.
David Friedrich Strauss (27 de Janeiro de 1808 - 8 de Fevereiro de 1874), filósofo e teólogo protestante alemão nascido em Ludwigsburg, perto de Stuttgart, pioneiro na interpretação bíblica do Novo Testamento do ponto de vista mitológico, foi um teólogo e exegeta alemão de extrema importância no século XIX.
Em Setembro de 1825 iniciou os seus estudos de teologia no seminário protestante de Tübingen, sendo depois professor no seminário de Maulbroon.
Discípulo de Hegel, tornou-se muito conhecido após a publicação, em 1835, da obra Vida de Jesus, que causou escândalo nos meios religiosos da Alemanha. Para Strauss, o sucesso do cristianismo explicava-se por um "mito de Jesus", que teria sido forjado pela mentalidade judaica dos tempos apostólicos, e que não poderia ser sustentada pela ciência moderna - perspectiva depois adoptada por Ernest Renan na sua Vida de Jesus.
Estudou em Berlim com Hegel e integrou os jovens hegelianos e com seu Glaubensiehre Strauss fêz exame da licença em teologia (1828). Professor da Universidade de Tübingen, adotou os princípios de uma crítica histórica radical no estudo do Novo Testamento. A publicação de seu primeiro grande trabalho, Das Leben Jesu kritisch bearbeitet (1835-1836), onde demonstrou que os milagres de Cristo seriam mitos, causou escândalo e custou sua demissão da universidade. Com Die christliche Glaubenslehre in ihrer geschichtlichen Entwicklung (1840-1841), rompeu definitivamente com a igreja protestante.
Hegel, com a sua "despersonalização" da religião, havia introduzido a chamada corrente do racionalismo hegeliano no seio do protestantismo alemão, que afirmava que o cristianismo apenas podia ser salvo através do esvaziar do seu conteúdo sobrenatural. Os hegelianos pretendiam fundar a religião cristã sobre uma base exclusivamente racional. Strauss, discípulo de Hegel, mas reagindo aos racionalistas hegelianos, vinha argumentar que o cristianismo apenas se podia defender através da veracidade dos testemunhos evangélicos.
Nos Estados Unidos da América, a tese de Strauss encontrou eco quase imediato em Theodore Parker (1810–1860) que, em 1841, fez um sermão intitulado "A Discourse of the Transient and Permanent in Christianity", um espécie de manifesto do chamado "transcendentalismo". Na Alemanha, porém, Strauss viu-se desautorizado logo em 1845, com a obra "Paulus der Apostel Jesu Christi" de Ferdinand Christian Baur, do fundador da chamada "tendência" ou escola de exegese de Tübingen.
A tese e a obra de Strauss dominaram o movimento crítico da religião na Europa, sobretudo entre agnósticos e ateus, durante a segunda metade do século XIX, podendo ser seguido o seu percurso de influência em três direcções principais: por intermédio de Feuerbach, tocando Karl Marx; por intermédio de Renan, no materialismo francês do século XIX; e, em Haeckel, com difusão nas correntes cientistas.
Casou (1841) com a bela cantora de ópera Agnes Schebest, de quem separou-se cinco anos mais tarde, quando já tinham duas crianças. Exerceu um mandato de deputado após a revolução (1848), mas não se deu bem como político e retirou-se logo depois da vida pública e recomeçou sua atividade literária pela publicação do Der Claren de Thron do dem do auf de Der Romantiker, uma sátira comparativa entre Juliano o apóstata e o Frederick William IV da Prússia (1847).
Escreveu também uma série de trabalhos biográficos, que fixaram para ele um lugar permanente na literatura alemão, como Schubarts Leben, 2 vols. (1849), Morklin Christian (1851), Nikodemus Frischlin (1855), Ulrich von Hutten , 3 vols. (1858-1860) e H.S. Reimarus (1862).
Morou em Darmstadt (1865-1872), onde publicou (1870) suas leituras sobre Voltaire. Ainda publicou outra obra polêmica Der alte und der neue Glaube (1872), obra sobre a vida de Jesus, em que rompeu com toda e qualquer religião e na qual se mostrou totalmente materialista. Doente, voltou a viver em Ludwigsburg, onde morreu dois anos depois.
fontes:
http://www.brasilescola.com/biografia/david-friedrich-strauss.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Friedrich_Strauss
sexta-feira, 6 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário