quarta-feira, 26 de maio de 2010

***** Artigo publicado pela Editora Paulinas


Caro leitor, Cara leitora!

Gostaria de convidar vocês a, se possível, apreciarem meu artigo publicado na Revista Ciberteologia - teologia&cultura, pela Editora Paulinas em formato digital.

Meu texto encontra-se a partir da página 183. Aí vai o link:

http://ciberteologia.paulinas.org.br/ciberteologia//wp-content/uploads/2010/01/22%20Congresso%20Anual%20da%20Soter_Volume%202.htm

Abração e boa leitura!

na Graça
Jefferson

domingo, 23 de maio de 2010

***** A historiografia cristã na História (parte 1)


por Jefferson Ramalho

A historiografia (escrita da história) cristã, para relatar, sobretudo, a respeito dos primeiros 'trezentos e poucos anos' é indiscutivelmente devedora de Eusébio de Cesaréia. Em sua História Eclesiástica, Eusébio escreveu sobre os primeiros passos daquele movimento iniciado por um carpinteiro judeu chamado Jesus de Nazaré. Este Jesus, na opinião de Eusébio, de outros padres (ou pais) da igreja e dos autores de alguns fragmentos daquele conjunto de escritos que a tradição cristã organizaria e chamaria somente no quinto século de Novo Testamento, é o próprio Deus encarnado, um homem incomum, com dupla natureza - humana e divina.

Embora Eusébio tenha sido partidário da controvérsia ariana do quarto século que afirmava ser contrária à opinião de que Jesus de Nazaré fosse co-eterno com Deus Pai, não deixava de defender a perspectiva de que algo divino, diferenciado, ímpar, havia em Jesus.

Por esta razão, no início da obra, Eusébio não omite seu objetivo que é o de selecionar aquilo que lhe interessa, aquilo que possibilitará um discurso de defesa ao caráter absoluto e universal da religião cristã. Diante das perseguições oficiais que os cristãos sofriam, a necessidade de se defender diante delas e também diante das acusações e discriminações, foram as principais motivações do bispo Eusébio.

Além de resgatar uma vastíssima quantidade de informações, fazer apologia aos mártires e seus gestos de bravura diante do martírio, dedicar páginas e mais páginas a falar de importantes intelectuais cristãos anteriores a ele, Eusébio complementaria a obra escrevendo os seus três últimos livros (ou capítulos): o oitavo, o nono e o décimo.

Neste bloco final, o historiador, que também era bispo e teólogo da cristandade de seu tempo, assumiu definitivamente uma postura de representação eclesiástica – clerical – da aliança que a religião cristã estava firmando com o império romano. Este que sempre perseguiu, torturou e matou o ser humano que simplesmente se declarasse cristão, resolveu na pessoa do imperador Constantino, assumir outra identidade. Esta, inclusive, é outra discussão. Foi o império que se converteu à fé da igreja ou foi a igreja que se aliou à política do império?

A historiografia de Eusébio, que foi continuada especialmente por Zózemo, Sócrates e Theodoro de Ciro, apresentava a história cristã de seu tempo como algo em que ele via como resultante da manifestação do próprio Deus. Foi este que, para Eusébio, converteu o coração de Constantino. O bispo de Cesaréia chega a afirmar que o imperador era um novo Moisés que Deus estava levantando para libertar o seu povo de um longo período de opressões acumuladas e aprisionamentos.

As perguntas que fazemos hoje, depois de dezessete séculos, são as seguintes: Constantino realmente se converteu à religião cristã? Não teria sido ele um político corrupto e interesseiro que via na expansão dos cristãos uma possibilidade de alcançar benefícios e popularidade diante do povo do império? E a igreja, sabendo da inconstância daquele império, agia corretamente ao aceitar aquele conchavo só porque a perseguição religiosa havia sido extinta? Além de tudo isso, é coerente concordar que Eusébio, enquanto historiador, agiu corretamente ao escrever a história da igreja, especialmente a de seu tempo, da maneira apologética e triunfante com que escreveu, omitindo equívocos e acordos político-eclesiásticos, vendo em todo aquele processo de institucionalização como algo que acima de tudo, tinha Deus no controle?

