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por Aline Grasiele
Queridos amigos e amigas,
É para mim um grande desafio, mas ao mesmo tempo um imenso prazer compartilhar com vocês um pouco da pesquisa sobre Mircea Eliade. Digo um desafio por se tratar de um clássico para os estudos da religião. No Brasil, no entanto, poucos se dispuseram a desenvolver uma criteriosa investigação de seu pensamento. Certamente, numa dessas reflexões falaremos um pouco sobre André Eduardo Guimarães, principal referência para os estudos eliadianos no país.
Nossa primeira reflexão será uma breve introdução ao pensamento de Eliade e um convite a uma prosa, como diria um bom mineiro. Uma conversa cercada por provocações a esse humano que inquieta-se diante da sua finitude e, principalmente, diante do Sagrado. Como diria Fernando Pessoa, “será um momento de colocarmos ‘coceirinhas’ no pensamento”. Vamos falar um pouco sobre símbolos, mitos e deuses, hierofanias (manifestações do sagrado) e ainda sobre a relação dialética entre sagrado e profano. Vamos, agora, ao que interessa!
Mircea Eliade (1907-1986) nasceu em Bucareste, na Romênia, e posteriormente se naturalizou norte-americano. Um importante fenomenólogo, historiador e filósofo da religião. Boa parte de seus estudos é dedicada à cultura oriental, mas não só a ela. Sua tese doutoral é sobre Yoga, logo após três anos de estudos na Índia. Um pensador contemporâneo que trouxe significativas contribuições para a compreensão do comportamento do homem religioso enquanto sujeito histórico, que está inserido e influenciado pela cultura e suas relações com o sagrado.
É na visão universalista que reside a importância de Eliade para o estudo contemporâneo do fenômeno religioso. Poderia suas idéias contribuir, por exemplo, para o diálogo interreligioso?
As obras de Eliade são um valioso auxílio para a compreensão da concepção religiosa do mundo e de como o humano percebe e reage (comporta-se), diante da sua realidade e finitude. Elas apresentam idéias centrais para a compreensão do fenômeno religioso, desvelando as estruturas da religião sem, no entanto, desconsiderar ou desqualificar a experiência religiosa.
É a partir dessa hermenêutica anti-redutora, de não desvalorização da experiência religiosa, que segue Eliade e que também seguirá nossas considerações nas próximas reflexões.
Está lançado, então, o desafio de conhecermos juntos um pouco mais do pensamento de Mircea Eliade. Até a próxima quinta!
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
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