terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Em breve 'Provocações aos cristãos" Aguarde!


Vem aí "PROVOCAÇÕES AOS CRISTÃOS"
por Jefferson Ramalho e Julio César Silveira
Aguarde

domingo, 26 de dezembro de 2010

*** Curso de Verão - História da Igreja - Confira!


Programa de Estudos do Curso de Verão de História da Igreja
Tema: Uma Nova História da Igreja – encontros e desencontros.
Professor: Jefferson Ramalho
Dia/horário: 6ª feira - das 19h30 - 22h30
Datas: 21/1, 28/1, 4/2 e 11/2

Ementa: A História da Igreja Cristã é uma disciplina autônoma na formação teológica. Por esta razão, pode ser revisada metodologicamente, não tendo de ficar confinada ao estilo apologético e triunfalista iniciado por seu precursor Eusébio de Cesaréia (autor, no século IV, da primeira História Eclesiástica). Assim sendo, pretendemos neste curso revisar a história da religião cristã, pensando numa Nova História do Cristianismo a partir de autores religiosos e não religiosos. Procuraremos observar e reler a trajetória da religião cristã e seu paralelismo com os diferentes contextos históricos e com outras religiões.

Programação

21/1 = Um breve olhar na história da historiografia da religião cristã.

28/1 = Uma visão panorâmica na história do cristianismo.

04/2 = Século IV - um "momento" decisivo na história da igreja.

11/2 = As reformas do século XVI e os seus efeitos na modernidade.

Bibliografia sugerida:
ALBUQUERQUE, Eduardo Basto. A história das religiões. In: USARSKI, Frank (org.). O espectro disciplinar da ciência da religião. São Paulo: Paulinas, 2007.
CORBIN, Alain (org.). História do cristianismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
DANIÉLOU, Jean; Marrou, Henri-Irenée. Nova história da Igreja – dos primórdios a São Gregório Magno. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1984. (Coleção Nova História da Igreja, vol. 1).
EUSÉBIO DE CESARÉIA. História eclesiástica. São Paulo: Paulus, 2000.
EUSÉBIO DE CESARÉIA. Historia eclesiástica. Madrid: B.A.C., 2001.
EUSÉBIO DE CESARÉIA. História eclesiástica. São Paulo: Fonte Editorial, 2002.
HERMANN, Jacqueline. História das religiões e religiosidades. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; Vainfas, Ronaldo (orgs). Domínios da história – ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
KÜNG, Hans. A igreja católica. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. (História Essencial).
HOORNAERT, Eduardo. A memória do povo cristão. Petrópolis, RJ: Vozes, 1986.
RAMALHO, Jefferson. Um breve olhar na história da historiografia cristã. n: Ciberteologia – Revista de Teologia e Cultura. São Paulo: Paulinas, 26. ed., ano V, vol. 2. nov/dez 2009, p. 183-202. Disponível em http://ciberteologia.paulinas.org.br/ciberteologia/wp-content/uploads/2009/12/02-Livro-digital-SOTER-2009-vol-2-de-3.pdf
SILVA, Rogério Forastieri da. História da historiografia. Bauru, SP: EDUSC, 2001. (Coleção História).
SIMON, M.; Benoit, A. Judaísmo e Cristianismo primitivo. São Paulo: Pioneira / Edusp, 1987.
VEYNE, P. Quando nosso mundo se tornou cristão – 312-394. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

INFORMAÇÕES: cafeacademico@yahoo.com.br

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Reflexão (72) - (IN) Felizes Natais


por Jefferson Ramalho

Como desejar Feliz Natal se para muitos ele não o será?

Como desejar Paz, se muitos estão em guerra, dentro de casa, da família, onde um apelo à reconciliação não se mostra suficiente?

Como desejar Saúde, se o câncer e tantas outras ‘pragas’ são causas de tantas lágrimas que na noite de hoje não deixarão de ser derramadas?

Como desejar Alegria, se a dor da perda, da morte, da saudade, invadiu o coração e a alma de tantos e tantas, de um jeito que parece até que nunca mais vai sair?

