terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Leia comigo (7) - Teologia sistemática no horizonte pós-moderno


Hoje vamos ler trechos que selecionei do primeiro capítulo do livro do prof. Alessandro Rocha.

Por se tratar de uma obra que exige considerável atenção, resolvi dedicar duas semanas para cada capítulo, para que vc. acompanhe a leitura com tranqüilidade.

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Abaixo, estão as passagens que escolhi para esta semana. Boa leitura!

"O que propomos no presente capítulo é percorrer o itinerário da sublevação da metafíca no âmbito da teologia cristã e na construção de seu discurso, apontando o gradativo abandono da metáfora como forma adequada de comunicar os temas da fé. Para tanto, é indispensável conhecer o desenvolvimento da metafísica na cultura grega, sobretudo pelo fato de que a teologia cristã refez esse mesmo caminho ao aproximar-se do mundo greco-romano, na tentativa de tornar compreensível sua mensagem." (p. 22)

"Neste capítulo objetivamos a discussão do método. É fundamental, portanto, rastrear o itinerário da metafísica, que estruturou o discurso teológico-cristão - desde seus primeiros passos, em Parmênides, até sua construção última, em Aristóteles; das primeiras aproximações de Clemente de Alexandria até Tomás de Aquino. Esse itinerário é, a um só tempo, o da afirmação da metafíscia e o da negação da metáfora; o do abandono da polissemia pela afirmação da univocidade." (p. 23)

"A filosofia grega, distanciando-se da polissemia geradora de plurivocidade, encontra na metafísica um instrumento adequado, capaz de sustentar um discurso unívoco que, por ser unívoco, pode ser referido como universal." (p. 27)

"A metafísica está para a filosofia como um método de compreensão da verdade. Essa verdade alcançada pela filosofia com base na metafísica é absoluta, porque se identifica com o ser (fundamento último da existência). 'Ser e verdade são a mesma coisa, e a metafísica, enquanto ciência do ser como tal, é ciência da verdade como tal'. Para completar seu método de produção de conhecimento de caráter unívoco, a filosofia, além da metafísica, gerou a lógica, que marcaria a impossibilidade da contradição no âmago de uma proposição que se pretendesse verdadeira." (p. 28)

"Dentro da filosofia pré-socrática, salienta-se a filosofia de Heráclito e Parmênides. Trata-se de duas construções opostas, situadas em dois pontos geográficos extremos [...]. Tanto Heráclito quanto Parmênides buscam afirmar uma teoria do conhecimento que possibilite ordenar a vida." (p. 28)

"O caminho da univocidade encontra na inauguração da metafísica as condições necessárias à sua afirmação. A metafísica passa a ser um instrumento de conservação da verdade única que se estabelece na negação de toda multiplicidade." (p. 32)

"Tanto Heráclito quanto Parmênides propõem uma teoria do conhecimento. Ambos se apresentam com a possibilidade à filosofia. O pensamento de Parmênides, porém, sobretudo a lógica e a metafísica, será aquele que a influenciará em seu período clássico." (p. 33)

"Platão toma o pensamento de Heráclito e Parmênides e arruma-os num edifício de dois andares." (p. 34)

"[...] é possível perceber a aproximação que Platão promove entre o pensamento de Heráclito e Parmênides. Os dois sistemas são valorizados hierarquicamente, produzindo uma teoria do conhecimento que parte das imagens para as idéias, da existência para as essências, das opiniões e crenças para a ciências." (p. 36)

"O pensamento de Aristóteles, no que diz respeito à metafísica, não consiste numa ruptura com seus antecessores pré-socráticos, sobretudo Heráclito e Parmênides, muito menos Platão. Há uma complexidade crescente da metafísica desde Parmênides até Aristóteles. Assim como Platão, que havia aproximado Heráclito e Parmênides e sistematizado a teoria desses filósofos em sua compeensão da realidade (mundo sensível e inteligível), Aristóteles também o faz, porém observa que Platão, com seus mundos, instaurava um dualismo entre essência e existência, que destinava toda a compreensão da verdade a uma instância separada da intelecção humana." (p. 39)

"Em Aristóteles, o caminho da univocidade sustentado pela elaboração da metafísica, iniciado em Parmênides, encontra-se em seu momento de maior sofisticação. A filosofia grega clássica encontra-se sistematizada. Embora haja uma tentativa de superação em cada uma dessas escolas, é possível afirmar um princípio comum a elas: a separação de essência e existência e a identificação da essência como lugar próprio do ser. O que se diz de verdadeiro é dito com base no ser." (p.42)

Na próxima semana tem mais.

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Amanhã teremos uma nova Reflexão.

Abração!

na Graça,

Jefferson

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