terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Leia comigo (3) - Oração - ela faz alguma diferença?


Oração - ela faz alguma diferença?

Na leitura da terceira parte do livro de Philip Yancey, cuja chamada é "A linguagem da oração", curiosas e instigantes citações diretas foram feitas pelo autor. Abaixo, transcrevo tanto algumas reflexões do próprio Yancey como as que ele simplesmente preferiu citar:

"O paradoxo da oração é que ela exige um esforço sério, embora apenas possa ser recebida como dádiva. Não podemos planejar, organizar ou manipular a Deus; mas sem uma cuidadosa disciplina tampouco podemos recebê-lo." (Henri Nouwen - p. 194).

"Mesmo quando a oração parece um dever, como uma lição de casa, alimentamos a esperança de que ela possa desenvolver-se e se tornar algo superior. Um tesouro escondido está lá dentro, basta que o saibamos explorar. Um novo território nos aguarda, se nos comunicarmos na linguagem correta. Balbuciamos como bebês, almejando fluência. 'Mais que um homem orando, eu estava sendo um homem orando', diz Frederick Buechner, lembrando uma fase em que suas orações pareciam ou tímidas ou exageradas." (p. 196).

"À semelhança do sexo, a oração se concentra no relacionamento mais que na
técnica, e as diferenças entre duas pessoas em oração é muito mais profunda que a existente entre dois amantes. O surgimento de problemas não nos deve causar surpresa." (p. 197).

"Há dias em que tenho dificuldade para descrever seu benefício direto. Mas não desisto, quer ache que estou aproveitando, quer não. Apresento-me na esperança de conseguir conhecer melhor a Deus e talvez ter notícias dele de formas acessíveis apenas por meio do silêncio e da solidão." (p. 205).

"Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. Lembra-me da minha verdadeira condição, como devedor que nunca pode comprar a passagem para tua graça. Graças a ti, não preciso fazê-lo. Concede-me, em relação àqueles que me devem e cometeram injustiças contra mim, a mesma atitude de generosa bondade que me dispensas." (p. 214)."Com as orações de Paulo, aprendo a destronar-me considerando primeiro um ponto de vista cósmico e depois olhando desse ponto de vista para meus amigos e familiares, para minha vida, para a igreja e de fato para toda a História." (p. 221).

"Uma das mestras da oração, Teresa de Ávila, admite que sacudia a areia de sua ampulheta do século XVI para fazer a hora passar mais depressa. Martinho Lutero também conheceu bem os momentos de desânimo da oração." (p. 229).

"Thomas Merton estabelece uma distinção entre o falso eu que projetamos para o mundo e o verdadeiro eu que Deus conhece. 'Eu ser santo significa eu ser eu mesmo', disse ele." (p. 237).

"Sou da opinião de que as orações que parecem ser as piores podem de fato ser, aos olhos de Deus, as melhores. Refiro-me àquelas que se apóiam menos em sentimentos de devoção e lutam contra a maior aversão. Pois essas, possivelmente, sendo quase só vontade, provêm de um nível mais profundo que o sentimento." (C.S. Lewis - p. 246).

"Às vezes, aproximo-me de Deus por pura determinação da vontade, o que pode parecer um ato forçado. Mas quando ajo assim não preciso de máscara. Deus já conhece o estado de minha alma. Não estou dizendo a Deus nada de novo, apenas testemunhando meu amor por ele e orando, mesmo não estando disposto. Expresso minha fé latente com minha simples presença." (p. 260).

Na próxima semana, tem mais. Amanhã, nova reflexão.

Abraços a todos.


na Graça,

Jefferson


Um comentário:

Betto Coutinho disse...

Philip Yancey é, para mim e na minha humilde opinião, um dos ( talvez o maior ) maiores escritores cristãos contemporâneos.
A seriedade com a qual ela aborda as questões espirituais e a Palavra muitas vezes não estão ao alcance de mentes alienadas ou bitoladas ( e isso é uma coisa que muitos líderes auto-proclamados cristãos querem, a semelhança de nossos dirigentes políticos - que o povo seja burro , assim ele será melhor manipulado ).
O cara tem que ser extremamente tapado para achar que Philip Yancey seja um leviano ( e ele realmente incomoda muita gente mundo afora - os super santos, na verdade... )

Chorei várias vezes lendo este livro. Não há como não se identificar com os vários pontos de vista do escritor.

Recomendadíssimo para todos aqueles que sentem e sabem como a oração é uma benção mas como muitas vezes falhamos fragorosamente em sua prática.

Abraço