tag:blogger.com,1999:blog-73380903703606750212024-02-07T03:49:18.254-08:00caFé + Reflexão = EspiritualidadeJefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.comBlogger326125tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-84731951016017522852015-06-19T14:18:00.003-07:002015-06-19T14:18:51.369-07:00Reflexão (91) - Quem for santo que atire a primeira pedra?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB1wjGTmGUuO5y8NHL7BDSnyj5k-P32ueoV_5lpsuM0DVlfO7i39nSw8ciPPHMX0ECwiarzUoE7aTvgJQvBeZ60xbiOmXb5Z6Hbe3J3PI6e0TEsIeOOrghGZlC-EsoLYaT9QPmU91h38-E/s1600/pedra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB1wjGTmGUuO5y8NHL7BDSnyj5k-P32ueoV_5lpsuM0DVlfO7i39nSw8ciPPHMX0ECwiarzUoE7aTvgJQvBeZ60xbiOmXb5Z6Hbe3J3PI6e0TEsIeOOrghGZlC-EsoLYaT9QPmU91h38-E/s320/pedra.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="text-align: justify;"><br /></span>
<span style="text-align: justify;">por Jefferson Ramalho</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Toda semana tem uma nova! Na
semana passada foi a história da intolerância dos conservadores religiosos
contra a manifestação da transexual que, encenando a crucificação na Parada Gay,
com o intuito de mostrar que até hoje os marginalizados são violentados
inocentemente, acabou execrada por aqueles que dizem ser os representantes da
verdadeira moral e dos bons costumes.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Agora, foi a vez da pedrada! Uma
criança de 11 anos foi atingida por uma pessoa que, por certo, afirma-se cristã
e pregadora do amor e da fé... sim, como aqueles que queriam apedrejar uma
mulher cerca de dois mil anos atrás, mas que foram impedidos pela frase de
Jesus de Nazaré quando este afirmou: quem não tiver pecado que atire a primeira
pedra.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A diferença entre os dois casos é
clara. Lá a mulher era acusada de adultério, o que não justifica qualquer ato
de violência ou repúdio. Aqui, a jovem é apedrejada porque tem fé, porque segue
uma tradição religiosa herdada de sua família, porque não faz parte da religião
dos que se dizem conhecedores do amor de Cristo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A verdade é que, segundo as
estatísticas, tudo indica que daqui a algum tempo, não duvido nada se esses
sujeitos não tornar-se-ão literalmente homens-bomba do cristianismo. Ora bolas!
Eles já são homens-bomba, se pararmos para pensar. Eles acreditam que com a
pena de morte e com a prisão de crianças em conflito com a Lei serão resolvidos
os problemas da violência que existe na sociedade. Mas, ao mesmo tempo,
apedrejam candomblecistas e umbandistas e afirmam-se contra o aborto, já que
argumentam ser defensores da vida e da hipótese de que só Deus pode tirá-la.
Que bagunça! Que salada! Que caos!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há, é claro, entre os cristãos –
católicos e protestantes – uma pequena parcela séria, que não aceita essa
intolerância, esse ódio, essa violência promovida e propagandeada nos púlpitos
das igrejas e na bancada evangélica do Congresso Nacional. Todavia, esses
poucos pastores e padres que não concordam com a intolerância religiosa e
moralista, por vezes, acabam execrados em seus próprios círculos de
convivência. Haja vista o que ocorreu com Rubem Alves quando este negou-se
apoiar o regime militar nos tempos da ditadura ou o que ocorreu com Leonardo
Boff quando este escreveu em favor do pobre e contra a ostentação eclesiástica.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Portanto, encerro, sinceramente,
sem muitas esperanças. Afinal, não duvido que na próxima semana tenhamos uma
outra manifestação de ódio, expressa em forma de pregações, de palavras, de pedradas,
de tiros, de bombardeios, por parte dessa turma que se diz seguidora e
imitadora do amor de Deus, mas que no fundo, não passam de víboras, de cobras
venenosas, como dizia um certo homem. Eles são semelhantes a sepulcros caiados,
bonitos por fora, mas podres por dentro. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O problema maior é que são
tratados e reconhecidos como santos pelos seus muitos seguidores, os quais,
admirados e ingênuos, pagam o que for preciso para sentir os seus perfumes
importados, mal sabendo que não passam de seres inescrupulosos, cuja essência fede mais que um corpo em avançada decomposição. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
J.R.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia</div>
Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-17241151572142747912015-06-08T17:15:00.004-07:002015-06-08T17:24:52.126-07:00Reflexão (90) - Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDUGkSUdTrYzArrHU8WWyx7WW8nqfeXuKiXbbzMy4BPvJsztR4YRLAPeanquC6iIAHNdIX_6Frrt49Ekb0KDB9q8dZ76JS-4bcCVZ82pj131kX4HhEUjRhuOZZGLiV0qGDEMFy9gdgc-6B/s1600/Parada+Gay.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDUGkSUdTrYzArrHU8WWyx7WW8nqfeXuKiXbbzMy4BPvJsztR4YRLAPeanquC6iIAHNdIX_6Frrt49Ekb0KDB9q8dZ76JS-4bcCVZ82pj131kX4HhEUjRhuOZZGLiV0qGDEMFy9gdgc-6B/s320/Parada+Gay.png" width="320" /></a></div>
<br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">por Jefferson Ramalho</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br />Se você acha que estou, com este título acima, referindo-me aos milhares de seres humanos que estavam em São Paulo ontem lutando pelos seus direitos e, em meio ao movimento, simularam de maneira intolerante e agressiva a cena clássica da crucificação de Jesus, enganou-se.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Quem tem o mínimo de conhecimento bíblico com base numa exegese histórico-crítica bem elaborada, munida de ferramentas hermenêuticas livres das algemas dogmáticas e, é claro, sem medo de desconstruir quando necessário, saberá que o menos importante na narrativa da crucificação e de tantos outros episódios ali contados é a afirmação de sua veracidade factual.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Portanto, o mais importante, desde os novos parâmetros interpretativos inaugurados no auge do século XIX pelo pregador protestante, filósofo e teólogo Friedrich Schleiermacher (1768-1834), não é a historicidade de um episódio narrado na Bíblia, mas a mensagem que tal narrativa pretende passar. Essa perspectiva seria ampliada no mesmo século XIX e depois no XX por outros tantos intelectuais, quase todos de matriz protestante, como Adolf von Harnack, Rudolf Bultmann e Paul Tillich, cada qual em sua área de investigação.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Assim, o importante não é o milagre enquanto fato, mas o milagre enquanto metáfora que tem uma mensagem ética a ensinar. De que adianta acreditar na multiplicação dos pães como algo mágico, sobrenatural, fantasioso, se não aprendermos a dividir nossos pertences com quem não tem nada, como fez aquele menino que dividiu com milhares de pessoas seus únicos cinco pães e dois peixes, estimulando por meio do seu gesto a atitude de outros que também tinham e, sensibilizados, passaram a dividir?</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Quem conhece o mínimo acerca da história de Jesus de Nazaré, independentemente de considerá-lo apenas humano, apenas divino ou simultaneamente humano e divino, sabe que o seu martírio representa a história de pessoas excluídas, discriminadas, oprimidas, marginalizadas. Portanto, não adianta absolutamente nada encenar a Paixão de Cristo todos os anos se não entendermos que aquilo tudo é mais que uma interpretação artística; que a Paixão de Cristo é, na verdade, não a teatralização anual da história de seu martírio, mas a história dos milhões de seres humanos que por causa da cor, da raça, do gênero, da condição sócio-econômica, da opção e condição sexual são martirizados todos os dias, injustamente. Sim, injustamente, pois não há culpa em nada disso, embora as “brilhantes mentes conservadoras” insistam em dizer o contrário.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Para não ficar enrolando, quero concluir dizendo de maneira simples e direta. Embora não tenha ido à Parada Gay, as imagens que vi na TV, na internet, em vídeo ou em foto, dessa cena, foram belíssimas – sim, belíssimas – pois apesar dessa cena representar um momento de dor e sacrifício de um ser humano, conseguiu trazer à tona aquilo que em sua origem, enquanto fato ou narrativa, pretendia transmitir como mensagem.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Talvez, nesses dois mil anos, poucas encenações da Paixão de Cristo conseguiram ser tão autênticas, verdadeiras e fiéis ao significado original da narrativa bíblica. Quando Jesus era crucificado, ali na Cruz não estavam os religiosos, os sacerdotes, os doutores da Lei, os teólogos conservadores, os guardiões da santa doutrina, mas os maltrapilhos de posse e de alma, os excluídos, os marginalizados, dentre os quais estão nossos milhares de semelhantes que são homo-afetivos, independentemente de como sua homo-afetividade de expressa.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Não houve blasfêmia, não houve intolerância, não houve cristofobia como alguns têm dito e postado ao longo do dia de hoje. Ao contrário, se Jesus estiver vivo, não tenho dúvida de que ontem Ele alegrou-se em ver que um ser humano finalmente entendeu o significado da Cruz, a saber, a expressão do grito oprimido de um inocente.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Enquanto isso, sobre os religiosos e doutores da Lei e da Moral de nosso tempo, sim, os Malafaias, os Felicianos, os Eduardos Cunha, os Bolsonaros entre outros tantos que estão, estes sim blasfemando, o Cristo estará bradando mais uma vez, lá do alto: Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">J.R.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-25838002298851954732015-03-10T09:51:00.001-07:002015-05-06T15:35:45.838-07:00Reflexão (89) - Para não dizer que não falei das panelas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2RhS4xhHDCA4I5iBcWCplKGIQtIJYkYoUlHY1ew5oePSvMcJghOdiUfY19qwX5aCdTwSgS-gAk9yR2G3cR1c_oz2JdtzOtJ8Wv9f9wag2L95-imUukGN5kv5cuf0jhBXV4TLm9HnpEy0W/s1600/panela+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2RhS4xhHDCA4I5iBcWCplKGIQtIJYkYoUlHY1ew5oePSvMcJghOdiUfY19qwX5aCdTwSgS-gAk9yR2G3cR1c_oz2JdtzOtJ8Wv9f9wag2L95-imUukGN5kv5cuf0jhBXV4TLm9HnpEy0W/s1600/panela+1.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
por Jefferson Ramalho</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Quem entre nós nunca ouviu o clássico "Pra não
dizer não falei das flores", de Geraldo Vandré, que acabou tornando-se um
verdadeiro hino da resistência contra a ditadura militar ocorrida no Brasil,
entre 1964 e 1985?</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
“Caminhando e cantando e seguindo a canção</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Somos todos iguais braços dados ou não</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Nas escolas nas ruas, campos, construções</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Caminhando e cantando e seguindo a canção”</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Tempo no qual ainda havia poesia e consciência
política, não é mesmo?</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Semanas atrás escrevi em minha conta no facebook
que não escreveria mais nesta rede social, que expressaria minhas opiniões sobre
política, futebol e religião, uma vez que muitas pessoas têm dificuldades em
entender e, sobretudo, respeitar minhas escolhas. Ok!<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Mas, não posso omitir-me diante do tal panelaço do
último domingo promovido pela elite branca de algumas cidades brasileiras.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Claro, eu poderia aqui escrever – não com a mesma
competência, claro – algo muito próximo daquilo que o jornalista Juca Kfouri
escreveu em seu belo texto “O panelaço da barriga cheia e do ódio”, mas resolvi
não fazê-lo. Kfouri disse tudo e pronto. Basta!<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Só não posso abster-me de manifestar minha
incompreensão – mais que revolta – diante de tantas postagens de amigos e
amigas, no mesmo facebook. Enquanto a mulher, no dia da mulher, falava sobre
mulher, e depois sobre o Brasil, além do delinquente panelaço que ecoava
desafinada e simultaneamente das janelas de alguns luxuosos apartamentos de
bairros como Morumbi, Higienópolis, Vila Olímpia, Perdizes e Itaim,
pessoas escreviam frases do tipo “Mulher safada”, “Dilma não representa a
mulher brasileira”, “Mulher sem vergonha”, “Dilma não cansa de mentir de
maneira descarada” e por aí vai...<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Não há conscientização política, o que há é ódio, é
raivinha, é inconformismo por parte de uma elitezinha que há treze anos perdeu
o poder para um operário barbudo e sem dedo, supostamente analfabeto, e o que é
pior: comunista. Pior ainda: não conseguem derrubá-lo.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Não sei se isso prova a eficácia do PT em governar, a
capacidade do PT em articular para manter-se no poder ou a incompetência da
oposição, especialmente a PSDBista, em não conseguir voltar a comandar o País.
