segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Eu não sei qual é pior: o calvinista que acredita ser o Dono da Verdade, ou o teísta aberto que acredita numa Verdade Sem Dono!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Se a minha vida consegue ser um culto a Deus quando estou do "lado de fora", eu não preciso estar "dentro" de uma igreja; agora, se eu preciso estar "dentro" de uma igreja, certamente a minha vida jamais conseguiu ser um verdadeiro culto a Deus do "lado de fora".

Boa semana a todas e todos!

na Graça,
Jefferson

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

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Jefferson

sábado, 22 de janeiro de 2011

Reflexão (74) - Sem igreja, graças a Deus!


por Jefferson Ramalho

Entendi o que significa ser cristão no dia que resolvi não frequentar mais assiduamente nenhuma igreja. Respeito quem faz tal opção, mesmo porque já fui um deles. Mas quis a Vida que eu, talvez precocemente, percebesse que esta vida não é para mim.

Igreja, culto, reunião, comunidade, grupo alternativo, congregação... Estou cheio de tudo isso. Quando me convidam pra “pregar” ou ministrar alguma aula de teologia ou história da igreja vou com prazer, alegria e gratidão, e procuro fazer o melhor que posso. Mas, por favor, não me chame para fazer parte, nem me venha com aquela conversinha de que lá aonde você vai a coisa é diferente, o pregador é atualizado, moderninho, prega como se estivesse conversando informalmente, traz uma palavra bem diferente daquela tradicional. Não, por favor, mil vezes não!

É engraçado quando alguém me convida pra pregar ou lecionar! O fulano não resiste a tentação e faz aquela "bendita" pergunta: __de que igreja você é? Na hora, só pra deixá-lo feliz, eu dou uma resposta. Digo: __sou da igreja tal. Ou então respondo: __frequento, quando possível, o grupo tal. Mas hoje tomei uma decisão! Quando me fizerem tal pergunta, responderei pura e simplesmente a verdade: __não sou de lugar algum!

Aliás, farei questão de complementar: “__não faço parte de nenhuma igreja, comunidade, grupo ou o que quer que seja, porque entendo que ser cristão – que é o que eu sou – corresponde a não pertencer a nenhuma instituição religiosa."

Para mim, quem faz parte de uma igreja, paróquia, comunidade, grupo, encontro... não é mais ou menos cristão do que eu por causa disso.

Pra que serve a instituição religiosa? Pra várias coisas, dentre as quais:

- para sustentar seu líder, bispo, mentor, pastor, apóstolo, padre... pelo simples fato dele ter achado que Deus lhe escolheu para aquilo – há exceções, raras, mas há, pois há pastores que trabalham para colocar dinheiro dentro de casa;

- para fazer com que pessoas que conseguem reduzir sua vida com Cristo àquilo tudo, continuem praticando sua fé;

- para se afirmar como aquela que conseguiu encontrar o verdadeiro significado do Evangelho mais que qualquer outra instituição autodenominada cristã;

- para alimentar as esperanças e a fé de pessoas que ainda não perceberam que ser cristão significa ter comunhão sem ter de fazer parte de uma empresa com CNPJ, com nome fantasia de igreja;

- para manter aquela equivocada ideia de que Ceia se reduz a um ritual com um pedacinho de pão e a dois dedos de vinho – quando não é suco de uva. Ainda tem gente, inclusive, que briga por causa dessa bobagem – sendo que Ceia, de fato, era um grande banquete, mas que se tornou ritual quando não era interessante que os pobres participassem do banquete;

- para arrogantemente dizer ao ser humano o que ele pode ou não pode fazer;

- para ser, quando metida a liberalzinha, o refúgio daqueles que não mais se enquadraram num contexto muito conservador e moralista.

Cansei disso! Aos domingos à tarde quero ficar com minha família, quero ver futebol, quero ir ao cinema, quero ler um bom livro – com certeza muito melhor do que ter de me sacrificar ouvindo estes sermões deprimentes pregados por pastores tão exclusivistas e despreparados como os dos nossos dias –, quero ouvir uma música que eu goste, quero beber uma cerveja bem gelada, quero dormir e descansar suficientemente porque tenho de trabalhar na segunda-feira, quero amar minha esposa – entenda o que quiser com a palavra “amar” –, quero ir ao parque, quero ir à sorveteria, quero ouvir e contar piadas, quero fazer qualquer coisa que me seja saudável que não seja sentar a bunda numa cadeira de igreja para seguir aquele mesmíssimo ritual: cantar uns 40 minutos, colocar uma grana no envelopinho, ouvir os avisos – no meio ou no final – e ouvir uma “pregação” com a ilusão de que quem está falando por meio daquele sujeito é o Deus Criador dos Céus e da Terra.

