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por Jefferson Ramalho
"Didaquê (Διδαχń em grego clássico) ou Instrução dos Doze Apóstolos, é um escrito do primeiro século que trata do catecismo cristão. Didaquê significa doutrina, instrução. É constituído de dezesseis capítulos, e apesar de ser uma obra pequena, é de grande valor histórico e teológico.
O título lembra a referência de Atos 2,42: 'E perseveravam na doutrina dos apóstolos ...'.
Estudiosos estimam que são escritos anteriores a destruição do templo de Jerusalém, entre os anos 60 e 70 d.C. Outros estimam que foi escrito entre os anos 70 e 90 d.C., contudo são coesos quanto a origem sendo na Palestina ou Síria.
Quanto a sua autenticidade, é de senso comum que o mesmo não tenha sido escrito pelos doze apóstolos, ainda que o título do escrito faça menção aos mesmos; mas estudiosos acreditam na compilação de fontes orais tendo recebido tais ensinos que resultaram na elaboração do mesmo. Também é senso comum que tenha sido escrito por mais de uma pessoa.
O texto foi mencionado por escritores antigos, inclusive por Eusébio de Cesaréia (c.265 - 339), em seu livro 'História Eclesiástica', mas a descoberta desse manuscrito, na íntegra, em grego, num códice do século XI (ano 1056) ocorreu somente entre 1873 e 1883, num mosteiro em Constantinopla.
Nos escritos da Didaquê, além da catequese e liturgia cristã, o evangelho de Jesus é recomendado. A Didaquê também cita a oração do 'Pai Nosso' como sendo 'ensinada pelo Senhor' e finda com a afirmação em consonância com o livro Apocalipse, do Novo Testamento, de que Jesus voltará."
(fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Didaqu%C3%AA).
Eu, porém, gostaria de destacar apenas um fragmento desse importantíssimo documento. Trata-se da passagem em que o autor afirma:
"Todo apóstolo que vem até vocês seja recebido como o Senhor. Ele não deverá ficar mais que um dia ou, se for necessário, mais outro. Se ficar por três dias, é um falso profeta. Ao partir, o apóstolo não deve levar nada, a não ser o pão necessário até o lugar em que for parar. Se pedir dinheiro, é um falso profeta. [...] Se alguém disser sob inspiração: 'Dê-me dinheiro' ou qualquer outra coisa, não o escutem. Contudo, se ele pedir para dar a outros necessitados, então ninguém o julgue."
(fonte: Didaqué - o catecismo dos primeiros cristãos para as comunidades de hoje. 10. ed. São Paulo: Paulus, 1989, p. 24 e 25).
Nessa passagem, a Didaquê está falando sobre os verdadeiros e falsos pregadores.
É claro que a maioria dos pregadores da atualidade não conhecem tal documento. E se o conhecessem, não lhe dariam crédito.
Ao ler esse breve trecho, me lembro não somente dos líderes e pastores neopentecostais, pentecostais e até tradicionais que já entraram no esquema. Volto a salientar: há uma minoria séria. Mas o que se destaca, são aqueles sobre os quais você já sabe aos que me refiro. Mas ao ler essa passagem da Didaquê, também me lembro dos famosos pregadores itinerantes. Aqueles que se dizem chamados por Deus para pregar nas igrejas, quando essas os convidam. A maioria, claro, não prega de graça. E os argumentos são os mais grotescos. "Quando eu era do mundo, o diabo me dava tudo. Eu não medigava o pão quando trabalhava pra satanás. Agora que trabalho pra Deus, não aceito ganhar pouco. Não prego, não canto, não faço nada de graça."
Não quero perder muito tempo comentando sobre esses casos. A Didaquê está aí! Isso sem falar das Escrituras que quando coerentemente interpretadas, jamais podem servir de base para práticas de extorsão e manipulação em nome de Deus.
O pior de tudo são as promessas de riquezas e prosperidade que vêm junto com o discurso. As pessoas, quando iludidas e manipuladas, são levadas à uma prática de adoração ao dinheiro e à matéria, e não ao Deus verdadeiro e invisível.
Esses falsos pregadores, conforme alerta a Didaqué, não temem a Deus e a Sua Palavra. Querem o poder, as riquezas, o status, os melhores horários na TV, os melhores e mais caros carros importados, casas, fazendas, cavalos, aeronaves, jóias, fama e tudo o que puder supostamente provar que seu discurso é eficaz.
Mas isso, sempre, com o dinheiro das pobres e ingênuas ovelhas, que além de enganadas, se tornam suas principais defensoras. É impressionante! A manipulação atinge um nível tão baixo, que os fiéis são mais fiéis de seus líderes do que de Deus. Isso por uma razão simples: tais líderes se afirmam como os porta-vozes de Deus. Aqueles que têm verdadeiramente a Palavra de Deus para as pessoas. Se qualificam como "anjos da igreja". Lamentável!
Às veze brinco: acho que vou abrir a minha portinha também. E terei sucesso! É isso que as pessoas gostam e querem. Serem enganadas, manipuladas, ridicularizadas, roubadas e desapropriadas. Mas aí eu me lembro que a Graça de Jesus que um dia gerou temor e tremor em minha alma, jamais permitiria que eu entrasse nesse jogo sujo!
Abraços!
na Graça,
Jefferson
terça-feira, 3 de março de 2009
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Um comentário:
Não sei se as pessoas querem realmente isso: "Serem enganadas, manipuladas, ridicularizadas, roubadas e desapropriadas." Acredito que muitas vivam em desespero tão grande e, pela ignorância e falta de conhecimento do Evangelho, deixam-se levar aprisionadas e cativas pelos "preDadores", justamente pelo fato de não terem entendido o real sentido da VERDADE QUE LIBERTA: JESUS!
Outro dia, enviei um e-mail para você que incluía justamente isso ao longo do que escrevi (ainda aguardo sua resposta!): foi a bispa lá da igreja, pregando que os não-dizimistas são infiéis a Deus, entre outras coisas. Perguntei ao Senhor, em segredo, se era verdade o que ela dizia e abri a Bíblia aleatoriamente. Deus me mostrou Marcos 11:17 - "E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A minha casa será chamada, por todas as nações, casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões." O meu Amém foi para o Senhor, não para a bispa.
O que nos resta a fazer??? Pedir o discernimento ao Senhor, que nos será dado com todo Amor e Misericórdia, pelo Espírito Santo, e orar pelos enganadores e pelos santos ludibriados. Orar... Sem cessar!
Graça e Paz!
Renata (Salvador - BA)
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