Como desejar Fartura, se a fome, o desemprego, a falta de recursos, ainda continuam presentes nas vidas de tantos seres humanos?

Como desejar Grandes Conquistas para o Ano que virá, sendo que nem o básico ainda se faz real na realidade precária de vida de tantos irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai?

Que Pai é esse? Que Pai é esse que permite tanta desgraça, tanta desigualdade, tanta dor, tanta escassez, tanto sofrimento?

Ao mesmo tempo, que Pai é esse que parece estar em conluio com tanto consumismo, com tantas mentiras ditas em Seu Nome, com tantas manipulações feitas para Sua Glória?

O fato é que os Natais passam, acontecem, e as coisas não mudam. O cenário é sempre o mesmo! Não tenho problemas com a hipótese de que o Natal que conhecemos e celebramos, existe para fins comerciais. Isso é bobagem! No Natal, os que podem, e eu por (in)justiça sou um destes, gostam de comer e beber muito bem, mesmo! Tudo do bom e do melhor!

Não fazer, no momento da ceia de Natal da família, uma reflexãozinha em memória do suposto aniversariante não vai fazer nenhuma falta, mesmo porque, Ele, nunca ligou pra essas coisas. Ele espera muito mais de nós no que tange outras questões! Podem ter certeza!

O grande problema é que os Natais de 2011, 2012, 2013...2050, 2500 etc etc etc também serão assim. Sempre terá gente com alguma doença mortal, sempre terá gente com fome, sempre terá gente com câncer, sempre terá gente sentindo a dor da perda!

Sendo assim, o que fazer? Acredito que nestes momentos, a melhor opção, é ser alguém verdadeiramente solidário.

Não deseje Feliz Natal a quem chora, mas chore com essa pessoa!

Não deseje Feliz Natal a quem perdeu um ente querido, mas simplesmente lhe dê um abraço bem apertado e em silêncio, sem dizer nada (não há o que dizer)!

Não deseje Feliz Natal a quem tem fome, mas divida, compartilhe o que você tem!

Não deseje Feliz Natal de maneira hipócrita a quem lhe agrediu, mas abrace-o e peça perdão, ainda que a culpa do conflito não tenha sido tua, pois na ótica do seu agressor, o culpado foi você!

Isso tudo, com certeza, será muito melhor que fazer uma reflexãozinha sobre o nascimento de Jesus, pois imitá-lo é melhor que bajulá-lo.

Pense assim: um dia serei eu que no Natal estarei sentindo a falta de alguém que perdi, um dia serei eu ou alguém que amo que poderá estar passando seu Natal no leito de uma UTI, um dia serei eu que poderei não ter uma mesa farta para compartilhar com meu próximo!

Se o seu Natal de hoje à noite estiver carregado desta consciência, tenha certeza que os votos de Feliz Natal que você der e que você receber serão bem mais constituídos de significado em seu coração e em sua alma!

Um Feliz Natal!

Até 2011, se o Aniversariante assim permitir!

na Graça,
Jefferson

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

DOMIGO PRÓXIMO (19/12) às 18h30


Será nosso ultimo encontro de 2010.

Seria muito bom se pudéssemos ENRIQUECER a nossa MESA com comidinhas, docinhos, frios em geral, pães e bebidinhas pra celebrarmos juntos o fechamento deste ano que está se findando.

Você, sua família, seus amigos e quem desejar, são todos bem vindos.

Mesmo você que está recebendo este e-mail pela primeira vez, ou, o recebe sem nunca ter estado entre nós, sinta-se a vontade e desde já convidado pra se juntar a nós.

Vamos nos despedir de 2010, AO REDOR DA MESA, como foram nossos encontros durante o ano todo.

Se quiser, já que leu até aqui, continue lendo...

Encorajo você a viabilizar encontros familiares e/ou entre amigos nestes dias comemorativos de Natal e Ano Novo.

Como já escrevi, entendo que estes períodos podem ser usados para ENCONTROS CON-FRATERNAIS, RECONCILIAÇÕES, COMEÇOS E RECOMEÇOS.