Para mim, ser cristão é ser sem igreja, sem comunidade, sem paróquia, sem grupos, sem reuniões religiosas – ainda que com cara de grupo de cristãos desinstitucionalizados... Eu cansei dessa papagaiada! Há alguns que eu amo que ainda se encontram nessa vida de dependência, são meus amigos e sempre serão, e que se sentem bem – ainda que iludidos, na minha opinião – por deixarem de fazer tantas coisas boas que o Eterno deixou para fazermos, e preferem ir a um lugar no qual eles acreditam que Ele esteja falando com eles.

Gente! Ser cristão sem igreja, isso sim é ter liberdade em Cristo! É ter compromisso com o próximo sem ter de levantar bandeira religiosa alguma. Aliás, é entender que ser cristão não significa estar levantando uma bandeira da verdade, mas é apenas ter optado por uma dentre tantas bandeiras que se levantadas do modo certo, conseguem praticar o mesmo bem a todo e qualquer ser humano.

Para mim, se Jesus não tiver existido, a vida perde o sentido, contudo, para outros a existência histórica de Jesus não faz a menor diferença. Tal pessoa não é menos feliz que eu por causa disso. Aliás, ela até pode ter encontrado o real sentido da vida antes de mim, mesmo que nunca venha conhecer a mensagem de Jesus.

Portanto, se alguém me perguntar a partir de hoje: __Você é cristão? Eu responderei: __sim! E se então perguntar: Então de qual igreja você é? Eu responderei: __Graças a Deus, de nenhuma!

na Graça,
Jefferson

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Reflexão (73) - Sobre as desgraças no Rio


por Jefferson Ramalho

Mais de uma semana depois acho que já dá pra escrever alguma coisa. A tragédia – conforme vimos nos noticiários por repetidas vezes – foi a pior de todas na nossa história. Mortes, perdas de todas as ordens, destruição, um cenário assombroso. Mesmo em meio às histórias isoladas de heroísmos e sobrevivências, resgates e salvamentos, a marca da destruição, por muitas décadas, não será esquecida.

No twitter, faz alguns minutos, vi a postagem de que alguns evangélicos têm atribuído toda aquela desgraça ao pecado. Infelizmente, mas consideradas as devidas diferenças, devo reconhecer que concordo. Aquela destruição toda aconteceu por causa do pecado. Aliás, dos pecados, dos muitos pecados praticados por tantos.

Apesar da causa natural ter sido surpreendente e imbatível, há um conjunto de pecados e irresponsabilidades por detrás de tudo aquilo que não pode ser desprezado. Mas, a que pecados eu estou me referindo? Primeiro, devo ressaltar que não me refiro aos mesmos pecados que certamente os crentes do twitter estão pensando. Para mim, apesar de não gostar de carnaval por uma opção particular, pessoal, e não por razões religiosas, o Rio sem Carnaval não é o Rio. Portanto, o Carnaval carioca não é um pecado como muitos pensam, capaz neste caso de despertar a ira de Deus a fazer uma desgraça como aquela acontecer. Também não entendo a criminalidade como um pecado – apesar de ser um problema social a ser combatido – que possa ter servido de brecha espiritual (como muitos acreditam) para aquela desgraça acontecer. Enfim, não penso em nada disso!

Mas concordo que o pecado, aliás, os pecados, causaram toda aquela destruição.

Refiro-me aos pecados dessa politicazinha maldita e medíocre que governa nosso País, seja ela de bandeira vermelha ou azul, PTista ou PSDBista, haja vista o que também vem acontecendo não somente no Rio, mas em outros pontos de Minas e São Paulo entre outros Estados nesses dias de tantas chuvas e enchentes.

