quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Reflexão (73) - Sobre as desgraças no Rio


por Jefferson Ramalho

Mais de uma semana depois acho que já dá pra escrever alguma coisa. A tragédia – conforme vimos nos noticiários por repetidas vezes – foi a pior de todas na nossa história. Mortes, perdas de todas as ordens, destruição, um cenário assombroso. Mesmo em meio às histórias isoladas de heroísmos e sobrevivências, resgates e salvamentos, a marca da destruição, por muitas décadas, não será esquecida.

No twitter, faz alguns minutos, vi a postagem de que alguns evangélicos têm atribuído toda aquela desgraça ao pecado. Infelizmente, mas consideradas as devidas diferenças, devo reconhecer que concordo. Aquela destruição toda aconteceu por causa do pecado. Aliás, dos pecados, dos muitos pecados praticados por tantos.

Apesar da causa natural ter sido surpreendente e imbatível, há um conjunto de pecados e irresponsabilidades por detrás de tudo aquilo que não pode ser desprezado. Mas, a que pecados eu estou me referindo? Primeiro, devo ressaltar que não me refiro aos mesmos pecados que certamente os crentes do twitter estão pensando. Para mim, apesar de não gostar de carnaval por uma opção particular, pessoal, e não por razões religiosas, o Rio sem Carnaval não é o Rio. Portanto, o Carnaval carioca não é um pecado como muitos pensam, capaz neste caso de despertar a ira de Deus a fazer uma desgraça como aquela acontecer. Também não entendo a criminalidade como um pecado – apesar de ser um problema social a ser combatido – que possa ter servido de brecha espiritual (como muitos acreditam) para aquela desgraça acontecer. Enfim, não penso em nada disso!

Mas concordo que o pecado, aliás, os pecados, causaram toda aquela destruição.

Refiro-me aos pecados dessa politicazinha maldita e medíocre que governa nosso País, seja ela de bandeira vermelha ou azul, PTista ou PSDBista, haja vista o que também vem acontecendo não somente no Rio, mas em outros pontos de Minas e São Paulo entre outros Estados nesses dias de tantas chuvas e enchentes.

Refiro-me, também, ao pecado de quem é irresponsável consigo e com a sociedade, sujando as ruas e avenidas, os bueiros, as calçadas, os jardins e praças. O mito da criação na versão hebraica diz que o criador confiou ao humano a responsabilidade pelo Jardim. Contudo, o humano – sem a mínima responsabilidade – consegue simplesmente não cuidar, mas destruir cada dia mais esse Jardim.

Refiro-me a muitos líderes religiosos e suas respectivas instituições que, agora, até têm se mobilizado para enviar doações, arrecadar tudo o que é possível para enviar aos desabrigados, mas continuam mantendo suas estruturas, seus patrimônios, suas contas bancárias cheias, dependendo como sempre da Boa Vontade de gente que de fato doa o que pode para se solidarizar com aquelas vítimas. Enquanto isso, as instituições mesmo – as oficiais ou as supostamente desinstitucionalizadas – se encarregam de fazer a mediação no processo, sem, contudo enfiar a mão no próprio bolso, mas novamente e como sempre, depender de que os outros, os eternos solidários e anônimos ponham em prática sua genuína solidariedade.

É revoltante ver o modo como certas instituições religiosas, até em momentos como este, conseguem vender aquela velha e falsa imagem de solidariedade para se promoverem, sendo que os solidários, mesmo, nunca aparecem. Aliás, parafraseando o que o Mestre já dizia: quem é solidário, não precisa mostrar sua solidariedade. Basta ser solidário!

É pecado atrás de pecado. Enquanto aquela gente sofre, morre, chora, vive sem esperanças e perspectivas para o futuro, muitíssimos dos malditos deputados e vereadores que nos representam tão má e porcamente nos Congressos e Câmaras só sabem inchar suas contas bancárias - no Brasil e fora dele, com certeza – graças a esses aumentos absurdos que têm recebido recentemente.

Quando indagados se são a favor ou contra a tais aumentos, qual você acha que é a resposta deles? A mais óbvia, é claro! A mais corrupta também! Eles não trabalham. Eles não servem para nada. Ainda assim se acham merecedores do que recebem. Se há um pecado causador de tantas desgraças, estes políticos são responsáveis por boa parte dele.

Quanto a boa parte dos nossos ilustres líderes religiosos, estes... me desculpe, caro leitor! Acho que já falei demais neste blog sobre o que acho dos tais.