Será a estas dúvidas que pretenderemos buscar respostas em nossas próximas reflexões.

Até a próxima!

Boa semana!

Jefferson

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Frase de C.S. Lewis

"Se você quiser uma religião que te faça feliz, eu não recomendo o cristianismo." (C.S. Lewis - 1898-1963/autor de Os quatro amores)


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domingo, 9 de maio de 2010

Café Acadêmico com Luiz Felipe Pondé

Será no dia 12 de junho, às 9h

Tema:
Do pensamento no deserto - conversando sobre Filosofia e Teologia


com Luiz Felipe Pondé
Filósofo e professor de Filosofia da Religião na PUC de São Paulo.
Doutor pela USP com pós-doutorado pela Universidade de Tel Aviv.
Autor dos livros Do pensamento no deserto e Conhecimento na desgraça.

Taxa de participação: R$ 10,00

Endereço: Rua Lins de Vasconcelos, 3390 - Vila Mariana - São Paulo
Ao lado da estação Vila Mariana do metrô.

Inclui: Coffee Break e Certificado de participação.

Inscrições: cafeacademico@yahoo.com.br
ou por telefone
9313 6343 (c/ Jefferson) e 8897 8901 (c/ Aline)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

As melhores do dia!!! KKKKKKKKKKKKKK

Vamos rir! Vamos rir!

O Corinthians tinha um sonho, mas o Ronaldo comeu todo!



Por que os corinthianos não completam o ensino médio? Porque eles param nas oitavas!



Corinthians é igual ao Michael Jackson – prometeu show, vendeu ingresso e morreu em casa!



Perder uma Libertadores é humano, perder todas é corinthiano!



Um corinthiano, chorando, perguntou a Deus se o Timão nunca ganharia a Libertadores. Deus respondeu: “Sim, mas não na minha gestão!

Corinthians na Libertadores é igual tartaruga em cima de árvore – a gente nunca sabe como ela chegou lá, mas sabe que vai cair!

Sabe o que o corintiano faz quando ganha a Libertadores? Desliga o videogame e vai dormir!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Eu, CUrintiANUS? Jamais!

Esta foto, por exemplo, tirei no Estádio do Mineirão, no ano passado!

Foi só um sonho! Acordemos pra realidade!



segunda-feira, 3 de maio de 2010

Reflexão (70) - Passeio socrático

com Frei Betto em uma livraria entre as praias de Ipanema e Copacabana.

por Frei Betto

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'. 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra!

Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'. Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista.

Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo.

E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas... Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...

Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald's...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas:
'Estou apenas fazendo um passeio socrático. Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso."

Frei Betto

sábado, 1 de maio de 2010

PONDÉ no Café Acadêmico de 12 de junho

Em 12 de JUNHO, no Café Acadêmico, Luiz Felipe Pondé. Não perca!
Faça já sua inscrição enviando e-mail para: cafeacademico@yahoo.com.br



Será na Rua Lins de Vasconcelos, 3390 - Vila Mariana - São Paulo.
Ao lado da Estação Vila Mariana do Metrô.
Dia 12 de junho, das 9h às 12h.
Taxa de investimento: R$ 10,00.

Pondé vai falar sobre seu mais recente livro:
Do pensamento no deserto - ensaios de Filosofia, Teologia e Literatura.


Os ensaios de Do pensamento no deserto, publicado pela Edusp, marcam em suas 264 páginas, a trajetória biográfica e intelectual de Luiz Felipe Pondé entre 2000 e 2006, por meio de pensamentos que, segundo indica o título, foram gestados e articulados no deserto. Ora, desértica é a paisagem sem água e vegetação, um lugar de esterilidade, das mais penosas e agrestes condições em que a vida mal pode se manter à custa de supremo esforço. A imagem é apropriada para traduzir uma interpretação do mundo despojada de ilusões éticas consoladoras, embebida de um pessimismo haurido na frequentação de textos gnósticos e místicos, bem como no corpo a corpo com a literatura sobre o niilismo. Trata-se de um pensamento que, por desacreditar na espécie humana, não partilha a moderna confiança ilustrada na história como progresso moral infinito do gênero humano – um ideal que, em versão leiga, teria como télos a construção do reino de Deus na Terra.