Resta chorar e acusar; resta pedir impeachment.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Não vou, é claro, insistir aqui na mesma conversa de
sempre. Por exemplo, apesar de apertada, a eleição foi decidida voto a voto e o
PSDB perdeu, pronto. Se tivesse perdido por diferença mais ampla, também estariam
falando em sabotagem. É a velha mania de brasileiro que jamais reconhecerá que
a seleção pode perder em uma Copa, mesmo quando é massacrada como ocorreu em
2014. Se diferença pequena for sinal de sabotagem, então podemos dizer que o
PSDB sabotou na penúltima eleição em São Paulo, quando por pouco Alckmin teria
de disputar um segundo turno com Mercadante!<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Quero apenas, para não dizer que não falei das
panelas, que aquele ato de domingo demonstra o quanto nossa “gente de bens” –
não de bem – é, em grande parte, delinquente, mal educada, motivo de vergonha e
desrespeito. Sim, porque se o panelaço fosse promovido pelos pobres, choveriam
críticas do tipo: “Zé povinho”, “Maloqueiros”, “Pobres, marginais e sem
educação”, “Baderneiros”, “Gente sem cultura”, sem falar, é claro, das possíveis
afirmações racistas do tipo “Pretos, só podiam ser pretos”... Mas, como o
panelaço ecoou das janelas da Casa Grande, está tudo certo. É protesto, é
manifestação... e não bagunça de gente pobre!<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">Não, não é manifestação! E não digo nem que é apenas ódio
ou raivinha antiPTtista. Como eu disse dias atrás no meu facebook: a mesma
madame que reclama da economia e vive dizendo “quem mandou votar na Dilma”, não
abre-mão de frequentar semanalmente o Pet Shop para falar mal da faxineira
enquanto os cabeleireiros cuidam de seus pelos, digo, de seus cabelos. A mesma
mocinha que, mesmo sem saber resolver um problema básico de equação do 1º grau,
mas que tornou-se especialista em economia nos últimos meses só para falar mal
do PT, não deixa de bater cartão no shopping para comprar seus sapatos, suas
bolsas e suas roupas caras que servem apenas para atender sua crônica e
deficiente necessidade de consumir e ostentar diante das amigas. O mesmo
empresário que reclama do desgoverno PTista e que afirma-se defensor da justiça
e da verdade, é aquele que nunca conseguiu abrir mão de parte do seu lucro para
reconhecer o valor profissional de seus funcionários, sem falar aqui das suas
maracutaias em relação a impostos e direitos trabalhistas dos seus
empregados... Mas ladrões são o Lula e a Dilma!</span><br />
<span style="line-height: 24px;"><br />Para terminar, pergunto apenas a esses conhecedores de política e economia que, do alto de suas coberturas, de suas janelas, de seus duplex e triplex, manifestaram-se no último domingo com suas panelas teflon e talheres de prata. Vocês acreditam mesmo que com essa espalhafatosa, vergonhosa, delinquente e inescrupulosa histeria irão conseguir alguma coisa? Façam-me rir... Mas antes, é claro, deixem-me sair de debaixo da mesa, para onde fui esconder-me, de tanta vergonha alheia que senti.</span><span style="font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br /></span></span><br />
<span style="line-height: 24px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-8650617429525245962014-08-19T17:33:00.003-07:002014-08-19T17:53:51.002-07:00Reflexão (88) - Por uma filosofia prática de respeito e diálogo<br />
por Jefferson Ramalho<br />
<br />
Porque gado a gente marca <br />
Tange, ferra, engorda e mata <br />
Mas com gente é diferente <br />
Se você não concordar <br />
Não posso me desculpar <br />
Não canto pra enganar <br />
Vou pegar minha viola <br />
Vou deixar você de lado <br />
Vou cantar noutro lugar <br />
(Geraldo Vandré; Théo de Barros)<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">O trecho poético acima citado pertence à letra da música <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Disparada</i>, composta nos anos 1960 por Geraldo Vandré e Théo de Barros, mas que ganharia notoriedade na interpretação de Jair Rodrigues, ficando em primeiro lugar junto com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Banda</i>, de Chico Buarque, no Festival de Música Popular Brasileira, em 1966.</span><br />
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">O contexto histórico em que esta música foi composta corresponde a um tempo de ditadura política, cujo grupo dominante era formado por militares e elites político-econômicas que defendiam uma mentalidade conservadora, fechada às manifestações culturais, à liberdade de expressão e a uma distribuição econômica que beneficiasse aquela parcela da sociedade elencada por pobres, excluídos e marginalizados.</span><br />
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><br />
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Se hoje podemos questionar os nossos governantes ou mesmo acusá-los pela corrupção que praticam, devemos isso àqueles que lutaram de frente contra um regime que era opressor, repressor, antidemocrático, moralista e violento. Muitos desses que lutaram contra a ditadura, sob a injusta acusação de serem criminosos, traidores da Pátria e até terroristas, pagaram literalmente com sangue por acreditarem que um dia viveriam num Brasil livre, democrático, no qual as pessoas poderiam escolher quem os governasse e protestar quando aquele que fosse escolhido não cumprisse o seu dever.</span><br />
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Muitos estudantes, artistas, intelectuais, políticos, jornalistas, religiosos, entre outros grupos sociais, insatisfeitos com a violência psicológica e física praticada pelo Estado, foram presos, torturados, expulsos do próprio País e até mortos. O que é pior, mesmo depois de mortos eram injustamente rotulados pelo governo militar e pela imprensa como pessoas criminosas, terroristas e de alta periculosidade para a sociedade.</span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Neste ponto é que o trecho que destacamos da música <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Disparada</i> começa a fazer sentido. Nas dependências do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), com o intuito de interrogar pessoas envolvidas com a resistência ao regime militar, a polícia as torturava das mais diversas formas. Predominava o velho e intolerante argumento da disciplina por meio da agressão física e psicológica. Choques elétricos nas partes mais sensíveis do corpo, tapas, socos, pontapés, pauladas na cabeça e nas costas, queimaduras, afogamentos e tantas outras monstruosidades eram aplicadas por aqueles que faziam o papel de representantes da ordem, da moral e dos bons costumes contra aqueles que eram considerados bandidos, assassinos, sequestradores e terroristas, quando na realidade estes só queriam duas coisas para sua gente: liberdade e dignidade.</span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Sempre que a música <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Disparada</i> chega neste verso que diz: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Porque gado a gente marca / Tange, ferra, engorda e mata / Mas com gente é diferente</i>, podemos pensar na luta e na vida de cada pessoa que foi torturada, que foi morta, que foi expulsa do seu País, e isso por causa da convicção que carregavam na alma e no coração de que algum tempo depois a história mudaria e todo aquele cenário de terror e opressão teria fim.</span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Os tempos mudaram, a liberdade veio, e mesmo com tantos problemas sociais e econômicos que ainda devem ser combatidos, aquelas páginas regadas por sangue e por lágrimas ficaram para trás e temos a esperança de que nunca mais voltem a ser escritas.</span><br /><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">No entanto, por incrível que pareça, ainda há quem defenda a tortura, a pena de morte, a censura, o silêncio do outro. O mais triste está no fato de que essas práticas começam, muitas vezes, dentro de casa, no âmbito familiar. Esposo agredindo a esposa com o argumento ultrapassado de que o homem é chefe da casa, pais castigando seus filhos física e psicologicamente uma vez que fica difícil admitir para si próprio a dificuldade de conseguir educá-los por meio do diálogo, famílias inteiras que rejeitam um membro da família que é homoafetivo, sem falarmos das mais diversas expressões de preconceito por causa de cor, raça, gênero ou mesmo escolhas religiosas ou políticas.</span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Quantas pessoas ainda sofrem preconceito por serem adeptas de religiões afrobrasileiras ou evangélicas? Quantas pessoas ainda são agredidas de maneira física e psicológica por serem homoafetivas, por usarem determinadas roupas, por gostarem de determinado gênero musical, por seguirem esta ou aquela religião?</span></span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Poderíamos mencionar ou mesmo detalhar muitos outros exemplos: pessoas que são consumidas pelas drogas, sobretudo, por problemas diversos de estrutura familiar; jovens que se tornaram criminosos precocemente por causa da realidade social na qual nasceram; ex-presos que quando saíram da prisão se encontravam piores do que quando entraram, uma vez que o sistema prisional do nosso País mais educa para o crime do que para a recuperação do ser humano.</span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">São raros os casos em que certa pessoa que sempre esteve inserida em um desses contextos tenha optado pela educação e pela cidadania. A regra, portanto, é o oposto.</span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">A probabilidade de um jovem que nasce em uma família sem estruturas se tornar criminoso logo cedo é muito grande; também é maior a probabilidade de uma criança que foi agredida – não educada – à base de surras e doses periódicas de tapas e castigos físicos e psicológicos escolher o caminho das drogas lícitas ou ilícitas. O ex-preso no Brasil, infelizmente, não é sinônimo de ser humano recuperado para viver em sociedade, mas de alguém que, no imaginário popular, por ter sido uma vez bandido, sempre será bandido. Mesmo que recuperado, um ex-preso dificilmente terá a chance de recomeçar sua vida, tornar-se um trabalhador, pois além do frágil sistema prisional sob o qual viveu por anos, a própria sociedade não consegue vê-lo como uma nova pessoa.</span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><br /><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Poderíamos pensar nos arcaicos, alienantes e alienados chavões do tipo “bandido bom é bandido morto”, “criança, para ser educada, tem que apanhar”, “mulher minha, se não obedece, apanha”, “apanhei dos meus pais e não morri por causa disso”, mas é desnecessário. Fiquemos com os versos de Geraldo Vandré e Théo de Barros, pois estes sim são muito mais carregados de inteligência, ternura e esperança. E aos insistentes em defender a velha tática da violência politicamente correta, a mesma música diz:</span></span></span></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span></span></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span></span></span></span><br />
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Se você não concordar / Não posso me desculpar / Não canto pra enganar /Vou pegar minha viola / Vou deixar você de lado / Vou cantar noutro lugar</span></span></span></span><br />
<br />
**********************<br />
<br />
*A responsabilidade pelas ideias presentes no texto restringe-se ao autor<br />
</div>
Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-88970390330863588282013-12-28T12:59:00.002-08:002013-12-31T07:44:24.353-08:00Reflexão (87) - As bem diferentes "erudições" de Jorge Mario Bergoglio e Joseph Aloisius Ratzinger<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Ir9rJeWzMwTkciz87jusYCEtIR-NVexuYPwqNQWlWFnTkdOxcrAjl526HVzgceTh2K_bnLeyqlLu21r8ZW1YieZAGRAfNtzR1hSTRmHKKjk1FPRwprk1PliGtJdu2l-134-JU9rfl1wt/s1600/Francisco+1.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-Ir9rJeWzMwTkciz87jusYCEtIR-NVexuYPwqNQWlWFnTkdOxcrAjl526HVzgceTh2K_bnLeyqlLu21r8ZW1YieZAGRAfNtzR1hSTRmHKKjk1FPRwprk1PliGtJdu2l-134-JU9rfl1wt/s320/Francisco+1.jpeg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br />por Jefferson Ramalho<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">"Fale de amor, se for preciso use palavras." - São Francisco de Assis<br /><br />Bergoglio critica Ratzinger não com
palavras, mas adotando uma postura totalmente diferenciada. Logo, não é preciso
dizer nada. Aliás, a gentileza, a educação, a forma polida de ser e agir anulam
qualquer necessidade de Bergoglio ser áspero com quem quer que seja. Não que
ele não possa vir a sê-lo um dia. Mas, a questão aqui é entre ele e seu
predecessor. A propósito, as falas e os atos de Bergoglio são suficientes para
explicitar a crítica e a denúncia direta que faz ao modelo episcopal que
Ratzinger e tantos outros bispos e papas adotaram ao longo da história. Não é
preciso dizer nada!<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKJiP-CN5vnU6RVS9vrhnAURKJHtkqdZA3UqIIe0qng0pM7Ro6Ot0P_53gIVpYH1hvaGAllUzfw_jc2gANQo9_ecDCizSI7Mn9zLCU4tafeibqo4ZSREaOakAvBcUsFdty8cLtQf8jpXiH/s1600/Bergoglio+X+Ratzinger.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKJiP-CN5vnU6RVS9vrhnAURKJHtkqdZA3UqIIe0qng0pM7Ro6Ot0P_53gIVpYH1hvaGAllUzfw_jc2gANQo9_ecDCizSI7Mn9zLCU4tafeibqo4ZSREaOakAvBcUsFdty8cLtQf8jpXiH/s320/Bergoglio+X+Ratzinger.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br />Ratzinger (o Bento XVI) é, para aqueles
que conhecem um pouco de sua trajetória, conhecido por duas características
fundamentais. Dono de uma mente brilhante, não há como negar que tenha sido um
dos intelectuais católicos mais eruditos de seu tempo. Por outro lado,
Ratzinger também é conhecido por muitos como sendo o grande inquisidor, aquele
que fez o “serviço sujo” no pontificado de João Paulo II. Não foram poucos que
tiveram de se apresentar ao Vaticano para prestar contas de suas “heresias”
diante dele que era o cardeal responsável pela Congregação para Doutrina da Fé.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /><br />Bergoglio, poucos conheciam até aquele
fim de tarde (já noite em Roma) de quarta-feira em que foi apresentado ao mundo
como novo Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana. Um padre das periferias,
sim! Não apenas das periferias de Buenos Aires, mas, sobretudo, da periferia do
Planeta. Como ele próprio disse: “foram me buscar no fim do Mundo”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUO-Y1PQFpdPbONYyB1qsBPclpDBqH7sFwNojQivQIJJzEGmZUP9o9iq25wMUtoqMi8wsIi8mVExSq-C9Z-dKoeqmq8U_blHCAqNaf-37oIejP2NCbi9eG47VHsfNAWksoXkkWquUZVA5Z/s1600/Francisco+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUO-Y1PQFpdPbONYyB1qsBPclpDBqH7sFwNojQivQIJJzEGmZUP9o9iq25wMUtoqMi8wsIi8mVExSq-C9Z-dKoeqmq8U_blHCAqNaf-37oIejP2NCbi9eG47VHsfNAWksoXkkWquUZVA5Z/s320/Francisco+2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br />Abrindo parênteses, este é o século XXI,
para quem ainda não tinha percebido. Um século em que um negro se torna presidente
dos Estados Unidos da América, em que um operário metalúrgico e depois uma
mulher se tornam presidentes do Brasil, em que o Corinthians (time que mais
odeio, mas um time do povo – como negar isso?) se torna Campeão da Copa Libertadores.