Refiro-me, também, ao pecado de quem é irresponsável consigo e com a sociedade, sujando as ruas e avenidas, os bueiros, as calçadas, os jardins e praças. O mito da criação na versão hebraica diz que o criador confiou ao humano a responsabilidade pelo Jardim. Contudo, o humano – sem a mínima responsabilidade – consegue simplesmente não cuidar, mas destruir cada dia mais esse Jardim.

Refiro-me a muitos líderes religiosos e suas respectivas instituições que, agora, até têm se mobilizado para enviar doações, arrecadar tudo o que é possível para enviar aos desabrigados, mas continuam mantendo suas estruturas, seus patrimônios, suas contas bancárias cheias, dependendo como sempre da Boa Vontade de gente que de fato doa o que pode para se solidarizar com aquelas vítimas. Enquanto isso, as instituições mesmo – as oficiais ou as supostamente desinstitucionalizadas – se encarregam de fazer a mediação no processo, sem, contudo enfiar a mão no próprio bolso, mas novamente e como sempre, depender de que os outros, os eternos solidários e anônimos ponham em prática sua genuína solidariedade.

É revoltante ver o modo como certas instituições religiosas, até em momentos como este, conseguem vender aquela velha e falsa imagem de solidariedade para se promoverem, sendo que os solidários, mesmo, nunca aparecem. Aliás, parafraseando o que o Mestre já dizia: quem é solidário, não precisa mostrar sua solidariedade. Basta ser solidário!

É pecado atrás de pecado. Enquanto aquela gente sofre, morre, chora, vive sem esperanças e perspectivas para o futuro, muitíssimos dos malditos deputados e vereadores que nos representam tão má e porcamente nos Congressos e Câmaras só sabem inchar suas contas bancárias - no Brasil e fora dele, com certeza – graças a esses aumentos absurdos que têm recebido recentemente.

Quando indagados se são a favor ou contra a tais aumentos, qual você acha que é a resposta deles? A mais óbvia, é claro! A mais corrupta também! Eles não trabalham. Eles não servem para nada. Ainda assim se acham merecedores do que recebem. Se há um pecado causador de tantas desgraças, estes políticos são responsáveis por boa parte dele.

Quanto a boa parte dos nossos ilustres líderes religiosos, estes... me desculpe, caro leitor! Acho que já falei demais neste blog sobre o que acho dos tais.

Queira Deus que apesar dos pecados, as desgraças não se repitam! Que em 2012 as chuvas não sejam tão cruéis, porque definitivamente os responsáveis pelas consequências – não pelas causas naturais – com certeza não farão nada para prevenir e proteger a sociedade.

Basta lembrar do que aconteceu em Angra um ano atrás... nada foi feito de lá pra cá.

Claro que em 2010 esses INCOMPETENTES não iriam fazer nada, mesmo!

Afinal, eles tinham outras coisas mais interessantes para se preocuparem.

Nossos votos!

Indignado com essa corja,
Jefferson

domingo, 16 de janeiro de 2011

Ainda dá tempo! Curso de Verão! Inscreva-se!


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sábado, 15 de janeiro de 2011

História e Historiografia Cristã - em março

Grupo de Estudos Aprofundados em História da Igreja

Aqueles que estiverem interessados em participar on line das discussões, deverão escrever para cafeacademico@yahoo.com.br para obter informações.

Nossos debates serão focados em temas relacionados a História e Historiografia da Religião Cristã, com leituras previamente determinadas.

Turmas de no máximo 10 pessoas. Caso tenhamos mais interessados, podemos formar novas turmas para outros dias e/ou horários.

Os encontros - sempre on line - serão realizados todas às quintas-feiras das 20h às 22h.

Trabalharemos com o que há de mais atual no assunto, em termos de literaturas e pesquisas.

Não haverá nenhum custo!

Abraço grande,
Jefferson

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

***** A historiografia cristã na História (parte 8)


Conclusões

Para atender a delimitação apresentada na introdução, nos propusemos a pensar nos valores do diálogo entre a filosofia e a historiografia, identificar os problemas e a continuidade do estilo deixado por Eusébio e, por fim, ensaiar uma aplicação de uma história problematizada da religião cristã quando esta se aliara ao Império Romano.

