quarta-feira, 31 de março de 2010

Reflexão (68) - páscoa com "p" minúsculo


Gente amada de Deus,

O que é a páscoa? É a ressurreição? A nova vida? A festa máxima do chocolate? A festa do coelho?

Sabemos que, independentemente dos significados e desdobramentos desta comemoração cristã, ela como tantas outras é só mais uma.

Agora, do ponto de vista da fé, não há como negar que por suceder a chamada semana santa, tem o poder de nos convidar à reflexão.

Mas, à qual reflexão? Aquela que a religião tenta estimular todos os anos para que seja feita?

Será que Jesus quer que nos lembremos dele enquanto personagem histórico? Mais do que isso, será que ele tem algum tipo de prazer em nossas festas religiosas supostamente dirigidas a ele?

Os presentes de natal e os ovos de páscoa comprovam que nossas intenções nada significam e muito pouco representam para ele.

A gente vai à igreja, à missa, ao culto, ao encontro do caminho, aonde quer que seja, fazemos nossas leituras e releituras do evangelho, cantamos, pregamos, ouvimos, choramos e sorrimos, e nada acontece. Concretamente, nada acontece!

O faminto continua faminto na escadaria da basílica, o pobre permanece com sua barriga roncando à porta do templo e o morador de rua continua comendo lixo nas calçadas de rua das estações do Caminho da Graça.

Portanto, neste domingo, nós de Osasco, não vamos nos encontrar! Não vamos cantar, tocar, rezar, orar, chorar, sorrir, refletir, reler a Escritura, pregar, ouvir...não vamos fazer nada que a religião nos diga que tenhamos que fazer. Nada!

Vamos nos esquecer uns dos outros, e vamos tentar nos lembrar de quem nunca lembramos! Lembramos, apenas, em nossas hipócritas, ritualísticas e infrutíferas orações. Só aí! Claro, assim é fácil!

Vamos dar de comer ao que tem fome e de beber ao que tem sede! Vamos fazer alguma coisa, de uma vez por todas, por favor! Mesmo que seja pelo menos uma vez na vida!

Se no domingo de manhã formos até o pobre e lhe dermos de comer, ele poderá dizer: __verdadeiramente, ELE ressuscitou!

Irmãos, amigos, como devo chamá-los? Só assim Jesus ressuscita! Quando ele em nós, atende o aflito! Isso é ressurreição!

Uma ressurreição concreta, verdadeira. Não aquela lendária e mitológica, na qual acreditamos sem sabermos no que de fato dizemos que acreditamos só porque um dia nos contaram aquilo que também ouviram, sem realmente saber do que se tratava!

E tem mais! Vá, faça e não conte a ninguém o que vc fez e por quem fez! Se ELE não aceitou glória dos homens (cf. João 5.41), por que vc aceitaria, não é mesmo!?!

na Graça,
Jefferson

terça-feira, 16 de março de 2010

Reflexão (67) - Sou universalista!


por Jefferson Ramalho

Há uma certeza em minha alma acerca de mim mesmo! Apesar das "divagações" que têm ocupado tempo e espaço em minha mente nos últimos meses, a Graça continua sendo uma convicção do meu coração, não apenas da mente.

Ao mesmo tempo, tenho conseguido repensar toda a intolerância que pratiquei com palavras e sentimentos durante os meus doentios anos de evangélico. Hoje, sou cristão, seguidor da tentativa de tentar seguir Jesus de Nazaré. Acredito que Ele foi o Cristo. Mas, acredito em seu amor como algo que ultrapassa as fronteiras da religião, da confessionalidade, da declaração de fé, da identidade cristã.

Não é preciso ser ou se tornar cristão para que Deus salve uma alma. Deus nunca dependeu de atitudes ou decisões humanas para fazer o que quer que seja. Ele é Ele! Ou você duvida disso? Acredita ser mais poderoso que o Altíssimo ao ponto de resistir a sua vontade amorosa e incomparável de salvar seus filhos?

Posso estar equivocado, afinal, Ele é todo mistério, indefinível, único! Mas, não consigo ser mais aquele calvinista doente e fundamentalista que fui quando descobri a teologia como quem acha que descobriu a roda. Contudo, não significa que eu esteja me declarando arminiano! Jamais! Seria, na minha opinião, agredir a Graça, o Amor incondicional do Mestre, a Soberania do Deus dos deuses, a essência do Evangelho.

Então, o que me resta? Várias alternativas! Uma delas é a de afirmar com todas as letras que sou um universalista! Sim! UNIVERSALISTA! O amor de Deus é mais forte que a impiedade de todos os imperadores cruéis da história juntos, somados à maldade de um Hitler e à impiedade de pastores evangélicos que ganham milhões por minuto nas costas de gente inocente.

Os membros do Alto Clero, na Idade Média, não foram nada perto destes malandros dos nossos dias. Mas, ainda assim, Deus pode salvá-los. Ele é amor!

Acho engraçado a facilidade que um evangélico tem para condenar ao inferno pessoas que vivem nas condições de homossexualidade, prostituição, adultério e todo o tipo de prática que na visão religiosa são pecados da carne, do sexo, imperdoáveis!

Só que estes mesmos evangélicos, quando questionados acerca de seus pastores que enriquecem a cada dia às custas de ofertas e dízimos de seus seguidores, chegam a dizer apenas o seguinte: __Eles prestarão contas com Deus!

Engraçado, não? Um adúltero ou uma prostituta vão para o inferno sem direito a explicações! Um pastor safado, não! Este terá direito de prestar contas, para quitar sua pendenga e, em seguida, ser recebido na Glória Eterna pelos Anjos de Deus!

Se esqueceram que as prostitutas, ainda que sem deixarem a prostituição, nos precederão no Reino? (Mt 21.31s) E os pastores? Estes chegarão primeiro? Por que não? Apesar de fazerem o que fazem - a maioria deles é assim - também terão espaço na casa eterna, afinal, lá há muitas moradas! Até para pastores! E se estes são salvos pela Graça de Jesus, qualquer um será! Sou universalista porque acredito no amor incontido, incondicional, indescritível e misterioso de Deus!

Pergunto: se eu for salvo, quem não será?

É isso!

na Graça,
Jefferson