Logo, o que faltava? Faltava um Papa não europeu; melhor, um Papa
Latino-Americano. Perfeito!<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Fazendo justiça com o nome que escolheu,
Bergoglio – agora, Francisco – deixou claro o seu perfil quando esteve entre
nós na Jornada Mundial da Juventude. Poderia citar aqui as muitas frases que
explicitariam seu lado “periferia do mundo”, mas não se faz necessário. Poderia
repetir tudo o que já foi dito sobre sua negação aos adornos de ouro, ao carro de
luxo, ao aposento papal gigantesco, e às tantas outras e incontáveis
ostentações que não foram rejeitadas por seus antecessores. Porém, não é
preciso. Todos já estamos convencidos de quem Francisco é.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Aprendi neste ano inesquecível de 2013 –
absolutamente contrário ao triste 2012, pelo menos para mim – que ser erudito é
ser como uma pedra que é, pouco a pouco, polida. E quando vejo o modo polido com
que Francisco se mostra, concluo que sua erudição é muito mais valiosa que a
erudição intelectual de Ratzinger. Aliás, quem já teve a oportunidade de ouvir
ou ler o testemunho de Leonardo Boff, um dos que teve de se apresentar ao
tribunal do santo inquisidor dos anos 1980, percebeu que a intelectualidade
polida de Ratzinger, conquanto existisse, esteve sempre à serviço de outros
interesses.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O que concluo desse novo momento da igreja
católica, em linhas gerais, é que haverá menos condenação e mais inclusão e
tolerância, menos exclusivismo e mais diálogo inter-religioso, menos sermões
longos e cansativos e mais mensagens de fé e esperança, menos fundamentalismo e
mais abertura para uma nova época na história, não só da igreja católica, mas
da sociedade mundial como um todo.</span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 16px;">Que o apelo sempre sorridente de Francisco, sem muitas palavras e ostentações, mas com todos os gestos de gentileza e simplicidade, possa contagiar o mundo, para que as pessoas se tornem pessoas melhores, independentemente das religiões que seguem, da opção sexual que escolhem, do espaço geográfico que ocupam no planeta e da bandeira política que agitam. Feliz 2014 a todos e a todas! - Jefferson</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggkSg8kbO2oFnC46O0xoezixJbe77LgEbT3z3w7k65nCaTUMadGMIecKpQJLUdzS4gzxOhkmZ-VjkJ4RUE3EVtpaF5sVZvSbXFufEdAqwAHV2GbThZZE6QSS9B1Yg-9uhAaXkESCZ9x_Hg/s1600/Francisco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggkSg8kbO2oFnC46O0xoezixJbe77LgEbT3z3w7k65nCaTUMadGMIecKpQJLUdzS4gzxOhkmZ-VjkJ4RUE3EVtpaF5sVZvSbXFufEdAqwAHV2GbThZZE6QSS9B1Yg-9uhAaXkESCZ9x_Hg/s320/Francisco.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-42712830787408911192013-11-14T08:11:00.002-08:002013-11-14T08:11:41.421-08:00Meu convite a você que visita meu blog<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVOIJm84VihtjzccfsgB8QipwBObOPGlvr_wfUVBhXEJwLCMTjWAY-JYXNiVccSwDOg_3MnbpOThLFKcpZK6eAWgWcZ8vehxhngDy8q3msD4NNv6PMx0AevExjHPU3aDGuyicHH9mZfSjz/s1600/Convite+Oficial.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="220" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVOIJm84VihtjzccfsgB8QipwBObOPGlvr_wfUVBhXEJwLCMTjWAY-JYXNiVccSwDOg_3MnbpOThLFKcpZK6eAWgWcZ8vehxhngDy8q3msD4NNv6PMx0AevExjHPU3aDGuyicHH9mZfSjz/s320/Convite+Oficial.png" width="320" /></a></div>
<br />
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-62803499829402469122013-10-14T22:40:00.001-07:002013-10-15T08:10:53.389-07:00Reflexão (86) - No ensejo do nosso dia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzvQRNPXZ1lDMYbvgOEF8Oby2jnZ7S3rj_GXu2NGtOudLqDXhjpiTnxjmP-bRg8T7jQx6A2cbJYlLtCwx-ukU0tuMPqzIhrz0ux2n6Eiy40kVFtPJUSYMUV9MVSboF7VuymrYQWjgSvIqe/s1600/Professor+Raimundo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzvQRNPXZ1lDMYbvgOEF8Oby2jnZ7S3rj_GXu2NGtOudLqDXhjpiTnxjmP-bRg8T7jQx6A2cbJYlLtCwx-ukU0tuMPqzIhrz0ux2n6Eiy40kVFtPJUSYMUV9MVSboF7VuymrYQWjgSvIqe/s320/Professor+Raimundo.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br />por Jefferson Ramalho</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br />Hoje, 15 de outubro, é o dia no qual “comemora-se”
a importância dos professores. Sou um deles neste País maravilhoso e, ao mesmo
tempo, difícil de nele viver. É maravilhoso por sua diversidade cultural, por
sua gente, pelo sorriso estampado no rosto. Mas é difícil porque ainda permite
que a desigualdade ocupe mais espaço que a justiça.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Vivo num País no qual o professor tem
dia, mas não tem dignidade. Eu gostaria de dizer, após ter estudado por mais de
vinte anos, entre escolas públicas e em três faculdades privadas, com
publicações em revistas científicas, licenciatura, bacharelado, mestrado, que a
minha remuneração de professor na Educação Básica estivesse equiparada à formação
acadêmica que construí. Não... não está!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sei que há incontáveis – sim,
incontáveis – razões que impedem que o meu salário seja aquele que eu gostaria.
Somos todos vítimas de um sistema econômico que nos escraviza a comprar tudo
com tão pouco no bolso; somos vítimas de um sistema político sem vergonha que
se disfarça de democracia, fazendo-nos de idiotas todos os dias; somos vítimas
de um sistema educacional que optou pelo número de pessoas com diploma na mão e
não pela qualidade da formação escolar que elas recebem. Por que?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Porque a maioria precisa estudar em uma
escola pública que reza o que o Estado incompetente manda: aluno que não falta
às aulas, ainda que tenha notas insatisfatórias em todas as disciplinas, deve
ser aprovado. Ele não sabe ler, ele não sabe escrever, ele é vítima da
incompetência do Governo do Estado, de todos os Presidentes que o Brasil já
teve de Deodoro a Dilma, do Prefeito de sua cidade, dos vereadores e deputados
de ontem e de hoje ao ponto de ter que ir à escola para comer merenda porque
não tem comida em casa, mas será aprovado. Ele não vai à escola para estudar,
ele vai à escola para matar a fome. Em troca disso, sem saber, ele aceita passar
de ano sem aprender nada. Ele é a única vítima quando é aprovado sem ter
aprendido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sempre há exceções; eu nem precisaria
dizer isso. Mas, o que predomina é aquilo que não é exceção. É aquilo que é
regra, que é comum...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E não pensem que é somente a educação
pública que se encontra decadente no Brasil. Não... Infelizmente, não! A
educação privada também não anda bem das pernas, com exceção de poucos colégios
no País, pensando em termos de proporção, mas que são aqueles em que apenas
alguns poucos filhos de classe dominante podem estudar. Por que?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Porque está cheio de donos e donas de
escolas pensando na grana que entra e não no ensino de qualidade que sua instituição
deveria oferecer. São, à semelhança de muitas escolas públicas, colégios sem
estrutura para que o aluno aprenda desfrutando de recursos pedagógicos mais
avançados, sem bibliotecas, sem laboratórios equipados, sem projetores, sem
material esportivo de qualidade para as aulas de Educação Física, sem segurança,
sem professores eventuais, sem um monte de outras coisas. Por que?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quem quer uma Educação de qualidade, que
tenha dinheiro para pagar por ela. Muito dinheiro! Existe argumento mais
irresponsável que este?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E o Estado, por excelência, já provou
que é irresponsável, as escolas privadas de pequeno e médio porte – salvo exceções
– já provaram qual é a sua grande meta ($$$).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Eu teria mais de uma centena de coisas a
dizer, mas a revolta, a indisposição, os sentimentos de desesperança me impedem
de fazê-lo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E o lado bom? Só há um lado bom, meus
caros: o orgulho de saber que apesar de tudo isso, há alguns poucos alunos e
alunas que sabem o que você está fazendo ali. Você está ali, mais do que por
qualquer outra razão, por causa deles. Hoje, muitos deles não conseguem mensurar
o valor disso; entenderão depois. Não importa, pois sempre foi assim e
continuará sendo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O que não pode continuar é que a Educação
do nosso País continue no controle de aproveitadores, de gente interessada no
poder e no dinheiro, de gente desinteressada na educação do outro. Quanto mais
gente desinformada (mesmo que oficialmente formada) mais fácil será para
aqueles que controlam, continuarem controlando.</span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Aqueles que questionam e que apontam o
problema, que criticam, que incomodam, que perguntam, que não permitem que suas
mentes sejam alienadas, que não calam a boca com um bônus do governo depositado na conta em ano de eleição, e que
acima de tudo conhecem todos – efetivamente todos – os seus direitos, estes
serão atingidos, criminalizados, silenciados em um País no qual se afirma haver liberdade de expressão, serão demitidos, violentados, agredidos de diferentes maneiras,
mas dignificados não pelo que ganham, muito menos pelo que deixam de ganhar, mas pelo sorriso de
gratidão estampado no rosto de alguns dos seus alunos e nas falas sinceras
destes, que dizem: Obrigado! </span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Obrigado, não pelas notas que você me deu, ou por
ter me passado de ano. Mas, obrigado por ter sido meu professor e pela
influência positiva que você exerceu em minha vida! E quando você ouve isso,
dinheiro algum do mundo é capaz de reproduzir em números ou em conquistas
materiais o tamanho da emoção que se apropria de você. </span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Feliz por ser hoje o que sempre sonhei no passado, </span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Jefferson</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-18962954472923262532013-10-14T14:47:00.003-07:002013-10-14T14:47:39.685-07:00Meu novo livro<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Amigas e Amigos:<br /><br />Esta é a capa do meu segundo livro que será publicado pela Fonte Editorial. A Editora ainda não definiu a data, o horário e o local do coquetel de Lançamento. Mas, assim que tiver, irei divulgá-los.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br />Espero que possamos estar juntos nesta noite que será muito especial para mim, da mesma forma que foi na primeira, cinco anos atrás.<br /><br />Um grande abraço!<br /><br />Jefferson</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1Z1W1LdDi3WkkDJsQIj8BzfpfwN_KMWZv2NT4UGoaCD7wgPuMYMFODiTKx1IPhPoXjpNUaSAvaxMnBzjOHLjUEPwtX8pGmpYvk05qB-bmwo-2DZPJzK8Z5Sp5NOfjscB1wGPJKiX2yhGJ/s1600/Capa+-+sem+logo.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1Z1W1LdDi3WkkDJsQIj8BzfpfwN_KMWZv2NT4UGoaCD7wgPuMYMFODiTKx1IPhPoXjpNUaSAvaxMnBzjOHLjUEPwtX8pGmpYvk05qB-bmwo-2DZPJzK8Z5Sp5NOfjscB1wGPJKiX2yhGJ/s320/Capa+-+sem+logo.png" width="215" /></a></div>