Queira Deus que apesar dos pecados, as desgraças não se repitam! Que em 2012 as chuvas não sejam tão cruéis, porque definitivamente os responsáveis pelas consequências – não pelas causas naturais – com certeza não farão nada para prevenir e proteger a sociedade.

Basta lembrar do que aconteceu em Angra um ano atrás... nada foi feito de lá pra cá.

Claro que em 2010 esses INCOMPETENTES não iriam fazer nada, mesmo!

Afinal, eles tinham outras coisas mais interessantes para se preocuparem.

Nossos votos!

Indignado com essa corja,
Jefferson

Um comentário:

Julio César disse...

Jefferson querido,

Para ficar bem claro. Qdo vc se refere as instituições supostamente desinstitucionalizada q se encarregam de fazer a mediação no processo, sem, contudo enfiar a mão no próprio bolso, mas novamente e como sempre, depender de que os outros, os eternos solidários e anônimos ponham em prática sua genuína solidariedade, vc se refere a quê e a quem?
Ñ gostaria de estender a polemização c/vc, mas vi q vc atualizou o seu blog e fui conferir.
O pessoal que eu tenho caminhado já bastante tempo - ñ me refiro exclusivamente ao CG - é gente q mobiliza, faz mediação, em e para socorro a tragédias, e gente q dá dinheiro do próprio bolso, e muitos deles vão estar com essa gente sofrida, ajudar a reconstruir suas vidas, através d tantas missões oficiais e n oficiais.
Mtos ganham bem sim, ainda bem e tomara q continuam ganhando, e por isso tem condições de ajudar e ajudar com fartura, pq senão só poderiam chorar, orar e escrever no blog.
O q me toca nessas tantas pessoas é q todas elas são solidárias, gente q põe a "mão no arado", "enfrenta situações de morte", e nenhuma delas tem um coração ressentido. São críticas a intituição, muitas já sofreram violências emocionais, mas nenhuma delas carrega ódio no coração. Todas elas assim como quase todos os depoimentos de vítimas q ouvi, conservam o temor e a gratidão a Deus. É gente q ama, se diverte, vai ao cinema, assisti o futebol, dança e também celebra na igreja com prazer sem constrangimento.
Se mta gente faz pra se promover,por markeing pessoal ou institucional, é problema deles, n das vítimas. Se eles n fizessem nada vc criticaria, q é gente q só sabe orar e cantar, já q fazem, vc desqualifica a ação.
Cuidado, não julgue todos por uns.
Qto as ofertas q vc menciona em outro texto. Ora, eu n contribuo c/pastor magnata ou q faz bico na igreja. Eu contribuo e nunca me fez falta, mesmo nos períodos de maior dificuldade financeira da minha vida, com pastores segundo o Evangelho. Gente q te acompanha, q você pode contar e se desdobra para anunciar o Evangelho q é libertação e salvação para a vida das pessoas. Q n é só Palavra, mas é tb Palavra. E quem experimentou quer compartilhar e deve contribuir com quem faz isso. Esse dinheiro nunca me fez falta. Continuo contribuindo com o maior prazer, porque sei q para vc servir ao outro, estar disponível para caminhar junto, gostar de pessoas, abrir mão mtas vezes da sua família e do seu lazer, vc preciso ter uma condição digna. Vc mesmo me confidenciou q n tem essa disponibilidade para ser pastor. E vc n tem, porque vc sabe q o serviço é pesado para quem o faz segundo o Evangelho.
Ñ quero acreditar q vc tece comentários precipitados q soam má fé e leviandade deliberadamente. Porém, me intriga o seu jeito de acusar, dar indireta, por pessoas sob suspeita, e não especificar o teor da sua pontuação, e ainda ficar debochando. E sempre, é claro, arvorando superioridade moral, justiça própria, colocando-se como régua.
Dê nome aos bois, cite quem vc critica. Denuncie p/ q um incauto n seja enganada. Sei q vai ficar nervoso, mas...faça q nem o Caio.
Acho tb estranho nisso é q vc pessoalmente n denota essa animosidade e espírito q vc projeta nos seus textos. Pelo contrário, vc é manso.
Aqui quem fala é um amigo. Um amigo q já te disse in loco essencialmente o q está te dizendo aqui e em outros endereços virtuais. E vc sabe muito bem disso.
Abração,