É sempre um período emblemático, isto é, podemos fazer deles, momentos memoriais, simbólicos e significativos. Isto é bom, acredite.

É bom identificar momentos em que ciclos se fecham e outros se abrem.

É bom saber quando um ciclo se fechou e quando outro precisa ser aberto.

É bom estabelecer algumas metas, mesmo que, é assim que prefiro, sejam metas modestas.

Não há nenhum “pecado” nisto.

É bom seguir algumas tradições e cumprir alguns ritos, claro, desde que, não nos prendamos a nenhum deles.

Não fique isolado neste período, a não ser que seja uma decisão tomada para o seu bem, senão, vamos lá, ligue pra alguém e se juntem pra celebrar estas datas.

Se alguém te ligar e convidar pra passar o Natal e o Ano Novo juntos, não pense duas vezes, aceite logo.

Não se alimente de “birras”, amarguras “bobas”, ressentimentos antigos, produzidos por algum desencontro nos caminhos da vida. Deixa isto pra lá. É normal. Acontece sempre.

Se for o caso e no que depender de você, volte atrás em algum posicionamento acirrado. Não espere que te liguem, ligue você.

Não espere que venham te pedir perdão. Peça você.

Deixe frestas abertas pra que entre o oxigênio da vida relacional.

Ore algumas orações simples.

Brinde aquelas pequenas conquistas ou o fato de estar vivo e com alguém pra brindar a vida.

Vá andar de mãos dadas com seu amor, com seus filhos, alguns amigos e curtam com bom humor a vida e todas as implicações que há no fato de estar vivo.

Escreva um e-mail carinhoso pra alguém e lhe deseje Feliz Natal e um Ótimo ano Novo.

Monte uma arvore de Natal. Coloque uns “pisca-piscas” nas janelas, nas grades, na arvore em frente de sua casa, enfim onde de alguma forma você contribua pra que tenhamos a cidade bem iluminada..rsrsr..

Se você se reunir com alguns, leia a narrativa bíblica sobre o nascimento de Jesus e encoraje a todos a uma reflexão simples, tipo, SIGAM A ESTRELA.

Finalmente, eu acho, reparta algo seu com alguns dos excluídos que vivem próximo de você. De uma boa “caixinha”para os balconistas da padaria, entregadores diversos, garis, carteiro, etc...e lhes deseje um Feliz Natal e um bom 2011.

Diga a alguns que podem contar com você em 2011.

Acho que é isto.

Tomara nos encontremos pra um abraço.

Obrigado por contribuir pra que minha mesa tenha pão.

Obrigado a você que, mesmo não participando nos encontros dominicais, lembra de mim e de minha família e entende que deve participar do meu sustento.

Obrigado mesmo e Feliz Natal. Excelente 2011 pra você e sua família.

Graça, paz & todo bem da parte de Jesus, Senhor nosso, Redentor nosso.

Abraços fortes e beijos fraternos.

Carlos Bregantim

Nossos encontros:
CAMINHO DA GRAÇA ESTAÇÃO PAULO
Av. Lins de Vasconcelos, 3390 – Vila Mariana
DOMINGOS 18H30
Todos são bem vindos!!!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

***** A historiografia cristã na História (parte 7)


continuação...

O objetivo de Eusébio não consiste somente em enaltecer aqueles que estão do lado da cristandade. Da mesma maneira que Constantino é elogiado por Eusébio, Maxêncio é desqualificado e associado às intenções impiedosas. Chamá-lo de “o homem mais ímpio” (Eusébio, IX, 9.7) é, simplesmente, enquadrá-lo na condição de alguém que não exerceu bondade aos seres humanos, já que não foi piedoso para com os cristãos.

É para que a escrita de Eusébio ganhe uma força ainda mais triunfalista, que o imperador precisa ser comparado a uma personagem bíblica de peso, pois assim sua benevolência para com os cristãos será apresentada de um modo mais evidente. Da mesma maneira que os hebreus e seu grande líder teriam cantado louvações ao deus que supostamente os beneficiara contra os egípcios – pois antes que qualquer luta se sucedesse, os adversários foram afogados pela própria divindade no Mar Vermelho – semelhantemente os soldados de Constantino, além dele próprio, entraram em Roma entoando hinos de triunfo.