<br />Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-78037978040748978282013-06-13T20:39:00.001-07:002013-06-13T20:41:21.873-07:00Viva o Brasil!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdTT_LRePrXuSm7ILvQvMPFKqL9H-JqjyBhmr6kF679tOYAzxxiV8V9xckj45vxlTyx9PTylP-QDDvYhCnARxWhc03r5fEuHBaIYQKdEZ7D3eDfYaNyangvBiRF1LBBvstD7ae_BVOEDFh/s1600/est%C3%A1dio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdTT_LRePrXuSm7ILvQvMPFKqL9H-JqjyBhmr6kF679tOYAzxxiV8V9xckj45vxlTyx9PTylP-QDDvYhCnARxWhc03r5fEuHBaIYQKdEZ7D3eDfYaNyangvBiRF1LBBvstD7ae_BVOEDFh/s320/est%C3%A1dio.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">por Jefferson Ramalho<br /><br />Queridos brasileiros, é um absurdo esta manifestação que estão fazendo em São Paulo. Afinal, chega ser ridículo o motivo da reivindicação. Tudo bem que R$ 0,20 multiplicados por milhões de paulistanos DIARIAMENTE possa ser um dinheiro que servirá para atender aos privilégios e mordomias de poucos políticos. </span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /><br />Mas, convenhamos, eles merecem. Afinal, trabalham tanto, não é mesmo? Só para darmos um exemplo do que eles têm feito pelo nosso Brasil tão desenvolvido, neste sábado será definitivamente inaugurado - embora já tenha sido aberto para o público por duas vezes este ano - o mais novo e moderníssimo HOSPITAL de última geração. <br /><br />Além da arquitetura espetacular, os equipamentos que existem nele são tão avançados que o tal HOSPITAL poderá atender inclusive aos estrangeiros que aqui estarão este ano e ano que vem. As câmeras de segurança instaladas no interior desde HOSPITAL são de tão alta tecnologia que poderão captar nitidamente e em altíssima resol</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">ução qualquer movimento ocorrido em qualquer ponto do HOSPITAL. Tudo pela segurança! <br /><br />É um orgulho mesmo ser governado por uma presidenta, por governadores, por prefeitos e por deputados e vereadores como os nossos. Como se não bastasse, além desse HOSPITAL que será oficialmente inaugurado com, inclusive, transmissão AO VIVO para todo o Brasil e para o MUNDO INTEIRO pelas principais emissoras do nosso país, por cerca de 90 minutos, outros 10 ou 15 HOSPITAIS AVANÇADOS (são tantos, que nem me lembro quantos exatamente) serão inaugurados nos próximos 12 meses. <br /><br />É um orgulho ser nascido num país que tem uma Dilma como Presidenta, ser morador num Estado que tem um Alckimin como governador e saber que estamos tão bem servidos em matéria de deputados, vereadores e senadores. Pra frente Brasil! Agora, só resta ganhar a Copa que, diga-se de passagem, é uma coisa com a qual nossos governantes não têm se preocupado muito, pois de forma competente eles têm priorizado a saúde, a educação, a segurança e, sobretudo, a dignidade do nosso povo!<br /><br />envergonhado - jamais por ser brasileiro - mas por ser governado por bandidos,<br />Jefferson</span>Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-74745140079982033942013-03-31T06:59:00.002-07:002013-03-31T07:00:05.137-07:00O grito silencioso dos oprimidos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQbtA36XPHb-hX_Ybq-SUob9Y9e2bkjujkhTRsQESAoytsL7tIlZyuplWhQyJUthLmUw5B4zNPks4a-UbvjmAxTJxCXUmyoUTfnSzNlTCoEnWLlHBeVwdVxHd9jsNKqmgZYecS-7ZqWbsT/s1600/comuna+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQbtA36XPHb-hX_Ybq-SUob9Y9e2bkjujkhTRsQESAoytsL7tIlZyuplWhQyJUthLmUw5B4zNPks4a-UbvjmAxTJxCXUmyoUTfnSzNlTCoEnWLlHBeVwdVxHd9jsNKqmgZYecS-7ZqWbsT/s1600/comuna+2.jpg" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">por Jefferson Ramalho</span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Senhores empregadores que se consideram justos:</span><br />
<br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Os senhores acreditam que estão pagando um salário justo aos seus empregados e colaboradores, sabendo o quanto eles trabalham?</span><br />
<br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Respondam a si mesmos: os senhores viveriam bem com os salários</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"> que pagam à maior parte de seus funcionários?<br /><br />Se a resposta é negativa, então concordam que o salário não é justo ou, pelo menos, não é dos melhores!<br /><br />Assim sendo, os senhores não se envergonham de pagar tais salários?<br /><br />Os senhores seriam corajosos o suficiente para reduzir seus lucros e faturamentos líquidos para acrescentar tais valores aos salários de seus empregados?<br /><br />Se não, então são covardes? E qual covardia dos senhores parece-lhes mais difícil de ser superada?<br /><br />1) a covardia de continuar desfrutando insensivelmente de um lucro excessivo que só existe graças ao trabalho do outro?<br /><br />2) a covardia de continuar explorando o trabalho do outro, pagando-lhe um salário que está muito longe de chegar próximo à tua mais-valia?<br /><br />3) ou, finalmente, a covardia de simplesmente demitir aquele trabalhador que, mesmo sendo competente e comprometido como profissional, resolveu reivindicar o mínimo de reconhecimento da parte de seu empregador?<br /><br />J.R.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-16104953683451197192013-03-24T17:02:00.001-07:002013-03-24T17:03:19.233-07:00Um papo sobre o Papa - Confira!<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/59vo0I4dwZ0" width="560"></iframe>Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-23202833039677097622013-03-19T03:38:00.000-07:002013-03-19T03:38:03.814-07:00Ontem estive com os amigos Carlos Bregantim, Fernando Oliveira e Marco Nicolini, no Papo na Rede. Gravamos uma conversa muito agradável sobre a transição papal, um pouco sobre o pontificado de Bento XVI e o que representa a eleição do papa Francisco. O programa vai ao ar na próxima quinta-feira, às 16h, no site <span aria-live="polite" class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"type":45}" id="fbPhotoSnowliftCaption" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; outline: none; width: auto;" tabindex="0"><span class="hasCaption"><a href="http://www.koinoniaonline.net/" rel="nofollow nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">www.koinoniaonline.net</a></span></span><span class="fbPhotoTagList" id="fbPhotoSnowliftTagList" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><span class="fcg" style="color: grey;"> </span></span><br />
<span class="fbPhotoTagList" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><span class="fcg" style="color: grey;"><br /></span></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLrs-XHExFpl1_5JfZFYGAtWqDxVoVUWWBistPvWkT9wIpiD09XsxHIN4eHocMfqAAkMVMRuGyllHvwT_W1d699WVBXVm8oiZioJP4aPJtaWUFyfzZPzrl7yfw5_oLAc3kAW1L205dUUBm/s1600/Papo+na+Rede.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLrs-XHExFpl1_5JfZFYGAtWqDxVoVUWWBistPvWkT9wIpiD09XsxHIN4eHocMfqAAkMVMRuGyllHvwT_W1d699WVBXVm8oiZioJP4aPJtaWUFyfzZPzrl7yfw5_oLAc3kAW1L205dUUBm/s320/Papo+na+Rede.jpg" width="320" /></a></div>
<span class="fbPhotoTagList" style="background-color: white; color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><span class="fcg" style="color: grey;"><br /></span></span>Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-77181243831959745322013-02-22T20:49:00.001-08:002013-02-24T07:23:44.619-08:00Reflexão (85) - Como seria bom se o próximo papa fosse assim...<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4yuHSyc5wdIuoq20rB4FumYME1E63tDJezgyjKBjiRi0ACFBl143135bbAjdZozNkuTmKXdgBXcWp6W31n6nhifcSRNzR5CJj09RQsFzA5P1Cl6foXyQoWwi3851n-tr-qgZEg1U9RbDe/s1600/%C3%93stia.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4yuHSyc5wdIuoq20rB4FumYME1E63tDJezgyjKBjiRi0ACFBl143135bbAjdZozNkuTmKXdgBXcWp6W31n6nhifcSRNzR5CJj09RQsFzA5P1Cl6foXyQoWwi3851n-tr-qgZEg1U9RbDe/s320/%C3%93stia.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
por Jefferson Ramalho<br />
<br />
É muito difícil tratar de uma
temática tão complexa como esta. Sim, a renúncia de um papa por ser algo que
não ocorria há séculos, trata-se de uma questão complexa. Não pretendo aqui
repetir tudo o que os jornais já falaram e ainda irão falar até o dia 28 de
fevereiro. Também, não é minha intenção ficar explicando como se escolhe um
papa num conclave, coisa que os jornais, revistas e reportagens também estão
mostrando e ainda mostrarão em demasia nos próximos dias.<br />
<br />
Li todos os artigos aos quais
tive acesso, fosse através do facebook ou de alguns portais que tenho o hábito
de visitar mesmo antes dessa barulheira toda. Da mesma forma, procurei assistir
atentamente vários programas televisivos, entrevistas e documentários sobre o
tema corrente.<br />
<br />
O que me chamou a atenção, por
exemplo, foram falas como as do teólogo brasileiro Leonardo Boff e de outros intelectuais
e religiosos ligados à clássica e não extinta – embora muitos ainda insistam em
afirmar isso – Teologia da Libertação. Afirmações estas que podem ser resumidas
na surpresa que a renúncia de Bento XVI lhes causou, demonstrando humildade e,
sobretudo, uma atitude de uma pessoa com mente sensata.<br />
<br />
Estes que assim disseram foram os
mesmos teólogos que sempre lançaram críticas ao cardeal Ratzinger – mais que ao
papa Bento XVI – por sua postura repressiva e intolerante quando foi braço direito
do antigo Sumo Pontífice João Paulo II. O atual papa, quando era o cardeal responsável
pela Congregação para Doutrina da Fé, uma vez que trabalhava para defender a sã
doutrina católica, fora encarregado pela convocação, julgamento, condenação e
censura de diversos padres que, como Leonardo Boff, adotaram uma interpretação
da fé à luz de referencias teóricos reprovados pela Igreja Católica; por
exemplo, o marxismo.<br />
<br />
Hoje, às portas da renúncia
oficial de um papa e início de um conclave que elegerá um líder que poderá vir a
ser a representação de um novo ciclo na história da Igreja Católica, sabemos o
quanto não somente a instituição católica e seus fiéis, mas o mundo quase todo precisa
de um papa absolutamente diferente de Bento XVI, de Ratzinger, como queiram
chamá-lo.<br />
<br />
Sim, ele ainda exerce uma
influência significativa internacionalmente. Quando um presidente como Barack Obama
diz que foi bom trabalhar com Bento XVI, parece ficar claro o quanto a
influência de um papa ainda é real no mundo contemporâneo. Poderíamos listar
inúmeras formas através das quais esta relação ampla de poderes entre a Igreja
e os Estados acontece nos dias atuais. Não é necessário!<br />
<br />
Mas, já que esta mútua
colaboração política não deixará de existir por muito tempo ainda – não sabemos
quanto – que possa ser com a participação de um papa que: não seja tão
retrógrado, tão religiosamente medieval, tão comprometido com uma teologia dogmaticamente
conservadora, tão defensor de fundamentos e de tradições absolutamente
incompatíveis com o nosso século. A sensação que temos com Bento XVI é a de que
vivemos quase mil anos antes do nosso tempo – só faltam as fogueiras.<br />
<br />
Como seria bom se o novo papa
fosse aquele que insistisse na importância de uma parceria da Igreja Católica
com instituições, ONGs e até com a própria mídia em campanhas de combate à AIDS, de
orientação tanto acerca do planejamento familiar como da educação sexual,
conscientizando o mundo sobre o uso da camisinha e dos métodos contraceptivos!<br />
<br />
Como seria bom se o novo papa
fosse aquele que reconhecesse o valor das mulheres religiosas, ou seja, as
freiras, ao ponto de oficializar a estas uma autoridade absolutamente igual à
dos homens dentro da hierarquia da Igreja!<br />
<br />
Como seria bom se o novo papa
entendesse e, mais do que isso, convidasse a Igreja a entender junto com ele
que homossexuais são simplesmente seres humanos e, que, por causa disso, como
qualquer católico heterossexual, merece também uma vida comum e digna perante a
igreja e a sociedade, inclusive tendo o direito de experimentar a felicidade e
