terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Leia comigo (2) - Oração - ela faz alguma diferença?


Oração - ela faz alguma diferença?

Na leitura da segunda parte do livro de Philip Yancey, em muitos momentos literalmente me emocionei. Mas em duas, foi inevitável conter, além da emoção, a sensibilidade.

Abaixo, transcrevo não as palavras de Yancey, mas preferi desta vez compartilhar da segunda parte do livro, duas experiências de oração citadas pelo próprio autor. Emocionante!

Enfim livre (Sergey)
"Os que dentre nós viveram sob o comunismo conhecem bem o poder da oração. Meu pai trabalhava em foguetes soviéticos na Sibéria, e cresci em meio à propaganda do ateísmo e do comunismo. Ouvíamos constantemente que nosso sistema era melhor que o do Ocidente, embora todos soubéssemos que era o contrário. Ninguém podia imaginar que o comunismo poderia um dia cair e que a União Soviética se desintegraria. Mesmo hoje, poucos dão crédito ao que eu creio ter sido a verdadeira força: o poder da oração.

Por toda a Europa oriental, a igreja organizou manifestações pacíficas com “o poder do povo” marchando pelas ruas com velas acesas nas mãos. Ninguém fez guerra, e bem poucos disparos foram dados. O poderoso império soviético, todavia, caiu ruidosamente. Àquela altura, minha família se estabelecera na Ucrânia, e de lá para cá temos testemunhado nossa Revolução Laranja, que em 2004 derrubou um governo corrupto. Essa revolução propagou-se principalmente por meio de mensagens enviadas por telefone celular.

Desde aquela época, nós, cristãos temos organizado um período de oração todas as noites, às dez horas, para interceder pelo nosso país. Organizamo-nos em grupos de três — “tríades” — para ensinar um ao outro como orar. Veja bem, a maioria de nós só aprendeu aquelas orações longas, formais e chatas ouvidas nas igrejas. Só agora estamos descobrindo o privilégio de falar com Deus como se conversa com um amigo!

Ouvi incríveis histórias de fé da parte de ucranianos e seus vizinhos. Um de meus amigos, da Moldávia, costumava dizer aos seus pais ateus que estava indo ao banheiro lá fora e então pulava a cerca para orar com o vizinho. Cristãos eram batizados em lagos congelados, depois de abrir um buraco no gelo. Visitantes do exterior traziam livros e Bíblias de contrabando, que eram distribuídos de acordo com um elaborado sistema secreto. Inúmeros pastores passaram temporadas na prisão por causa de seu trabalho na igreja.


Agora que estamos livres, corremos o risco de nos tornarmos complacentes, de não valorizarmos a liberdade de culto. De fato, cristãos de certas regiões da ex-União Soviética votaram pela volta dos comunistas ao poder, porque a igreja era muito mais pura naqueles dias. Parece que lidamos melhor com a perseguição que com a prosperidade. Sou um dos que oram para que aqueles dias jamais retornem. Oro para que aprendamos a louvar a Deus pelo que temos, em vez de ter de suplicar por isso." (p. 143s).

Oração depois do tsunami (Isaac - de Singapura)
"Deus, choramos pelas vítimas, mais ainda por aquelas que não acreditam em teu nome. Tem piedade de todos nós! Não há dúvida de que nos dói no coração ver gente sofrendo tanto nesta catástrofe do
tsunami. Às vezes, somos levados a perguntar se pelo menos te preocupas com isso. Sei que não nos puniste por causa de nossos pecados, pois vieste salvar os pecadores. Sabemos que nos amas, pois vieste morrer por nós. Mas por que escolheste calar-te agora?

Por que o mundo foi criado imperfeito, com tantas falhas geológicas no subsolo? Não é possível que essas falhas tenham sido causadas por nossa ação, não é mesmo? Não dói em teu coração ver as famílias separadas, vidas jovens ceifadas e desperdiçadas?


Sabemos que o vaso não pode questionar o oleiro e sabemos que deténs a verdade. Então, a quem podemos recorrer senão a ti? Mas não podemos deixar de pensar que se um homem consegue perdoar e amar seu inimigo, como pode o Autor de nosso amor deixar perecer os que não acreditam nele? Perdoa-nos por questionar teu amor — nós o questionamos porque acreditamos que és amor e porque buscamos explicações para o que aconteceu. Sabemos que nossas perguntas não serão respondidas aqui na terra: simplesmente oramos para que continues mantendo viva nossa fé. Amém." (p. 115)

Na próxima semana, tem mais. Amanhã, nova reflexão.

Abraços a todos.

na Graça,

Jefferson

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