sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Reflexão (16) - Amor é fogo que arde sem se ver


por Jefferson Ramalho

Abaixo temos um texto do poeta português Luís Vaz de Camões (1524 – 1580).
Tamanha é a beleza desse poema, que qualquer tentativa de comentá-lo se faz absurda, insignificante e dispensável.

Certamente foi o poeta que mais próximo chegou do conceito que o apóstolo Paulo pretendia quando escreveu 1ª Coríntios 13: "Se não tiver amor, de nada aproveita".

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís Vaz de Camões (1595)

Um final de semana feliz a todos!

na Graça,

Jefferson

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