a emoção de uma cerimônia religiosa ao pé da cruz de Cristo, para oficializar
diante de Deus o seu amor e a sua união com a pessoa com a qual quer viver
até que a morte (ou o divórcio) os separe!<br />
<br />
Como seria bom se o próximo papa
derrubasse os muros do fundamentalismo tão protegidos por papas como Bento XVI
e, consequentemente, permitisse que os sacerdotes pudessem assim como os
leigos, terem o direito de construir uma família, ter filhos e, simultaneamente
servir a igreja, porque isso é possível, sim!<br />
<br />
Como seria bom que o papa que
será eleito nos próximos dias escrevesse pelo menos uma encíclica afirmando que
realmente a mulher é dona de seu corpo e, que, por esta razão, pode decidir se terá
ou não aquela criança que foi gerada em seu ventre!<br /><br />Como seria bom se o próximo papa não fizesse vistas-grossas para os inúmeros casos de pedofilia praticados por padres, no mundo todo. Punir, apenas o sacerdote, é pouco. É preciso punir a pessoa. O pedófilo é um criminoso como qualquer outro e deve ser julgado rigorosamente, sem o amparo e a proteção de uma Instituição que diz que não o apoia, mas que na prática lhe oferece todo o amparo. Lamentável!<br />
<br />
Como seria bom se a Igreja, a
partir do próximo papa, desse as mãos à ciência e à medicina, reconhecendo que
pesquisas com células-tronco embrionárias são não somente um avanço, mas,
principalmente, um instrumento divino descoberto pelo homem para salvar a vida
de inúmeras outras pessoas!<br />
<br />
Como seria bom se o próximo papa
fosse um agente que promovesse a partilha, a eliminação da miséria em países
aonde ainda se morre de fome, de frio ou até de calor, a solidariedade efetiva
para com os desfavorecidos e a assistência aos doentes sem cobrar as fortunas
que muitas vezes são cobradas em hospitais sob filiação católica, uma vez que
sabemos ser o patrimônio da Igreja, graças às doações dos fieis do mundo todo,
infinitamente maior que o salário de um médico ou que o preço de uma cara
cirurgia ou de um caro exame!<br />
<br />
Infelizmente, neste caso, devo
ser sincero: não acredito que isso venha acontecer. Às vezes parece que a
Igreja na condição de instituição tem seu compromisso firmado não com a
humanidade, mas com o seu patrimônio e com o seu edifício de tradições dogmáticas.<br />
<br />
Mas, não é caro nem proibido sonhar
assim!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
na esperança de um mundo melhor,<br />
Jefferson</div>
<br />Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-81534533270934623642013-02-15T18:23:00.000-08:002013-02-15T18:23:36.468-08:00Sobre a renúncia de Bento XVI <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-bE9xZZ4vFLJe5E_mZ-rObd6j0nhafk2axNwt4eoprLoACrdDfwCxF9BPUhGNDo1xOhXwVXkoJSQGqp4Ld-j7H51sq1oN8JO92-533HsK8WrpXamZeaCUUjOr4x-Xp9JgIxHfv_33YHag/s1600/Bento+XVI+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-bE9xZZ4vFLJe5E_mZ-rObd6j0nhafk2axNwt4eoprLoACrdDfwCxF9BPUhGNDo1xOhXwVXkoJSQGqp4Ld-j7H51sq1oN8JO92-533HsK8WrpXamZeaCUUjOr4x-Xp9JgIxHfv_33YHag/s320/Bento+XVI+3.jpg" width="320" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Amigas e Amigos:</div>
<div>
<div>
Em breve escreverei sobre o Papa Bento XVI e sua renúncia. Estou acumulando artigos e depoimentos como os do teólogo Leonardo Boff e aguardando novas informações para que, quando escrever, o possa fazê-lo uma única vez; mesmo que isso seja só após o conclave. Até breve!<br />
Abraços aos visitantes e seguidores do blog. <br />
Cordialmente<br />
Jefferson<br />
<br /></div>
</div>
Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-79152901462511119082013-01-19T04:37:00.001-08:002013-01-19T04:38:24.352-08:00Reflexão (84) - Afinal, ele é Deus ou não é?<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN3VsOybLSS0ZBQM_GH_XLzj8VX2p8NudR8iI1DkbUwPVm70bRdETjLFQPHpjzJ84ZPCjrEu2RED8pz2uhhoxSJlrK-e3CHuFs6MRaCyQWq0aQAfqqIeoyXehH4zNwqMmRI_6A04RBxOkN/s1600/jesus+%C3%A9+deus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN3VsOybLSS0ZBQM_GH_XLzj8VX2p8NudR8iI1DkbUwPVm70bRdETjLFQPHpjzJ84ZPCjrEu2RED8pz2uhhoxSJlrK-e3CHuFs6MRaCyQWq0aQAfqqIeoyXehH4zNwqMmRI_6A04RBxOkN/s320/jesus+%C3%A9+deus.jpg" width="212" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
por Jefferson Ramalho</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
Poucos sabem que em 2008 lancei
um livro chamado: “Jesus é Deus? – uma reflexão
sobre a divindade de Cristo na História”. Pois bem, esta publicação corresponde
ao meu trabalho de graduação interdisciplinar, apresentado e defendido em banca
examinadora na Universidade Mackenzie, para obtenção do meu título de bacharel
em teologia, cerca de três anos antes.<br />
<br />
Hoje, quando apresento o livro a
alguém e a pessoa vê que o título é uma pergunta, logo ela me devolve a mesma
pergunta. Sinceramente, sinto vontade de dizer: leia, por favor, e saberá. Mas,
opto por responder de diferentes maneiras, considerando sempre quem está perguntando.<br />
<br />
Mas, o mais comum e correto, em
minha opinião, é dar a seguinte resposta: Depende! Se a pessoa perguntar “por
que?”, eu responderei: Simples, você quer que eu diga se Jesus é Deus a partir
de qual perspectiva? Posso lhe responder como historiador, como cientista da
religião, como teólogo e como religioso. O que prefere?<br />
<br />
Sim, porque sou um pouco das
quatro coisas. Estou tentando ser historiador, pois não passo de um licenciado
em História que almeja o doutorado na mesma área; recentemente consegui me tornar
mestre em Ciências da Religião; sou teólogo de formação, mesmo porque o tal
livro foi resultado de uma pesquisa teológica e, finalmente, embora sem frequentar
qualquer culto religioso há pelo menos dois anos, ainda me considero um religioso,
pois mantenho em mim uma certa e bastante agnóstica espiritualidade que muito
despretensiosamente costumo chamar de fé.<br />
<br />
Se for para eu responder como
historiador, direi: Não, Jesus não é Deus! Trabalho com a hipótese de que houve
uma personagem histórica chamada Jesus de Nazaré, que com o passar dos
primeiros séculos da nossa era, aos poucos, foi sendo divinizado pelos que se
identificavam como seus seguidores. E esse processo de divinização foi consequência
de uma série de interesses: religiosos, políticos, sociais e econômicos.
Portanto, como historiador, tenho certeza de que Jesus não foi Deus, mas um simples
líder de um pequeno grupo dentro do judaísmo que, com o tempo, ganhou forma,
cresceu e se tornou numa das principais religiões mundiais, sem que ele (Jesus),
inclusive, tivesse pretendido isso quando reuniu seus primeiros companheiros.<br />
<br />
Como cientista da religião, mesmo
que em diálogo com a história e com a teologia, direi: não importa! Isso mesmo,
não importa se ele era ou não Deus. O que importam são os efeitos que a sua
história tenha causado entre aqueles que optaram por segui-lo,
independentemente do momento, do lugar e sob que formato. O que importam são os
modos como alguns pensamentos lhe foram atribuídos e, mais do que isso, aceitos
e rejeitados ao longo do tempo. O que importam são os modos como suas ideias e
história terrena tenham sido reproduzidas em formas de texto, imagem, pintura,
escultura, música e rito. Logo, veremos que estas reproduções, ora lhe
apresentarão como humano, ora como divino, ora como humano e divino, enfim,
importam estas formas, sem que haja de minha parte o compromisso de afirmar que
ele foi Deus ou não só porque a arte, a letra, o pincel,... assim o mostraram.<br />
<br />
Se me perguntam se Jesus é Deus
esperando uma resposta teológica, responderei: depende de qual corrente
teológica eu sigo. Se eu for ortodoxo dogmaticamente falando, responderei sem
titubear que ele é Deus e sempre será, literalmente. Se, porém, eu for um
teólogo heterodoxo, direi, por exemplo, que sua divindade é muito mais uma
metáfora como afirma John Hick ou um símbolo do divino como diz Roger Haight,
mas, jamais, uma divindade no sentido literal e completo conforme afirmaram
teólogos clássicos como Santo Agostinho, Santo Atanásio, Santo Anselmo, Santo
Tomás de Aquino, Martinho Lutero, João Calvino e Karl Barth.<br />
<br />
Finalmente, se esperarem de mim
uma resposta de um religioso, direi: não sei, pois como agnóstico, não conheço
os mistérios daquilo que está além da nossa realidade. Prefiro dizer que não
sei por uma razão simples. Se eu disser que tenho certeza de sua divindade,
estarei mentindo, pois alguns anos de estudo sobre o longo processo que levou à
convicção dogmática da divindade de Jesus foram suficientes para fincar um
gigantesco ponto de interrogação em minha mente, e isso, mesmo eu sendo alguém
que ainda crê em alguns absurdos da fé, não posso desconsiderar. Sou daqueles
que entendem a dúvida não como algo prejudicial à fé, mas contribuinte, pois me
livra de voltar a acreditar em invenções de líderes religiosos desonestos.<br />
<br />
Contudo, mesmo com essa dose
forte de agnosticismo que tomou conta de mim de algum tempo para cá, não
consigo abrir mão daquilo que sei e vivi, enquanto ser humano – e isso vem
antes da academia, da filosofia, da ciência, da razão, da dúvida – que foi um
encontro genuíno com a Graça Absoluta de Deus, por meio da compreensão que pude
ter da singularidade que representa e significa o sacrifício de Jesus, e este,
neste caso, não somente como Jesus, mas como Jesus e como Cristo. Cristo é a
palavra grega que traduz o hebraico Messias. Em outras palavras: o ungido, o escolhido
e, na perspectiva cristã, mais que tudo isso, o Deus Encarnado.<br />
<br />
Eu prefiro continuar crendo,
duvidando e, convicto, de que independentemente da resposta correta para a
pergunta que serve de título ao meu livreto, Jesus deixou um exemplo e um
ensino de amor e solidariedade que valem muito mais que qualquer dogma construído
teologicamente acerca de sua pessoa, sobretudo, quando tal exemplo e tais
ensinos são colocados em prática por mim, que quase sempre não passo de um imprestável
ser humano.<br />
<br />
na Graça, mas sempre com dúvidas; </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Jefferson</div>
<br />Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-46761173764811707892012-12-03T09:50:00.001-08:002012-12-08T09:38:28.141-08:00Reflexão (83) - Vá embora, 2012! Venha logo, 2013<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy0rcnrK21ZBIeb0mSIjQuyH7udxQROyrmviIZJf34U8q-tpqTEk8mFY2NufTPEYOnOZFE_g5PsEB0vxtpTyfRq8WDu1vnOEFtahrWEem_uj0uvA6Wm8KUNTqSOV_PYR-uVyy8MyeQu4aA/s1600/DSC03933.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy0rcnrK21ZBIeb0mSIjQuyH7udxQROyrmviIZJf34U8q-tpqTEk8mFY2NufTPEYOnOZFE_g5PsEB0vxtpTyfRq8WDu1vnOEFtahrWEem_uj0uvA6Wm8KUNTqSOV_PYR-uVyy8MyeQu4aA/s320/DSC03933.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
por Jefferson Ramalho</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Este ano foi um dos mais
dolorosos que já vivi. Ânimo para escrever neste meu espaço virtual, praticamente
não existiu. Foram poucas postagens, pouca inspiração, poucas ideias. As dores
tomaram conta da minha alma, do meu coração, como nunca antes. Perdas,
decepções, lágrimas... Estes itens me sobraram! Como se não bastasse, resta-me
homenagear meu avô Alcides, cuja partida ocorreu há quase nove meses. Pretendo
nos próximos dias fixar um epitáfio em sua sepultura. Nele, além do nome e das
datas de nascimento e falecimento, consta no rodapé simplesmente uma palavra,
que a meu ver, diz tudo: saudades.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não posso, também, ser injusto.