Das escolas historiográficas mencionadas entendemos que os Annales têm as propostas que melhor atenderiam às carências desta historiografia cristã de caráter apologético, que tem na História Eclesiástica de Eusébio seu primeiro e máximo modelo. A problematização da história proposta pelos Annales é um fator teórico que se colocado em prática por historiadores da igreja, demonstrará que a capacidade de interpretar o passado poderia dar início a uma nova história do cristianismo.

Conforme observamos em dado momento, a continuidade deste estilo defensivo deixado por Eusébio está bem presente nas obras de história da igreja publicadas na segunda metade do século XX, mesmo após tantos avanços na historiografia. Isso nos parece bastante grave, pois não só demonstra a preocupação do reprodutor em cristalizar supostas verdades históricas e teológicas, como também anula a capacidade que o pesquisador tem de analisar seu objeto de investigação, o passado humano, seja individual ou coletivo, e em se tratando da cristandade, mais coletivo que individual.

Podemos afirmar com segurança que no âmbito da formação intelectual, as escolas e faculdades de teologia onde a disciplina de história da igreja é obrigatória, ainda há muito a ser desenvolvido. Na ambiência católica, a partir das obras de Jean Daniélou, Henri-Irénée Marrou, Jean Delumeau, Alain Corbin entre outros, tem havido bastante abertura para uma história da igreja repensada. Porém, em seminários protestantes, salvo raras exceções, ainda prepondera a adesão a obras que repetem o estilo eusebiano.

Na aplicação propomos uma relação entre este exercício de problematizar a história e o objeto de pesquisa de mestrado com o qual estamos trabalhando. A própria idéia de que o Constantino que chegou até nós não é necessariamente um “Constantino histórico”, mas o Constantino construído por Eusébio demonstra-nos que este objetivo de problematização da história da transição vivida pela cristandade no século IV poderá ser bem sucedido com o desenvolver da pesquisa. É o que almejamos!

Há muito ainda para ser explorado, descoberto e, no sentido da nossa proposta, interpretado. Assim, consideramos que esta relação entre o exercício interpretativo e o trabalho do historiador pode contribuir sobremaneira para uma renovação de fato nos estudos de história das religiões e, no nosso caso, de história do cristianismo.

Referências bibliográficas
BRAUDEL, Fernand. “Personal testimony”. In. The Journal of Modern History, v.44, nº 4. Chicago/USA: The University of Chicago Press, December, 1972.
BRÉHIER, Émile. Histoire de La philosophie – III – XIXe – Xxe Siècles. Paris: Presses Universitaires de Frances, 1994.
DROBNER, Hubertus R. Manual de patrologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
EUSÉBIO DE CESARÉIA. História eclesiástica; [tradução Monjas Beneditinas do Mosteiro de Maria Mãe de Cristo] – São Paulo: Paulus, 2000.
FILORAMO, Giovanni; Prandi, Carlo. As ciências das religiões. São Paulo: Paulus, 1999. (Sociologia e religião).
HOORNAERT, Eduardo. Memória do povo cristão. Petrópolis, RJ: Vozes, 1986.
INWOOD, Michael. Dicionário Hegel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.
KEE, Alistair. Constantino contra Cristo – el origen de La alianza entre la Iglesia y el poder político. Barcelona: Martínez Roca, 1990.
LE GOFF, Jacques. História e memória. Lisboa, Portugal: Edições 70, 1982.
MARROU, Henri-Irénée. Sobre o conhecimento histórico. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de filosofia – das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005.
NIETZSCHE, Friedrich. Escritos sobre história. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2005.
REIS, José Carlos. Escola dos Annales – a inovação em História. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
ROVIGHI, Sofia Vanni. História da filosofia moderna – da revolução científica a Hegel. 3. ed., São Paulo: Loyola, 2002.
SILVA, Rogério Forastieri da. História da historiografia. Bauru, SP: EDUSC, 2001. (Coleção História).
SIMON, Marcel; Benoit, André. Judaísmo e Cristianismo primitivo – de Antíoco Epifânio a Constantino. São Paulo: Pioneira / Edusp, 1987.
VEYNE, Paul. Quando nosso mundo se tornou cristão – 312-394. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
WHITE, Hayden. Meta-história – a imaginação histórica do século XIX. São Paulo: Edusp, 2008. (Ponta; 4).

domingo, 2 de janeiro de 2011

Curso de Verão! Confira e inscreva-se!


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