Oração - ela faz alguma diferença?
Este é o mais recente livro de Philip Yancey em língua portuguesa, publicado no Brasil pela Editora Vida. A partir de hoje, todas as terças-feiras nos encontraremos aqui no blog para juntos lermos alguns trechos dessa obra tão instigante, onde o autor faz indagações que todos nós fazemos em algum momento da vida.
Perguntas como: Deus está ouvindo minha oração? Se Deus sabe de tudo, por que orar? A oração faz Deus mudar de idéia ou muda a mim mesmo?
Selecionei algumas frases curiosas que Yancey escreveu nas páginas dessa obra. Como ela está dividida em cinco partes, durante o mês de dezembro vamos ler juntos estes trechos que escolhi. Se, porém, você quiser lê-lo na íntegra, não perderá nada. Ao contrário, você só irá ganhar.
Abaixo, alguns trechos da primeira parte intitulada: Permanecendo na companhia de Deus.
"Antes de começar a escrever este livro, eu costumava evitar o tema da oração, por carregar um sentimento misto de culpa e inferioridade. Com certo embaraço, devo admitir que não escrevo um diário, não consulto nenhum orientador espiritual nem faço parte de algum grupo regular de oração. Confesso sem dificuldade que tenho a tendência de ver a oração pela lente do cético, sentindo-me mais obcecado com orações não atendidas que alegre por orações que obtiveram resposta. Resumindo, minha principal qualificação para escrever sobre o assunto é não me sentir qualificado - e sinceramente desejar aprender. [...] Quando se trata de oração, somos todos principiantes." (p. 17).
"Como o brilho de um raio, a oração expõe por um nanossegundo o que eu preferiria ignorar: meu verdadeiro estado de frágil dependência. [...] A oração eleva meu olhar para além das insignificantes - ou, como no caso de Jó, cruéis - circunstâncias da vida, permitindo-me um vislumbre daquela elevada perspectiva. Percebo minha pequenez e a vastidão de Deus, e a verdadeira relação entre nós dois. Na presença de Deus, sinto-me pequeno porque sou pequeno." (p. 24).
"A oração permite que eu admita minhas falhas, fraquezas e limitações perante aquele que responde à vulnerabilidade humana com infinita misericórdia." (p. 31).
"A Graça de Deus flui como água, sempre descendo para as regiões mais baixas. De fato, como podemos provar a Graça senão por meio de nossos defeitos? Nos tempos de Jesus, coletores de impostos, prostitutas e pessoas impuras estendiam as mãos para receber a Graça de Deus, ao passo que religiosos profissionais erguiam as suas na forma de punhos cerrados. Para receber um presente, a única exigência é ter as mãos abertas." (p. 36).
"A oração me força a visualizar minha verdadeira condição. Nas palavras de Henri Nouwen: 'Orar é caminhar na plena luz de Deus e dizer simplesmente, sem restrições: Eu sou humano e tu és Deus. Nesse momento, ocorre a conversa, a restauração do verdadeiro relacionamento. O ser humano não é alguém que, de vez em quando, comete um erro, e Deus não é alguém que, de vez em quando, perdoa. Não, os seres humanos são pecadores, e Deus é amor'." (p. 42).
"... diz o
"Sinto-me esmagado
"... a intrigante tolerância divina para com as atrocidades da História, minhas orações não atendidas, longos períodos de aparente silêncio de Deus. Encontros com Deus podem incluir êxtase e alegria ou retiro e silêncio, mas sempre incluem mistério. [...] Fico com a incômoda verdade de que Deus, não eu, tem o controle máximo do relacionamento." (p. 61s).
"A oração que se baseia no relacionamento, e não na negociação, pode ser a maneira mais libertadora de nos conectarmos com um Deus cujo ponto de vista nunca poderemos assimilar e mal conseguimos imaginar. [...] Não precisamos golpear tambores ou oferecer animais em sacrifício para receber a plena atenção de Deus. Nós já a temos." (p. 67).
"A tentativa de esconder alguma coisa de Deus é bobagem, pois ele sabe tudo sobre mim. [...] Posso sentar-me calado diante de Deus, e ainda assim nos comunicamos - às vezes até melhor." (p. 75).
"[na oração] aprendo que Deus e eu temos uma visão diferente do uso do poder e uma diferente concepção do tempo. Deus não precisa provar que é Deus." (p. 79).
"Walter Brueggemann sugere uma razão óbvia para a ingenuidade no livro de Salmos: 'É porque a vida é o que é e porque esses poemas foram concebidos para dirigir-se à vida em sua totalidade, não apenas a parte dela'. Ele considera chocante visitar certas igrejas evangélicas entusiastas e ouvir hinos alegres, quando metade dos salmos são canções de lamentação, protesto e queixa sobre a incoerência que se prova neste mundo. Fica evidente pelo menos que uma igreja que segue cantando ‘hinos alegres’ diante da realidade crua está fazendo algo muito diferente do que faz a própria Bíblia." [...] Deus formou uma aliança baseada no mundo como ele é, cheio de falhas, ao passo que a oração pede explicações a Deus pelo mundo como este deveria ser." (p. 81).
Na próxima semana, tem mais. Amanhã, nova reflexão.
Abraços a todos.
na Graça,
Jefferson
Um comentário:
Jefferson , muito profunda as palavras do teólogo Daniel Hawk:..."cada um acredita em um Deus que sou eu." Este sentimento é muito visível em quase toda a humanidade e diz o autor do livro que está lendo: "Precisamos de um forte corretivo e ele está na oração". Medito hoje juntamente com você e todos os leitores:Quão pouco uso fazemos deste corretivo! Que o bom Deus nos perdoe e nos compreenda o quão pequenos somos!!
Abraços Jefferson
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