Aquele povo, segundo Eusébio, antes oprimido pelo impiedoso Maxêncio, agora recebe Constantino com exuberantes e insaciáveis aclamações de júbilo. Além do povo, membros do Senado e dignitários, tanto os excluídos como as crianças e as mulheres, se alegravam com o triunfo do imperador que chegava a Roma, dando início a uma trajetória de vitórias que em 324 o colocará na condição de único governante do Império Romano.

O que impressiona é o conjunto de adjetivos que o discurso de Eusébio oferece ao imperador triunfante. Ele o considera, fazendo analogia ao herói hebreu, um verdadeiro libertador, salvador e benfeitor. Todas estas caracterizações fazem parte da imagem de Constantino construída por Eusébio que, não somente pretende fazer apologia ao rei, mas, sobretudo, à veracidade de um suposto conteúdo teológico por trás da narrativa hebraica que nos primeiros séculos da nossa Era foi apropriada pela tradição cristã.

Estas relações de poder entre a cristandade do início do século IV e o império liderado apenas por um imperador e não mais por uma tetrarquia*, estão registradas não somente na História Eclesiástica, mas também na Vida de Constantino**, obra também atribuída a Eusébio. Curiosamente, é somente nesta obra de Eusébio que está o relato sobre a experiência mística de Constantino que culminou em sua conversão, o que para nós trata-se de um problema a ser resolvido do ponto de vista historiográfico, porque a mesma narrativa sobre esta suposta conversão não está registrada na História Eclesiástica.

O que levaria Eusébio a omitir tão importante ocorrência na vida do imperador? Esta omissão é uma das razões que colocam em dúvida a credibilidade da autoria de Eusébio em relação à obra Vida de Constantino.

No caso de Eusébio, mais do que isso, é o discurso em forma de panegírico que constrói a imagem de um herói. Marcel Simon e André Benoit comentam em sua obra, no capítulo sobre a conversão do imperador Constantino, que este, a princípio, estaria “vinculado ao paganismo clássico, à teoria da Tetrarquia que o dava como descendente de Hércules, e depois pouco a pouco lançando-se à prática do culto solar; a partir de 312, começou a manifestar simpatia cada vez mais acentuada para com a Igreja.” (Simon; Benoit, 1987, p. 307).

Os detalhes da suposta conversão do imperador encontram-se não somente na obra Vida de Constantino, atribuída a Eusébio, mas também em Sobre a morte dos perseguidores, de Lactâncio. Esta, da época em que a História Eclesiástica era produzida; aquela, apenas ao final da década de 30, após a morte do imperador, em 337.

De acordo com as duas narrativas a conversão de Constantino teria acontecido da seguinte maneira: ele teria tido uma visão antes da batalha que culminou na morte de Maxêncio e seus soldados, em outubro de 312, na Ponte Mílvia, sobre o rio Tibre, às proximidades de Roma. Constantino, que governava as regiões da Gália e da Bretanha, dirigia-se à capital imperial no intuito de conquistá-la, já que esta se encontrava sob o poder de seu adversário. Maxêncio também era imperador, graças à tetrarquia instituída por Diocleciano, e governava entre outros territórios do Ocidente, a tão cobiçada capital.

Talvez seja esta cobiça uma das principais razões que faziam de Constantino e Maxêncio dois inimigos políticos, e não aliados conforme deveria ser, já que governavam territórios distintos de um mesmo império. O ódio pelos cristãos de um lado e a simpatia por outro, não nos parecem ser as grandes motivações daquele conflito entre aqueles dois imperadores. Mesmo porque, apesar da presença de cristãos em diversos e estratégicos pontos do império romano, “não constituíam mais de dez por cento da população e estavam pouco representados no exército e na aristocracia.” (Kee, 1990, p. 21). Por que dois imperadores lutariam por serem divergentes nesta questão?

