirem em beneficio do próximo.



Com o início da I Grande Guerra, os Schweitzer foram levados para a França, como prisioneiros de guerra. Passaram praticamente todo o período da guerra confinados num campo de concentração, neste período Albert escreveu sobre a decadência das civilizações.

Com o final da guerra, reiniciou seus trabalhos como se nada tivesse acontecido, e ante a visão de um mundo desmoronado, dizia: “começaremos novamente, devemos dirigir nosso olhar para a humanidade”. Realizou uma série de conferências, com o único intuito de colher fundos para reconstruir sua obra na África. Tornou-se muito conhecido em todos os círculos intelectuais do continente, porém, a fama não o afastou de seus projetos e sonhos.

Após sete anos de permanência na Europa, partiu novamente para Lambarené. Desta vez acompanhado de médicos e enfermeiras dispostos a ajudá-lo. O hospital foi levantado numa área mais propícia, e com o auxílio de uma equipe de profissionais pôde dedicar algumas horas de seu dia a escrever livros, cuja renda contribuía para manter os pavilhões hospitalares.

Extasiou o mundo com sua vida e sua obra, e em 1952, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, como humilde homenagem a um “Grande Homem”.

Morreu em 4 de setembro de 1965, em Lambaréné, no Gabão.



fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Schweitzer

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Eliadiar: O pensamento de Mircea Eliade

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por Aline Grasiele

Queridos amigos e amigas,

É para mim um grande desafio, mas ao mesmo tempo um imenso prazer compartilhar com vocês um pouco da pesquisa sobre Mircea Eliade. Digo um desafio por se tratar de um clássico para os estudos da religião. No Brasil, no entanto, poucos se dispuseram a desenvolver uma criteriosa investigação de seu pensamento. Certamente, numa dessas reflexões falaremos um pouco sobre André Eduardo Guimarães, principal referência para os estudos eliadianos no país.

Nossa primeira reflexão será uma breve introdução ao pensamento de Eliade e um convite a uma prosa, como diria um bom mineiro. Uma conversa cercada por provocações a esse humano que inquieta-se diante da sua finitude e, principalmente, diante do Sagrado. Como diria Fernando Pessoa, “será um momento de colocarmos ‘coceirinhas’ no pensamento”. Vamos falar um pouco sobre símbolos, mitos e deuses, hierofanias (manifestações do sagrado) e ainda sobre a relação dialética entre sagrado e profano. Vamos, agora, ao que interessa!

Mircea Eliade (1907-1986) nasceu em Bucareste, na Romênia, e posteriormente se naturalizou norte-americano. Um importante fenomenólogo, historiador e filósofo da religião. Boa parte de seus estudos é dedicada à cultura oriental, mas não só a ela. Sua tese doutoral é sobre Yoga, logo após três anos de estudos na Índia. Um pensador contemporâneo que trouxe significativas contribuições para a compreensão do comportamento do homem religioso enquanto sujeito histórico, que está inserido e influenciado pela cultura e suas relações com o sagrado.

É na visão universalista que reside a importância de Eliade para o estudo contemporâneo do fenômeno religioso. Poderia suas idéias contribuir, por exemplo, para o diálogo interreligioso?

As obras de Eliade são um valioso auxílio para a compreensão da concepção religiosa do mundo e de como o humano percebe e reage (comporta-se), diante da sua realidade e finitude. Elas apresentam idéias centrais para a compreensão do fenômeno religioso, desvelando as estruturas da religião sem, no entanto, desconsiderar ou desqualificar a experiência religiosa.

É a partir dessa hermenêutica anti-redutora, de não desvalorização da experiência religiosa, que segue Eliade e que também seguirá nossas considerações nas próximas reflexões.

Está lançado, então, o desafio de conhecermos juntos um pouco mais do pensamento de Mircea Eliade. Até a próxima quinta!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Leia comigo! - Maria Madalena

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"Nos últimos anos presenciamos o crescente interesse pelo ressurgimento histórico de Maria Madalena. Tanto a literatura quanto as produçoes cinematográficas polemizaram, sobretudo, a ligação amorosa de Maria Madalena com Jesus de Nazaré, o Cristo. As especulações sobre o envolvimento sexual entre Jesus e Madalena atormentaram as instituições religiosas cristãs, que reagiram apologeticamente numa tentativa de manter a divindade de Jesus, afastando-o das mulheres e principalmente de seu 'pecado natural' (Trecho do prefácio da professora e escritora Fernanda Lemos - UMESP)."