Coisas boas aconteceram. Ao lado da minha companheira, esposa e cúmplice só
acontecem coisas boas. Mas, não devo ser desonesto comigo mesmo, pois as dores,
desta vez, suplantaram toda e qualquer expressão de alegria. Tudo o que eu quero
que aconteça é que estes dias de dezembro passem logo e que chegue o ano de
2013. Espero que seja um ano melhor, feliz, com menos dores, com menos
lágrimas, se possível, sem perdas. E se estas ocorrerem, que não sejam tão brutais
como foram as de 2012.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Amigas e amigos que estão
visitando este meu espaço pela primeira vez, deixo o meu convite. Faça um
passeio neste blog, leia os meus outros textos, cada qual escrito em meio a uma
situação específica da minha vida. Não me constranjo em dizer que as reflexões
aqui publicadas e que foram escritas por mim (porque algumas poucas foram
escritas por outras pessoas), falam um pouco, falam muito, e, às vezes, falam
tudo a meu respeito. Isso, porém, só é percebido nas entrelinhas por aquele ou
aquela que me conhece, que sabe o que experimentei de prazeroso ou doloroso nos
últimos anos. Quem, contudo, não me conhece o suficiente, não deixará de ser
provocado pelas coisas que escrevi neste período. Fica o convite!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Espero que em 2013 eu tenha
ânimo, disposição, vontade, inspiração, ideias e mais ideias, para encher este
espaço de novas reflexões, de novos desabafos, de novas provocações – sejam filosóficas,
sejam teológicas – mas que seja um ano produtivo neste sentido.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tenho planos para este ano que se
aproxima e espero conseguir cumpri-los. Desejo escrever, estudar, amar, trabalhar,
viajar, conhecer, apreciar, sorrir, pensar, conseguir, tudo isso e mais um
pouco, muito mais que consumir, chorar, brigar, perder a cabeça, perder o que
quer que seja, odiar, parar...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Cito tais verbos, porque em 2012 alguns
deles eu pratiquei em demasia: sobretudo, em 2012 odiei e chorei, e eu tive
razões para fazê-lo. Mas, isso não significa que eu não tenha amado ou sorrido.
Todavia, as marcas deixadas pelo ódio sentido e pelas lágrimas derramadas,
incrivelmente, permanecem.<br />
<br />
A quem de 2011 para trás tinha o hábito de sempre passar por aqui para ler alguma coisa que, ao menos semanalmente eu costumava postar, peço desculpas por tê-los literalmente abandonado em 2012. Prometo e me comprometo ser mais assíduo em 2013.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fico na expectativa de que o ano
que vem por aí seja muito diferente, muito melhor do que tem sido este tal de 2012. Vá
embora logo, ano ingrato; chega logo, 2013.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
na Graça, apesar das desgraças;</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Jefferson</div>
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<br /></div>
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foto: Poços de Caldas/MG - 18/06/2012 - 14h40.</div>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br /></span>Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-33748205929486694012012-06-09T09:59:00.003-07:002013-01-16T15:00:51.568-08:00Reflexão (82) - Celebrando a vida<div style="text-align: center;">
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por Jefferson Ramalho <br />
<br />
Os meus amigos e ex-irmãos cristãos que me desculpem, mas hoje não posso mais dizer que sou cristão; já fui, tanto na versão católica quanto evangélica, ainda preservo muitos elementos do cristianismo em minha conduta, mas não posso mais afirmar que sou cristão. Isso, contudo, não significa que eu tenha me convertido a outra religião, tampouco que eu tenha me tornado ateu. O que serei no futuro em matéria de crença ou de descrença, ainda não sei, mas o fato é que opto atualmente pela sensatez do agnosticismo. <br />
<br />
Chamo de sensatez porque entendo que seja muito mais sincero e coerente afirmar que ingenuamente acredito na existência de uma condição divina, superior, além da condição humana, mas que é impossível de ser interpretada. Em outras palavras: ainda acredito em deus, mas confesso que não sei como ele é. A teologia cristã, minha primeira formação “acadêmica”, já não mais me seduz com a sua arrogante pretensão em dizer como deus é ou como é a vida após a morte. Nem a versão mais ortodoxa, tampouco a moderada, muito menos a mais aberta, heterodoxa ou liberal – como queiram – conseguem me fazer acreditar que deus é do modo como elas afirmam que ele seja. <br />
<br />
Alguns, certamente, dirão mais uma vez que estou me expondo. Penso que qualquer pessoa que uma vez tendo optado por participar de redes sociais, se há uma coisa com a qual ela não se preocupa é com a exposição de sua própria imagem. Claro que ninguém, exceto minha esposa, sabe como é hoje a minha vida no momento em que a porta é trancada, em que a roupa é tirada e a luz apagada. Mas tornar públicas ideias, opiniões, críticas, dúvidas, crenças e descrenças, está pra além de expor a imagem de si próprio. Quando resolvi torna-me um escritor, assumi um compromisso comigo mesmo: escrevo não para que muitos me leiam, mas para que aqueles que me lerem sintam-se provocados, atingidos. Meu livro, e os próximos, pois pretendo voltar a publicar em breve, meus textos do blog, são – e eu sei – verdadeiros fracassos de vendas. Esta, porém, nunca foi a minha preocupação. Antes, o que mais quero é polemizar, pois se tem uma coisa que percebo desde a infância é que a polêmica incomoda, sobretudo, a quem está no poder. E se tenho duas missões na vida, uma delas é a de nunca querer alcançar o poder já que este só pode ser alcançado através ou do abuso, ou da mentira, ou da violência, ou da manipulação, ou da exploração do outro; a minha segunda missão seria a de expor quem está no poder ao ódio, à revolta, à raiva, à contradição, à vergonha, à de ter de reconhecer ou pelo menos não conseguir demonstrar que sem o poder elas não são nada e que venderiam a alma se fosse preciso para não perdê-lo. Por isso, sou polêmico! <br />
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Neste ano duas perdas atingiram significativamente os meus sentimentos. Perdi no final de fevereiro minha tia Rosa, com quem convivi os quatro primeiros anos de minha vida, mas com quem pude manter uma relação de extremo carinho em toda a infância, pois passava quase todas as minhas férias escolares com ela, sempre a recebíamos em nossa casa e sua companhia, apesar do temperamento forte que ela tinha – além de reclamona – sempre foi pra mim maravilhosa, carinhosa, indispensável. De todos os seus sobrinhos, tenho certeza, sempre fui o único que pra ela telefonava em todo dia 6 de janeiro para desejar feliz aniversário. Tanto que teve apenas um ano – acho que em 2010 – em que acabei não ligando na data e aí ela disse: neste ano, ninguém (nem o Jefferson) me ligou para me dar parabéns. <br />
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A outra perda irreparável que vivenciei neste ano – exatamente uma semana depois da morte da minha tia Rosa – foi a do meu avô Alcides, meu padrinho de batismo, avô materno, parceiro fiel na hora de ouvir modas de viola. Um homem que sempre amou viver. Ainda não consegui conceber que estaremos reunidos em família nas festas de aniversário, almoços de dias das mães ou dos pais, e ele simplesmente não estará conosco. Mesmo já tendo perdido algumas pessoas no passado, estas duas perdas me fizeram perceber que a morte realmente existe. Sim, parece uma afirmação absurda e um tanto quanto imatura, mas é isso mesmo. A morte só se mostra real, quando ela consegue roubar da gente quem realmente amamos. Ainda choro muito quando me lembro dele. <br />
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Apesar da minha apostasia, não consigo simplesmente concluir que suas almas se evaporaram. Quando chorávamos e os tocávamos durante os velórios, não só lamentávamos pelas perdas dos seus corpos. Também, mas muito mais pela certeza de que nunca mais ouviríamos suas vozes, nunca mais veríamos seus sorrisos, nunca mais sentiríamos as suas presenças. E são estas as composições da condição humana que os vermes não podem devorar, que a terra não pode comer. Por isso me pergunto, em que lugar estão as suas almas? Como já não sei mais acreditar piamente em céu, em inferno, em purgatório ou em reencarnação, prefiro em acreditando, pensar que as suas almas não deixaram de existir, afirmar que não sei para onde elas foram. Embora Ludwig Feuerbach, Karl Marx, Artur Schopenhauer e principalmente Friedrich Nietzsche sejam hoje os meus filósofos preferidos, continuo ainda muito platônico quando o assunto é vida após a morte. Só nunca vou saber como se dá tal imortalidade da alma, se é que ela existe. <br />
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A alegria da vida está no fato de que podemos celebrá-la, apesar dos desencontros, das perdas, das lágrimas que vem quando a saudade toma conta da gente, das tristezas e das boas lembranças. E celebrar a vida significa se alegrar com o fato de que se alguns vão embora, outros chegam. Não que haja uma espécie de substituição. Impossível! Pessoas que amamos são definitivamente insubstituíveis. Prefiro chamar esta experiência de compensação. Sim, pois se no início do ano perdemos pessoas que sempre foram amadas por nós, agora chega para abrilhantar nossa família, fazer a alegria voltar a tomar conta de nossos corações e trazer felicidade – muita felicidade – uma linda criança. Nasceu na quinta-feira, dia 7 de junho, Heloísa, minha mais nova prima. Uma verdadeira jóia, um presente da vida, um instrumento que, apesar da fragilidade peculiar de um bebê, é forte o suficiente para esculpir o sorriso que há muito não aparecia com nitidez em nossos rostos. Contudo, a obra de arte não somos nós, as “meras esculturas”, mas ela, Heloísa, o “instrumento vivo” que, repleto de ternura e pureza, nos traz a paz. Heloísa, seja muito bem-vinda entre nós; você é muito amada por todos! <br />
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Muito feliz, <br />
Jefferson</div>
Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-1024769352699799802012-06-08T14:51:00.003-07:002012-06-08T14:51:35.105-07:00Caros amigos leitores,
Nos próximos dias, graças à conclusão do meu mestrado, estarei voltando a postar minhas reflexões.
Grato pela paciência e desculpas pela demora!
