sexta-feira, 7 de março de 2008

Leia comigo (11) - Teologia sistemática no horizonte pós-moderno


Caros amigos,

Abaixo, seguem os fragmentos que selecionei do 3º capítulo do livro do professor Alessandro Rocha, entre as páginas 117 e 140.

Boa leitura!

"É preciso lembrar, no entanto, que não é a metafísica que gera o discurso unívoco, e sim o desejo de univocidade (de controle do poder da palavra sagrada e de seus efeitos) (v. Glossário), que encontra nela o melhor instrumento para sua realização [...] É exatamente esse desejo de domínio da palavra que pode ser mais bem realizado em sua dimensão unívoca, que identifica a ortodoxia religiosa."(p. 119)

"No caminho da proposição de uma abordagem metodológica que dê conta disso, vale a pena, antes mesmo de apresentar as contribuições desta pesquisa, atentar para o que diz Hans Küng acerca da teologia dogmático-sistemática e para as sugestões que ele propõe a ela. Ele diz que 'a miséria da teologia dogmática — católica, ortodoxa e também protestante — é o abismo que a separa da exegese histórico-crítica'."(p. 121)

"
[diz Rubem Alves] A morte de Deus, que em Feuerbach, Marx e Freud aparece como uma tarefa, em Nietzsche se transforma no simples anúncio de boa nova [...] A constatação da morte de Deus é, portanto, uma grande bênção para a teologia, à medida que liberta seu discurso das amarras da metafísica platônica, que, cristalizada, elaborou tão-somente uma univocidade discursiva. O ocaso do Deus metafísico pode significar a libertação da dimensão metafórica da linguagem na produção do discurso teológico."(p. 125)

"
Vattimo habilita o pensamento de Nietzsche como instrumento possível à reflexão teológica. Não é o ateísmo que ele está anunciando, pois isso seria uma contradição ao seu ataque à metafísica. Ele está exatamente demolindo esta última. (p. 133)"

"
É na dimensão do pluralismo que se pode recuperar a legitimidade do múltiplo, que desde o encontro do cristianismo com a cultura helênica vinha sendo negado ou identificado como heresia. O múltiplo, o plural, é a outra fala, a fala do outro, que tem tanta relevância para sua comunidade religiosa e cultural quanto a fala do eu tem para a sua. (p. 135)"

Na próxima semana tem mais.

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Abração!

na Graça,

Jefferson


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