[Na história das origens do cristianismo] uma das personagens mais violentadas simbólica e historicamente foi Miriam de Mágdala, conhecida como Maria Madalena. Discípula de Cristo, apóstola dos apóstolos segundo os pais da igreja, essa líder da comunidade cristã primitiva teve sua identidade roubada e foi identificada e transformada na prostituta arrependida, apagando assim, sua atuação apostólica nos primórdios do cristianismo. (p. 26).

A proposta deste trabalho é, por meio da hermenêutica teológica feminista, libertar as mulheres de textos, estruturas, instituições e valores patriarcais. (p. 27).

O grupo liderado por Jesus, que pode ser considerado um grupo sectário do judaísmo do primeiro século, representava um movimento social e religiosamente dissidente, pois questionava as regras culturais de sua religião. (p. 30).

As mulheres estavam entre os mais notáveis missionários e líderes do movimento cristão primitivo. (p. 55).

Para adquirir a obra 'Maria Madalena - a mulher mais misteriosa do Novo Testamento', de Priscila C. Nagatomo, pela Editora Reflexão, ligue para 11 2478 5407 ou acesse o site www.editorareflexao.com.br

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Provocação: Reflexão (52) - Teologia Deformada

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por Jefferson Ramalho

Primeiramente quero deixar claro que, neste breve artigo, não pretendo fazer apologia à Teologia Reformada, a qual, sem dúvida, teve seu momento e relevância – especialmente nos séculos XVI e XVII – mas, com a chegada do século XVIII, se formos no mínimo coerentes, reconheceremos que o Iluminismo demonstrou que essa Teologia já não conseguia mais responder aos questionamentos do homem moderno, diferentemente do que conseguiu fazer com muita eficácia ao homem vitimado pela opressão eclesiástica medieval.

Da mesma forma, não pretendo, em hipótese alguma, afirmar que o Liberalismo Teológico do século XIX trouxe consigo alguma espécie de deformidade. Pelo contrário, conseguiu devido à sua singular erudição, dialogar com as filosofias do século XVIII em diante. Assim como os Pais da Igreja dialogaram com o platonismo e os Escolásticos com a filosofia de Aristóteles, os teólogos liberais dialogaram com os iluministas. Isso é básico e perceptível por qualquer leitor iniciante das relações entre a filosofia e a teologia.

Quando falo de uma Teologia Deformada, estou me referindo diretamente ao Neopentecostalismo e a todas as suas convicções. Abrindo parênteses, é até difícil usar neste caso a palavra “convicções”, pois não existe nenhuma relação entre esta vertente religiosa supostamente evangélica com palavras do tipo: convicção, certeza, idéias, pensamentos, e nem mesmo “teologia”, ainda que seja o Neopentecostalismo um movimento religioso. Para ser neopentecostal, não precisa usar a mente!

Caio Fábio d’Araújo Filho, principal comunicador da história do protestantismo brasileiro, afirmou recentemente em entrevista que, a estupidez neopentecostal chegou a tal ponto, que “os caras estão vendendo o sangue de Jesus dentro de saquinho”.

O medievalista francês Jacques Le Goff, historiador pertencente à terceira geração da Escola dos Annales, informa em sua obra Raízes da Europa Medieval:

“O mundo do pecado está, mais do que nunca, dominado pelas agressões do diabo, esse ‘inimigo do gênero humano’ que está solto durante esse período em que atinge uma grande popularidade e desperta temores aumentados. Enquanto o teatro, banido pela igreja na Alta Idade Média, não tinha ainda reaparecido e enquanto a dança é considerada como uma atividade diabólica, um teatro desenfreado se desencadeia na alma dos cristãos sujeitos às tentações e às agressões do diabo e de seus soldados, os demônios. Satanás rege o baile.”

Ao relacionar essas características do cristianismo medieval, torna-se impossível não perceber que o Neopentecostalismo é uma Igreja Católica Medieval Piorada – não melhorada. Para ele, o diabo é o centro das atenções; sem ele, nenhuma desgraça acontece. O ser humano não é mais responsável por seus atos, mas o diabo, causador de todos os males.

Isso para não falar das aberrações doutrinárias que surgem de hora em hora. A cada "revelação", surge uma nova enganação. A criatividade chega a tal extremo, que manipulação, pra eles, é sinônimo de dom divino. O importante é que a fé do povo seja estimulada. E aí, os mais simples são explorados, enganados, roubados, manipulados e iludidos. Não há escrúpulos!

A agressão é desenfreada! Deus pode ser vendido dentro de pacotes, campanhas de sete semanas, vigílias. Para esses caras Deus pode ser barganhado por sacrifícios financeiros, bens materiais, móveis e imóveis. Além dessa relação de trocas, defende-se veementemente que tudo o que é normal e saudável é pecado. Danças, apresentações teatrais, filmes e músicas seculares são obras de satã. Para esses supostos profetas, satã não cria, mas deturpa.

É melhor cantar: "Restitui! Eu quero de volta o que é meu" só por causa do rótulo evangélico, do que cantar: "Pai! Afasta de mim este cálice – ou cale-se", só porque o grande Chico, na concepção crente, é um mundano, adúltero e profano. Ainda perguntam a razão pela qual eu não me identifico como evangélico. Tenho vergonha!

Os normais jamais relacionariam o termo evangélico ao Evangelho, mas a esse “negócio religioso”, feito em nome de Deus e do Evangelho, porém, contra ambos. Por isso prefiro dizer: sou um homem que tenta seguir os passos de Jesus, mas não sou evangélico!

É a isso que chamo Teologia Deformada. Essa capacidade de distorcer o texto bíblico, que arrogantemente o torna a base dessas concepções que apresentam um deus que de Senhor, não tem nada! O cristianismo medieval era um jardim de infância se comparado ao neopentecostalismo, que em matéria de manipulação, já atingiu a cátedra máxima. A conclusão é simples: o deus do neopentecostalismo, não é o Deus do Evangelho!

na Graça,
Jefferson

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O que preguei ontem

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Ontem, estive falando pela manhã na Igreja Batista de Vila Alpina, em São Paulo.

Não foi propriamente uma pregação, mas uma exposição sobre o livro 'Jesus é Deus?'

Abaixo, um breve esboço do que foi desenvolvido na palestra:

Jesus é Deus? – uma reflexão sobre a divindade de Cristo na História

INTRODUÇÃO À TRILOGIA

A divindade do Filho de Deus até o IV século

O Cristo medieval : de Agostinho à Idade Média tardia

do velho Jesus Histórico ao novo Jesus Histórico: séculos XIX, XX e XXI

Abordagem Histórica

1. O arianismo e suas origens

Ário, o presbítero

As convicções de Ário

Abordagem Histórica

2. Tentativas iniciais contra o arianismo

Alexandre, o bispo

Reações anteriores ao Concílio de Nicéia

Constantino, o imperador

Abordagem Histórica

3. O Concílio de Nicéia

Os preparativos para o Grande Encontro

Peculiaridades históricas do Concílio

As decisões do Concílio

Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu, se encarnou e se fez homem, e sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente deve vir para julgar os vivos e os mortos; e no Espírito Santo.
E a quantos dizem: “Ele era quando não era”, e “Antes de nascer, Ele não era”, ou que “foi feito do não existente”, bem como a quantos alegam ser o Filho de Deus “de outra substância ou essência”, ou “feito”, ou “mutável”, ou “alterável” a todos estes a Igreja Católica e Apostólica anatematiza.

Abordagem Histórica

4. O arianismo após o Concílio

A relevância de Atanásio

A questão ariana após o Concílio – os povos bárbaros

O bispado de Atanásio e as definições subseqüentes

Abordagem Dogmática

5. As evidências pré-nicenas sobre a divindade do Logos

Justino Mártir

Irineu de Lião

Tertuliano

Orígenes

Eusébio de Cesaréia

Abordagem Dogmática

6. Sobre a divindade do Logos no Credo de Nicéia

Homoousios ou Homoiousios?

O Credo de Nicéia e o Credo Niceno-Constantinopolitano

Abordagem Dogmática

7. Sobre a divindade do Logos na obra de Atanásio

A Encarnação do Verbo

Abordagem Dogmática

8. Sobre a divindade do Logos na obra de Hilário de Poitiers

Breve história da vida e obra de Hilários de Poitiers

Tratado sobre a Santíssima Trindade

Abordagem Dogmática

9. A divindade do Logos segundo os Pais Capadócios

Basílio de Cesaréia

Gregório de Nazianzo

Gregório de Nissa

Abordagem Dogmática

10. Por que crer na divindade do Logos?

Evidências ou demonstrações bíblicas

As (ir)relevâncias do dogma

Divindade do Logos – soteriologia e libertação

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Chega de Teologia - Domingo é dia de Futebol