Abraços,
JeffersonJefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-72390717286110786252012-02-04T04:37:00.001-08:002012-02-21T05:49:34.331-08:00Reflexão (81) - Surto de espiritualidade<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvvfKDYSOyHyKdnhdoIAGXWSKk5FGq4yd7wiZbBnEVzjLkLHFFokzbnXx8723QkV2sTwFrh9eVasc8z0Cf88Bs0oprYAORhj9xm691203NTUq82WeNAPHWqvNKGvWFHFnuQJaAop5_BfBi/s1600/orando+em+sil%25C3%25AAncio.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 366px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvvfKDYSOyHyKdnhdoIAGXWSKk5FGq4yd7wiZbBnEVzjLkLHFFokzbnXx8723QkV2sTwFrh9eVasc8z0Cf88Bs0oprYAORhj9xm691203NTUq82WeNAPHWqvNKGvWFHFnuQJaAop5_BfBi/s400/orando+em+sil%25C3%25AAncio.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5705259763530239506" /></a><br />por Jefferson Ramalho<br /><br />Na manhã de hoje acordei como naqueles tempos em que nada em minha vida era mais importante que a certeza de que sou alguém que, apesar de mim mesmo, é salvo pela Graça absoluta e indefinível de Deus, em Cristo. Não senti saudades da igreja que frequentei quando era jovem, mas senti falta dos dias em que eu dobrava meus joelhos ingenuamente e falava com o Mestre.<br /><br />Me veio à memória aquelas cenas mais grotescas e, ao mesmo tempo, mais significativas, que tomavam conta da minha alma, levando-me ao temor, ao quebrantamento, ao sentimento de dependência do cuidado divino, ao êxtase.<br /><br />A primeira coisa que fiz ao me levantar, antes de qualquer outra, foi acionar o aparelho de DVD e colocar para rodar o CD ‘Canções à meia noite’ do meu querido Stênio Marcius, a quem, inclusive, não vejo há quase dois anos. Saudades!<br /><br />A voz, o violão e as letras do Stênio intensificaram ainda mais aquele surto de espiritualidade com o qual acordei. Sim, um surto, não mais que isso. Apesar dos sentimentos nostálgicos, das lembranças, da memória resgatada, da emoção e da vontade de não estar em nenhum outro lugar a não ser naquele no qual Deus pudesse estar – o que é impossível, racionalmente – sei que tudo não passa de um breve súbito.<br /><br />Hoje, a minha vida é outra, meus sentimentos são outros, as pessoas com as quais desejo estar perto são outras; muita coisa mudou. Por alguns instantes veio ao coração aquele antigo prazer em estar à frente de uma congregação pregando o evangelho, de estar no meio da mesma congregação com os olhos fechados, as mãos levantadas e o coração explodindo cantando louvores ao Altíssimo. Porém, isso não me pertence mais, e nem eu quero essas coisas outra vez para mim. Não estou dizendo que perdi minha fé, que deixei de acreditar em Deus, que não sou capaz de me emocionar ao lembrar-me do significado do sacrifício de Cristo. Só não consigo mais ver qualquer relação entre aquelas práticas supostamente ligadas à devoção e estas outras convicções que, para mim, são suficientes e essenciais.<br /><br />E assim, passe-se o surto, passe-se tudo o que veio com ele, retomo meus sentidos, vejo a vida, percebo que habito agora uma outra realidade, uma realidade cuja espiritualidade não é surtada, mas amparada em certezas e dúvidas simultaneamente, em fé e em ceticismo, em amor e em revolta, em esperança e em inconformismo, em paz e em litígios, em prazer e em dor, em vida e em uma certeza de que a morte virá, em crença numa realidade além da vida ao lado daquele Mestre e em uma quase certeza de que depois da morte, nada mais vai existir.<br /><br />cheio de fé e cheio de dúvidas,<br />JeffersonJefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-87953025079942761642012-01-07T22:28:00.000-08:002012-01-12T18:58:49.865-08:00Reflexão (80) - A era dos defuntos esbeltospor Jefferson Ramalho<br /><br />“Uma próspera cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?” (Frei Betto)<br /><br />É isso mesmo! Lendo este trecho do artigo de Frei Betto que fiz questão de postar aqui no blog há algumas semanas, passei a me incomodar de tal maneira que, imediatamente cheguei à conclusão seguinte: estamos nos aproximando da era dos defuntos esbeltos.<br /><br />É uma verdadeira doença o que vem acontecendo nas últimas duas décadas, e com uma tendência agressiva de aumentar ainda mais o número de pessoas contaminadas por este vírus. Como bem disse Frei Betto, nada contra a malhação do corpo, mas como fica a malhação do cérebro? Quanto à do espírito, deixo por conta dele que, afinal de contas, antes de ser intelectual, é sacerdote dominicano. Prefiro abordar acerca dessa epidemia que tem a cada dia feito com que as pessoas passem a acreditar que o fato de se tornarem cada vez mais bem preparadas fisicamente, seja através de qual recurso for, permitirá que elas consigam cumprir a responsabilidade que lhes cabe em atrasar o dia da morte.<br /><br />Não estou dizendo que médicos, preparadores físicos e especialistas estejam todos errados em suas orientações e conhecimentos. Por favor, não sou idiota! Ora, o que dizer daquele que se dedica apenas e intensamente às atividades que visam a saúde do corpo, mas que se priva da beleza de ouvir com a imaginação a voz de poetas, romancistas, filósofos, contadores de histórias e cordelistas? Quando os tais leem alguma coisa, insisto, são seduzidos pela fascinação que geram escritores de romances ou manuais enlatados, quase sempre, de matriz norte-americana ou, se preferirem, estadunidense. Para ler e compreender Dan Brown, por exemplo, não é necessário que se tenha muito cérebro, basta gostar de historinhas facilmente adaptáveis e compatíveis ao universo cinematográfico hollywoodiano.<br /><br />Por isso insisto, há que se resgatar o prazer pela leitura de Machado de Assis, de Fernando Pessoa, de João Guimarães Rosa, de Monteiro Lobato e, para não parecer saudosista, de escritores mais contemporâneos, mas que escrevam aquilo que vale a pena ler. O próprio Frei Betto, por exemplo, que conquanto seja religioso, escreve sobre questões que não estão obrigatoriamente relacionadas ao universo da espiritualidade.<br /><br />O problema, infelizmente, sabe qual é? É que as pessoas preferem aplaudir aquilo que não exigirá tanto de suas mentes. É como acontece na música. É mais fácil e confortável aplaudir Claudia Leite “cantando” conforme vi horas atrás no Programa Altas Horas a aplaudir e, mais do que isso, prestar atenção e pensar sobre o que cantava Gal Costa, no mesmo Programa, fazendo dueto com Caetano; é mais fácil entrar no ritmo de Michel Teló “cantando” “delícia...ai se eu te pego...” a sentar e ouvir uma boa moda de viola cantada e tocada por Tião Carreiro ou, para não ir tão longe, por Almir Sater; é mais fácil, se evangélico, gostar de Ludmila Ferber, Ana Paula Valadão e Cassiane a parar para ouvir uma boa música cristã, apenas com voz e violão, como as que fazem João Alexandre, Stênio Marcius, Jorge Camargo e Gerson Borges, por exemplo.<br /><br />Enquanto isso, as academias – não as platônicas, é claro – estão cada vez mais cheias de pessoas vazias; vazias de pensamento crítico, vazias de conhecimento literário, vazias de posicionamento político coerente seja de esquerda seja de direita, vazias de sensibilidade para com o outro. Por favor, não estou generalizando. É claro e óbvio que nesses ambientes há gente séria, equilibrada e que na mesma medida malha o corpo e o intelecto, mas convenhamos, temos de reconhecer que não se trata da maioria. Muito pelo contrário!<br /><br />Acho engraçado quando as pessoas falam: "Meu Deus, se eu fico um dia sem ir pra academia, fico péssima(o)". Confesso que não sei porque, pois eu parei de frequentar a academia no início de dezembro e não estou sentindo a mínima falta. Além disso, só vou voltar em fevereiro, porque já paguei as mensalidades adiantado e não posso perder esse dinheiro. Ou seja, minha esposa e eu trancamos matrícula na tal academia porque precisávamos de tempo para concluirmos nossas dissertações de mestrado, e só voltaremos para não ficarmos com o peso na consciência de que jogamos dinheiro fora, caso contrário, podem estar certos, não voltaríamos.<br /><br />Com isso, encerro sem muitas conclusões; apenas concordando com Frei Betto, devo ressaltar que, graças ao combate à obesidade que se tem feito nos últimos anos – o que é de suma importância e deve continuar, desde que feito com respeito para com os gordinhos como eu e seriedade profissional – mas o fato é que nas próximas décadas as funerárias deverão disponibilizar caixões mais leves, consequentemente mais baratos (imagino), pois a clientela não será mais tão pesada assim, tanto fisicamente quanto intelectualmente.<br /><br />ainda em férias,<br />JeffersonJefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-34094082258219583412011-12-28T11:27:00.000-08:002011-12-28T11:28:53.492-08:00Faça Teologia no ICEC Osasco<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2fgmfyx_b55UVcXK6fD-WEoyiZ8-zoYyozYN4J2C7xZLcA5ktFn5YkhbAbAN7gzFhs1TbywZ-QDn9gnDBzJ9mnXgYzkcksH05PIsl2d_MSnFIfJEUy24pi4qT3VfmHpSyPx2GaAFKVwit/s1600/ICEC+OSASCO+-+Divulga%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 280px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2fgmfyx_b55UVcXK6fD-WEoyiZ8-zoYyozYN4J2C7xZLcA5ktFn5YkhbAbAN7gzFhs1TbywZ-QDn9gnDBzJ9mnXgYzkcksH05PIsl2d_MSnFIfJEUy24pi4qT3VfmHpSyPx2GaAFKVwit/s400/ICEC+OSASCO+-+Divulga%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5691263180655709250" /></a>Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-70124615215114359372011-12-11T16:50:00.000-08:002011-12-11T16:57:09.209-08:00Passeio socrático - Frei Betto<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfSBqsa-Dk-3tYohTNtovrr147t8l8XheYWxHR3W2HzuWIfLBJb__XUPWxDXZ52Eaff6uBZp9HXH9mtlZT2xZa-YktqYSRB7T1YQM1QO5THCi7Di6yWQkBbBmhYAUMHXR53m2Y2aa2yugx/s1600/DSC02063.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfSBqsa-Dk-3tYohTNtovrr147t8l8XheYWxHR3W2HzuWIfLBJb__XUPWxDXZ52Eaff6uBZp9HXH9mtlZT2xZa-YktqYSRB7T1YQM1QO5THCi7Di6yWQkBbBmhYAUMHXR53m2Y2aa2yugx/s400/DSC02063.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5685039477004692418" /></a><br />por Frei Betto<br /><br />Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos dependurados em telefones celulares; mostravam-se preocupados, ansiosos e, na lanchonete, comiam mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, muitos demonstravam um apetite voraz. Aquilo me fez refletir: Qual dos dois modelos produz felicidade? O dos monges ou o dos executivos?<br /><br />Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à aula?” Ela respondeu: “Não; minha aula é à tarde”. Comemorei: “Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir um pouco mais”. “Não”, ela retrucou, “tenho tanta coisa de manhã...” “Que tanta coisa?”, indaguei. “Aulas de inglês, balé, pintura, piscina”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: “Que pena, a Daniela não disse: ‘Tenho aula de meditação!’”<br /><br />A sociedade na qual vivemos constrói super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas muitos são emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram que, agora, mais importante que o QI (Quociente Intelectual), é a IE (Inteligência Emocional). Não adianta ser um superexecutivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!<br /><br />Uma próspera cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: “Como estava o defunto?”. “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!” Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?<br /><br />Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais.<br /><br />Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais…<br />A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é ‘entretenimento’; domingo, então, é o dia nacional da imbecilidade coletiva.<br /><br />Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!” O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.<br /><br />Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globocolonizador, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.<br /><br />Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dosshopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...<br /><br />Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer de uma cadeia transnacional de sanduíches saturados de gordura…<br /><br />Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: “Estou apenas fazendo um passeio socrático.” Diante de seus olhares espantados, explico: “Sócrates, filósofo grego, que morreu no ano 399 antes de Cristo, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.”Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-60780619831151908312011-12-04T07:31:00.000-08:002011-12-04T07:33:11.565-08:00Sobre Narcisos literalmente perdidos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5p8b5Ut9pH0nbo4R0FJaj5xBvsBZSuYjLJOu2w-5DCsbEMhIVnqPkvfW3hD9_I1iwzzsgVFZd8N2oReJ3PdjRNAJzCpiEOB8sRFn6ZcfoDXcgqq8YBv8raofz_P3_jMKS3eTlTDPRJFjI/s1600/Narciso.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 250px; height: 303px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5p8b5Ut9pH0nbo4R0FJaj5xBvsBZSuYjLJOu2w-5DCsbEMhIVnqPkvfW3hD9_I1iwzzsgVFZd8N2oReJ3PdjRNAJzCpiEOB8sRFn6ZcfoDXcgqq8YBv8raofz_P3_jMKS3eTlTDPRJFjI/s400/Narciso.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5682296384939811346" /></a><br />Não é difícil encontrar Narcisos perdidos por aí.<br />Caetaneando, podemos dizer que estes sentem prazer em desprezar tudo o que não reflete sua imagem. Ao longo da vida, eles aprendem, nem que tenham de se afogar naquele lago de arrogância e prepotência que os impede de observar os próprios defeitos. E quando alguém categoricamente lhes diz com sinceridade o que acham de seus egocentrismos, eles não suportam e se revoltam.<br />Acho que este parágrafo pede um artigo! <br />Boa tarde de domingo a todos e todas!Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-31355336574340754962011-11-23T13:39:00.000-08:002011-11-23T16:18:22.863-08:00Reflexão (79) - Entre a filosofia e a fé<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjloE61DfmU0lnj5fZz0GI5Waw5cV4pF5esNlSZASDaPJgwe4Eio7MvQtHCaKqa1uqKOu5Lxh1goE5-dvrOY3EHMYbkFCodr7zJMkQ2rLiKXx1GBIplaxv5oA6FgSh5rPZ0Zc0uR80vmdD3/s1600/religioes.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjloE61DfmU0lnj5fZz0GI5Waw5cV4pF5esNlSZASDaPJgwe4Eio7MvQtHCaKqa1uqKOu5Lxh1goE5-dvrOY3EHMYbkFCodr7zJMkQ2rLiKXx1GBIplaxv5oA6FgSh5rPZ0Zc0uR80vmdD3/s400/religioes.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5678310661719640130" /></a><br />por Jefferson Ramalho<br /><br />Por que professores de filosofia frequentemente são questionados sobre se acreditam ou não em Deus? Perguntam-me isso no ensino fundamental, no ensino médio e no ensino superior. Entre crianças, adolescentes e seminaristas com os quais tive e tenho a oportunidade de trabalhar com a área filosófica já me dirigiram esta pergunta.<br /><br />Talvez, uma razão que os leva a pensar que sou ateu tenha a ver com a maneira crítica que tenho tentado tratar de temas como deus, fé e espiritualidade. Infelizmente as pessoas são ensinadas a acreditarem que essas categorias só podem ser entendidas conforme definidas no âmbito institucional da religião. No entanto, não é assim que entendo que se devam interpretar esses elementos.<br /><br />Para mim, categorias como fé, divindade, espiritualidade e tantas outras merecem múltiplas definições. Não é necessariamente a forma como, por exemplo, o cristianismo as define, que está correta. Devem ser consideradas definições provenientes dos universos hindu, budista, islâmico, umbandista, candomblecista, para não citarmos todos. É essa multiplicidade que, em minha opinião, embeleza com maestria esse composto tão importante para a existência humana que denominamos religião.<br /><br />Agora, que importância seria esta? Sabemos o quanto líderes religiosos se aproveitam e manipulam pessoas simples no intuito de se enriquecerem, se promoverem, se estabelecerem como referenciais de vida a fiéis e devotos. Portanto, em primeiro lugar, não são esses líderes que de fato dão sentido à experiência religiosa das pessoas, mas a espiritualidade em si que elas praticam.<br /><br />Em segundo lugar, a espiritualidade muitas vezes é confundida com ingenuidade. Contudo, prefiro entender que por mais ingênua que uma devoção religiosa pareça ser, ela consegue dar ao ser humano um sentido que nada mais consegue, e isso independe dos rótulos, das marcas, dos dogmas, do livro sagrado, da maneira como se entende ser a vida após a morte, do sacerdote ou líder que comanda, da liturgia, da falta ou excesso de erudição.<br /><br />Como professor de filosofia, não sou necessariamente ateu, mas entendo que até o ateísmo pode ser considerado uma espécie de experiência religiosa. Não rompi com muitas das maneiras de entender a fé, a divindade e a devoção religiosa do modo como as compreende o cristianismo, mas não sou ingênuo ao ponto de pensar que todas as outras formas de defini-las estão erradas. Sem dúvida o diálogo e o respeito à convicção e devoção do outro são muito mais saudáveis do que toda e qualquer forma de exclusivismo que, arrogante e intolerantemente costuma afirmar que somente os seus princípios de fé é que são válidos.<br /><br />Não sou filósofo, nunca serei. Sou apenas um leitor e um professor de filosofia. Como é a história que corre em minhas veias, confesso a tendência historiográfica que adoto ao estudar e lecionar filosofia. Este acaba sendo o recorte predominante que normalmente faço. E quando o assunto é religião, me desprendo de toda e qualquer posição pessoal que tenho a respeito, pois sem dúvida é muito mais saudável demonstrar que o universo religioso é de fato um universo, e não um pequeno vilarejo – ou mesmo um gueto, como diz meu mestre e amigo Ronaldo Cavalcante – e por ser um universo tão infinito, seria arrogância, ingenuidade ou burrice achar que a vida humana em contato com aquilo que alguns como Rudolf Otto e Mircea Eliade chamaram de Sagrado se resume no que o cristianismo proclama como única e absoluta verdade.Jefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7338090370360675021.post-55164909603253485832011-11-17T11:21:00.000-08:002011-11-17T17:03:55.408-08:00Reflexão (78) - Meu muro de lamentações<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY0QO_CTj0QiKSuNFZwaCENg-LNDJsA4_0N-UxJRgn2zUFt1cQ-ev3n7fxxF2FwquJwmuAOf9iCg7l4ZF0fe6rGF-pB_jf8r7pnbX0vc_7bskFCXJKbkiuwDg4kAH59Pkpn9pXGUzaw-JL/s1600/Muro.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 266px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY0QO_CTj0QiKSuNFZwaCENg-LNDJsA4_0N-UxJRgn2zUFt1cQ-ev3n7fxxF2FwquJwmuAOf9iCg7l4ZF0fe6rGF-pB_jf8r7pnbX0vc_7bskFCXJKbkiuwDg4kAH59Pkpn9pXGUzaw-JL/s400/Muro.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5676047972866609650" /></a><br />por Jefferson Ramalho<br /><br />Deve fazer algumas semanas, foi-me dito que meu blog mais parece um muro de lamentações. Com todo o coração devo reconhecer que não poderia ser feita melhor caracterização ao que pretendo sempre que escrevo e posto alguma coisa por aqui – pena que ultimamente não tem dado tempo para eu escrever tanto, pois tenho me dedicado sobremaneira às vagabundagens que me sustentam.<br /><br />O fato é que depois de ter lido tantos PhDs em vagabundagem como Rubem Alves, Leonardo Boff, Aristóteles, Agostinho, Nietzsche, Kierkegaard..., não sei o porquê, mas resolvi tentar tornar-me um também. Entre estes caras há muitas diferenças e concordâncias, mas uma coisa eles tiveram em comum: foram e são verdadeiros vagabundos! Quem me dera ser um dia vagabundo como um deles! O mais interessante é que os séculos passam, mas os pensamentos que eles tiveram, certamente enquanto vagabundavam, acabaram ficando e hoje servem até para sustentar os mais medíocres absurdos.<br /><br />O alemão Goethe, por exemplo, no auge da Revolução Industrial e da consolidação do capitalismo, em vez de trabalhar numa fábrica, resolveu dedicar-se à vagabundagem de escrever poemas, músicas, peças e romances. No entanto, para aqueles que não o conhecem para além de sites de busca de pensamentos e máximas, Goethe nunca parou de estudar. Era, certamente, aquele tipo de vagabundo que pensa coisas do tipo: __eu só tenho uma vida, como posso não aproveitá-la estudando, ainda que isso não me traga absolutamente nenhum retorno e eu venha morrer na miséria?<br /><br />Aqueles que trabalharam nas fábricas dos séculos XVIII e XIX, fizeram parte de uma massa injustiçada, oprimida e anônima. Por outro lado, vagabundos como Goethe permaneceram lembrados e citados até hoje, século XXI, inclusive por aqueles que nunca leram sequer uma de suas linhas.<br /><br />Seria pretensão demais para mim achar que estou no nível de um Goethe, de um Kierkegaard, de um Nietzsche. Oras, como pensar o desespero humano sem ler o filósofo dinamarquês? Desespero típico de um vagabundo. Um homem que por tantas instabilidades existenciais acabou por tornar-se nada menos que o pai do Existencialismo. Abandonou a noiva para dedicar a vida aos estudos e entrou em profunda depressão depois que descobriu que ela se casara com outro.<br /><br />E Pedro Abelardo? Filósofo aristotélico e professor na Universidade de Paris, um vagabundo por excelência, acusado de corromper os jovens parisienses e, como se não bastasse sua fama, transou com a mulher errada e que era ao mesmo tempo a única mulher com a qual ele poderia transar. Heloíse! Resultado: foi castrado por ordem do tio da moça. Coisas desse tipo só acontecem com caras que não têm o que fazer da vida. <br /><br />E Nietzshe? Louco? Pode ter sido, mas indubitavelmente o maior filósofo do século XIX. Não se pensa o ser humano, as agonias, as prepotências, os sentimentos de grandeza e de justiça própria, sem se levar em conta o que somente Nietzsche percebeu. A síndrome de super-homem tomou conta da cabeça e do coração de tantos milhões de seres que definitivamente se deixaram seduzir pelas possibilidades oferecidas por esse mundo moderno ou contemporâneo – como queiram.<br /><br />Abelardo, Kierkegaard, Nietzsche, Marx, Sartre, e tantos outros não tiveram blogs para postar suas injúrias, suas blasfêmias, suas revoltas, seus rancores, seus amores, seus desesperos, suas “orações”, suas invocações, seus medos, suas (in)certezas... Mas tiveram o papel e a tinta, e, mais do que isso, tiveram tempo, como verdadeiros vagabundos que foram, e deixaram registradas todas as suas lamentações. Muitos deles, quase todos, morreram miseráveis, sem casa própria, sem emprego fixo, sem carro do ano, sem roupas novas, sem um puto no bolso. Nem por isso, deixaram de ser dignos; nem por isso, deixaram de ganhar a vida; nem por isso, foram esquecidos como meros operários injustiçados pela exploração desse mundo capitalista tão opressor como é o nosso.<br /><br />Eles pensaram aquilo que quem se dedica oito, dez, doze horas ao dia aprisionado numa fábrica não consegue pensar; eles enxergaram aquilo que muitos que os julgaram e os consideraram vagabundos estão impossibilitados pelo sistema de perceberem o que ocorre um palmo à frente dos próprios narizes. E Maquiavel? Dormia o dia inteiro, quando chegava por volta das 19 horas tomava banho, vestia a melhor roupa que estivesse em seu armário naquela noite, entrava em sua biblioteca e de lá só saía às 6, 7, 8 da manhã seguinte. Um baita de um vagabundo! Lido incorretamente, se tornou referência para aqueles que viram nele um filósofo que concordava com a tirania dos reis absolutistas, mas lido corretamente foi interpretado como pai, não do maquiavelismo, mas da democracia moderna.<br /><br />Eu? Um vagabundo! É assim que o professor é chamado por muitos nesse mundo fadado à industrialização da cultura, ao consumismo, à concorrência, à superação e até à auto-superação. Eu, por exemplo, não estudo para ser o melhor professor. Eu estudo porque tenho prazer em estudar. E quando entro em classe para lecionar, não entro para ensinar, entro para aprender. Só para lembrar, todos esses vagabundos que citei acima, como não poderia ser diferente, foram professores também.<br /><br />Voltando ao meu muro das lamentações – ou seria muro das minhas lamentações? – devo agradecer aos mais de cem amigos e amigas que, por terem se tornado seguidores deste modesto e vagabundo espaço, disseram com isso que de vez em quando gostam de passar por aqui para ver quais são os meus lamentos, para perder tempo lendo aquilo que só se transformou em palavras porque antes se encontrava escondido na alma. Eu diria: __não apenas um muro de lamentações, mas também de lágrimas; e quem não tem razões para chorar ou para se lamentar, não é ser humano. Pode ser um fantoche, um boneco, um robô, mas com certeza não é ser humano.<br /><br />Plagiando o marxista Chaplin, que diga-se de passagem foi um grande Vagabundo: não somos máquinas, somos seres humanos, embora a maioria de nós pareça preferir ser e funcionar como se fosse uma máquina.<br /><br />no muro,<br />JeffersonJefferson Ramalhohttp://www.blogger.com/profile/00852176977280854199noreply@blogger.com2