Caros amigos,
Abaixo, seguem os fragmentos que selecionei do 2º capítulo do livro do professor Alessandro Rocha, entre as páginas 86 e 116.
Boa leitura!
"[Nas palavras de Leonardo Boff], Deus é identificado com os conceitos que dele fazemos. Ele habita nossos conceitos e nossas linguagens . Elaboramos doutrinas sobre Deus e sobre o mundo divino , doutrinas que se encontram nos vários credos e nos catecismos . Com tal procedimento tentamos encher de sentido último e pleno nossa vida . Deus pode ser encontrado na intimidade do coração . "(p. 86s)

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"Diferentemente dos discursos unívocos e apologéticos e mesmo dos documentos escriturísticos, a fé em si não é 'firme fundamento'. Ela torna-se fundamento à medida que aquele que a experimenta reage à sua insegurança, ou mesmo à inexistência desses fundamentos."(p. 79)
"Sem a dimensão da mediação cultural, haveria uma polarização entre experiência de fé e discurso sistemático , uma incomunicabilidade que inviabilizaria qualquer discurso minimamente relevante . Sem mediação cultural, a experiência de fé não transmitiria nenhum sentido existencial, e o discursos sistemático não passaria de peça literária cristalizada, fria e absolutamente irrelevante, dada tão-somente à reprodução sistemática de corte apologético."(p. 82)
"Bofftambém discute a questão : 'Deus transcendente é representado como o Deus acima do mundo e, o que é pior , fora do mundo [...] Representado como totalmente fora do mundo , Deus de fato não seria experimentável'. E conclui: 'Esse Deus está muito próximo do Deus do deísmo [...] Não é um Deus que se abaixa com profunda simpatia para com o ser humano . Não assume a nadidade humana . Mas conserva , contrariamente ao que diz Paulo [v. Fp 2.6,7] uma majestática e transcendente divindade '."(p. 97s)
"Deve haver 'um trabalho hermenêutico, que rompe com toda e qualquer possibilidade de dogmatização da teologia'."(p. 99)
"Todo o processo de desistoricização do discurso teológico serve a um propósito específico, que é a afirmação da univocidade da verdade. Uma vez garantida essa univocidade, faz-se necessária ainda sua manutenção, ou seja, o controle de toda discursividade dissonante. Mas, como pergunta Foucault, 'o que há enfim, de tão perigoso no fato de as pessoas falarem e de seus discursos proliferarem? Onde, afinal, está o perigo?' ."(p. 106)
"A teoria de Foucault sobre a análise do discurso é, sem dúvida, bastante adequada à análise do discurso teológico sistemático. Pretende-se aqui, no entanto, contribuir com uma análise que não se limita a Foucault, mas que a partir dele dialoga com outras perspectivas de produção de mecanismos de controle do discurso sistemático."(p. 109)
"O 'magistério protestante' é, portanto, quem seleciona os agentes do discurso, que irão reproduzi-lo em sua dimensão totalizante e universalizante. Os agentes são pessoas concretas, porém o “magistério” não é o somatório dessas pessoas, sendo, antes, a instituição guardiã do discurso unívoco. Ao ingressar nele, o agente deve abrir mão de sua condição concreta, bem como de seu horizonte existencial, para reproduzir e defender aquela verdade que supostamente emanou da essência das coisas."(p. 110s)
Na próxima semana tem mais.
Compre este livro no link:
http://www.editoravida.com.br/loja/product_info.php?products_id=250
Amanhã teremos uma nova Reflexão.
Abração!
na Graça,
Jefferson
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"Boff
"Deve haver 'um trabalho hermenêutico, que rompe com toda e qualquer possibilidade de dogmatização da teologia'."(p. 99)
"Todo o processo de desistoricização do discurso teológico serve a um propósito específico, que é a afirmação da univocidade da verdade. Uma vez garantida essa univocidade, faz-se necessária ainda sua manutenção, ou seja, o controle de toda discursividade dissonante. Mas, como pergunta Foucault, 'o que há enfim, de tão perigoso no fato de as pessoas falarem e de seus discursos proliferarem? Onde, afinal, está o perigo?' ."(p. 106)
"A teoria de Foucault sobre a análise do discurso é, sem dúvida, bastante adequada à análise do discurso teológico sistemático. Pretende-se aqui, no entanto, contribuir com uma análise que não se limita a Foucault, mas que a partir dele dialoga com outras perspectivas de produção de mecanismos de controle do discurso sistemático."(p. 109)
"O 'magistério protestante' é, portanto, quem seleciona os agentes do discurso, que irão reproduzi-lo em sua dimensão totalizante e universalizante. Os agentes são pessoas concretas, porém o “magistério” não é o somatório dessas pessoas, sendo, antes, a instituição guardiã do discurso unívoco. Ao ingressar nele, o agente deve abrir mão de sua condição concreta, bem como de seu horizonte existencial, para reproduzir e defender aquela verdade que supostamente emanou da essência das coisas."(p. 110s)
Na próxima semana tem mais.
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Amanhã teremos uma nova Reflexão.
Abração!
na Graça,
Jefferson
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