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O Verdão permanece líder e invicto no Paulistão 2009. Com uma vitória de 1x0, ontem no Palestra Itália, sobre o Paulista, o Palmeiras garantiu mais três pontos na competição. O gol saiu aos 20 minutos do segundo tempo. Evandro recebeu passe de Lenny, nas costas da zaga e, com muita categoria, tocou na saída do goleiro adversário. Agora o alviverde está com 21 pontos na tabela. O próximo jogo do Verdão, antes de enfrentar a Portuguesa, sábado (21/2) pelo Paulistão, será na terça-feira (17/2), contra a equipe equatoriana LDU, pela primeira fase da Copa Libertadores da América.


Em BH, o Cruzeiro venceu hoje o Atlético por 2 a 1 e manteve os 100% de aproveitamento no Campeonato Mineiro de 2009. A vitória manteve a Raposa invicta contra o seu maior rival, pois já são dez jogos sem perder para o Galo. Agora, com 15 pontos, o Cruzeiro segue como líder, enquanto o Atlétio permance com apenas oito pontos, descendo para a sexta colocação do campeonato mineiro.

Para completar a nossa festa, no Morumbi, nesse domingo, nunca se viu um futebol de tão baixo nível. São Paulo e Corinthians, aliás, "los bambinos" e "gambazitas" se enfrentaram e conseguiram no máximo o empate em 1x1. Agora, o Verdão Imponente está ainda mais líder, pois deixa os dois rivais na briga pela segunda posição do Paulistão.

Domingo que vem tem mais!

*fonte: www.gazetaesportiva.net

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Chopp com teologia - nova programação do blog

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Gente boa e amiga,

Fevereiro já está passando e para muitos parece até que 2009 ainda nem começou.

Para mim, por exemplo! :(

Chega de enrolação - ou neste caso não seria enrolamento? - e vamos ao trabalho!

A partir da próxima semana teremos uma nova agenda no Blog, com atualização diária.

Segunda-feira:
O que preguei ontem! = neste espaço será postado um breve esboço da minha pregação do dia anterior, o domingo, que para muitos é o dia do Senhor, mas que para mim é, também, o dia de muitas outras coisas. :)

Terça-feira:
Provocação = Prepare-se, porque às terças-feiras não vou escolher palavras pra escrever o que eu penso. Será o meu artigo nada devocional de toda semana. Mas o que ele não terá de devocional, terá de responsabilidade e compromisso com o Evangelho. Aguarde!

Quarta-feira:
Leia comigo = Lembra quando começamos o 'Leia comigo' e por um tempo paramos? Chegou a hora de retomar! Vou transcrever trechos-chave de um dos livros que estarei lendo em cada mês, para que você possa me acompanhar e ser enriquecido com tudo o que tal leitura puder nos proporcionar.

Quinta-feira:
Eliadiar = Nesta coluna com articulista insubstituível, vamos ler uma reflexão por semana da teóloga e especialista em Ciências da Religião, Aline Grasiele, cuja concentração de pesquisa é o pensamento do historiador e filósofo da religião, Mircea Eliade. Imperdível! Aline é mestranda em Ciências da Religião, pela PUC-MG.

Sexta-feira:
Chopp com Teologia = Que tal trocar o café acadêmico por um delicioso chopp? E chopp com teologia decente fica ainda melhor! Toda sexta vamos conhecer um pouquinho sobre a vida, obra e pensamento de algum teólogo, de preferência alemão, terra da melhor cerveja do mundo, e dos melhores teólogos, também!

Sábado:
Cinema = Todo sábado vou recomendar um filme, em cartaz ou não. O único requisito para que algum filme entre nesta lista de recomendações é que seja um bom filme. Só isso! Filminhos como "O código Da Vinci" jamais entrariam nesta lista. Já um clássico como o belíssimo "Em nome de Deus" será, sem dúvida, um dos primeiros.

Domingo:
Chega de Teologia = Domingo é dia de ir ao parque (Antárctica, de preferência - hehehe) e torcer para o Verdão que está mais líder do que nunca! [Chora gambazada!] Todos os domingos vamos ter uma breve recomendação do que você poderá curtir de bom no futebol brasileiro. Chega de escola dominical e de culto, tooooodo domingo!

Tenho certeza que você vai curtir muito! A partir do dia 15! Até lá!

Abração,

Jefferson

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009