terça-feira, 26 de julho de 2011
Reflexão (77) - Ainda não perdi a minha fé!
por Jefferson Ramalho
Isso mesmo! Ainda não perdi a minha fé, ainda creio, e muito! Quanto ao blog é assim, de tempo em tempo sumo, mas acabo aparecendo. Tenho me ocupado intensamente nas últimas semanas com a minha pesquisa de mestrado, pois em poucas semanas pretendo depositá-la e defendê-la em seguida.
Quanto à minha fé, os poucos que tem acompanhado este espaço ao longo desse tempo já sabem: embora pareça não a perdi. Antes, perdi a fé naquilo que frequentemente vem sendo equivocadamente associado à fé. Mas em Deus – este Ser inexplicável, indefinível, indisponível à reflexão, absolutamente misterioso – nele continuo acreditando. Assumi e assumo um ateísmo metodológico em minhas pesquisas acadêmicas para que elas não deixem de ser científicas.
Mas quando o assunto é vida, especialmente a minha, a fé permanece inabalável. Agora, não me pergunte como. Minha fé não traz um rótulo religioso, nem é exercitada dominicalmente num templo, não tem estado associada a ritos, sacrifícios, ofertas ou oferendas. Minha fé – carregada de dúvidas, diga-se de passagem – está purificada dessas coisas. Não preciso ir à igreja para ter fé, pois se eu for ela se enfraquecerá.
Prefiro, aos domingos, não ouvir uma pregação evangélica, pois esta – não sei o porquê – tem o poder de interferir muito negativamente em minha fé. Prefiro aproveitar mais da doce, agradável e insubstituível companhia de minha esposa e companheira, prefiro ouvir música, prefiro ler, prefiro assistir futebol, prefiro dormir... tudo (ou melhor, quase tudo), menos ir pra uma igreja.
Não desrespeito, não discrimino, não excluo quem o faz por sentir-se bem fazendo, não importam as razões, mas eu... prefiro ficar na minha. Cristo me libertou da igreja!
Parece um paradoxo, pois convivo com muitos que fazem parte da igreja, a maioria é composta por alunos e colegas de estudos em teologia como um dia eu fui, e vejo que a permanência na igreja para eles é algo que lhes dá sentido à vida. Confesso que acho isso belíssimo e entendo perfeitamente, pois houve um dia em que eu não conseguia me ver fora dessa realidade. Mas hoje, as coisas mudaram... mudaram muito!
Eu só não consigo entender uma coisa: como é que muitos conseguem imaginar que pelo simples fato de eu não estar mais vivendo essa realidade, minha fé, minha crença em Deus, minha devoção, tenham deixado de existir? Isso não, isso não aconteceu!
Encerro fazendo uma confissão: abandonei a religião no dia em que percebi que ela estava silenciosa e traiçoeiramente destruindo a minha fé!
na Graça,
Jefferson
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4 comentários:
Jeferson,
É muito complicado sua forma de fé porque muitos de nós ainda precisamos da igreja para manter a fé. A questão é também fé em que de fato a igreja prega e no que vc acredita.
Lhe pergunto: Vc, pelo que percebo, teve muitas experiências na igreja, mas agora teve capacidade de enxergar além das paredes doutrinárias. Como será a educação religiosa, a linha teológica, a forma, que vc dará no ensinamento dos teus filhos, quando vierem. Pois percebo que eles não terão escola dominical e nem amiguinhos da igreja. ( Claro que amigos e familias de igreja cristã geram mais confiança aos pais ).
Vivo esta situação, pois concordo com vc. Ouço muita coisa nos púlpitos que sei que não passam de ¨papagaidas¨, porém penso nas crianças.....
Robson
E aí meu professor! Beleza!
Postei este texto no meu blog ok!
Um grande abraço!
Saudades!
Paulo Matias
Jefferson ,
Sei que está muito corrido para você, mas sua resposta ao meu comentário do dia 29 de julho é muito importante.
Abraço
Robson
Nunca fui evangélico, mas mesmo assim tenho a mesma opinião, pois não precisamos de ninguem para transmitir um "recado"; uma vez que eu posso falar direto com Deus, pois a minha fé só ele sabe o quanto e forte...porém respeito todos.
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