Resumidamente, Constantino teria visto, ao início da tarde, uma cruz luminosa no céu, acima do sol, com a seguinte inscrição: In hoc signo vinces (Por este sinal vencerás). Após terem testemunhado aquela visão, Constantino e seus soldados caíram assombrados. Tanto Eusébio como seu contemporâneo Lactâncio, intencionalmente apresentaram o imperador Constantino como um novo cristão, a partir daquela experiência mística que teve ao lado de seu exército.

Na noite seguinte, o imperador em sonho teria recebido uma mensagem do próprio Cristo de deus, ordenando que aquele sinal que lhe aparecera em visão, deveria ser desenhado nas roupas e escudos de seus soldados. Uma confirmação acerca da mensagem que apareceu sobre a cruz também foi feita naquele sonho. Constantino, segundo os historiadores apologistas, passara a alimentar a certeza de que por ter tido aquela visão, se tornaria vencedor na luta por Roma, contra seu adversário Maxêncio.

Uma vez legitimada a visão da cruz, surge o que até hoje é reconhecido como símbolo da cristandade. O lábaro de Constantino corresponde ao que ele teria visto no céu. São as letras gregas Χ (khi) e Ρ (rô), as duas primeiras do nome Cristo (ΧΡΙΣΤΟΣ). O lábaro de Constantino também legitima a filiação religiosa que o imperador passava a ter desde que resolvera adotar ao deus dos cristãos. Uma vez Constantino tendo vencido Maxêncio em 312 na Ponte Mílvia, aquele “lábaro não somente foi o símbolo de sua aliança com Deus, mas também da vitória.” (Kee, 1990, p. 31).

Era, porém, importante que o imperador tivesse uma filiação divina. Como antes ele já teria tido uma experiência no templo de Apolo, legitimando sua filiação do deus Sol Invictus quando rompera com a religião de Hércules, a visão da cruz não passaria de uma adaptação daquela experiência anterior. Trata-se de “uma visão que o imperador tivera na Gália, no interior de um templo dedicado a Apolo, no verão de 310.” (Simon; Benoit, 1987, p. 317).

Esta informação consta nos fragmentos dos Panegíricos Latinos, em favor de Constantino. Rápida observação nestes documentos permite-nos pensar em uma trajetória religiosa do imperador, que se dividiu basicamente em três momentos: religião de Hércules-Júpiter (306/307), religião de Apolo-Sol Invictus (310) e aliança com o deus dos cristãos (312).

Portanto, as narrativas de Eusébio sobre as experiências místicas que Constantino supostamente vivenciou, não são suficientes para legitimar ocorrências históricas, mas demonstram a sua tendência apologética, seja enquanto bispo ou enquanto historiador.

Fica, aqui, uma relação introdutória do trabalho do historiador das religiões, neste caso, da religião cristã, com a perspectiva da filosofia da religião, pensando numa autonomia que permite uma ultrapassagem, pois neste sentido não haverá mais os limites de uma historiografia reduzida à simples reprodução do passado ou à tendenciosa valorização de grandes personagens. Ultrapassando estes limites, o historiador – agora, também filósofo – poderá problematizar e interpretar o passado, avaliando-o de maneira crítica.

*Desde Diocleciano, o Império Romano era governado por uma Tetrarquia. Neste período que estamos estudando, por volta de 312, Constantino governava as regiões da Gália e da Bretanha, enquanto Maxêncio governava Espanha, Itália e norte da África. Simultaneamente nas regiões do Oriente governavam os adversários Licínio e Maximino Daia.
**O próprio imperador teria solicitado a Eusébio a elaboração de uma obra panegírica que foi intitulada Vida de Constantino. Publicada apenas após a morte do imperador, esta obra tencionava defende-lo diante das acusações e preservar a sua memória que, segundo o autor, de fato, tornara-se o primeiro imperador cristão. Deve-se ressaltar que não há certeza sobre se a autoria desta obra é realmente de Eusébio.

Na próxima postagem, a conclusão do artigo!
Até lá!
Jefferson